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Na segunda, depois de seu turno no bar do Manuel, Eduarda sentiu duas pessoas abraçarem-na com força e com alguns gritinhos sutis. Ela se virou e encontrou Xana e Naná sorrindo pra ela.

— Você conseguiu! Você tem o dinheiro pro tratamento do Guilherme! — Disse Xana, segurando as mãos de Eduarda. O dono do bar saiu secando as mãos com um pano para ver a cena e comemorar com pulos sutis e risos.

— Eu consegui! — Disse rindo e sentindo as lágrimas de emoção escorrerem pelo seu rosto. Xana, Naná e Manuel a agarraram em outro abraço.

— Não esquece da gente não, tá? Mesmo morando numa cobertura. — Naná brincou, as lágrimas também começando a escapar. Eduarda a olhou chocada e logo negou com a cabeça.

— Nunca. Nunca, nunca, nunca. E os gêmeos também não vão esquecer nunca, sempre que der vou trazer eles aqui. — Eduarda disse e tentou conter o soluço choroso, mas falhou. — Ai, gente...

— Não tem motivo pra chorar, Du... tudo deu certo no final, como eu sempre disse que daria. — Xana disse, sentindo a mulher agarrar aos três em um abraço da melhor maneira que podia.

— Obrigada. Obrigada, de verdade. Por tudo. — Disse, recebendo risos carinhosos em troca.

— Não foi nada, não precisa agradecer. Aquelas crianças são meus xodós. — Disse Xana no abraço.

— Nossos xodós, né? — Disse Naná, fazendo Eduarda sorrir em meio as lágrimas.

— Esses tampinhas são nossa alegria, menina Du. — Complementou Manuel, fazendo todos concordarem, mas Eduarda levantou o rosto com ternura e olhou para o trio diante dela.

— Não só pelas crianças. Vocês foram meus pais nesses últimos anos. Me deram bronca e colo quando eu precisei. Me ajudaram, me incentivaram, cuidaram de mim e dos meus filhos. — Eduarda disse, fazendo com que Naná e Xana se deixassem chorar um pouco também, enquanto Manuel dava um sorriso triste. — Muito obrigada. Vocês fizeram mais por mim do que qualquer família de sangue.

— Você é uma pessoa incrível e aquelas crianças tem uma sorte imensa de te ter como mãe. — Disse Naná, apertando as mãos de Eduarda com a intensidade que só Naná tinha.

— Temos muito orgulho de todo seu trajeto, menina Du. — Disse Manuel, seu sorriso sutil ainda pairando nos lábios. Eduarda não conteve as lágrimas.

— Eu amo vocês. De verdade. E eu não consigo agradecer vocês o bastante. — Disse ela, soltando as mãos de Naná para limpar o rosto.

— Nosso agradecimento é ver você bem e feliz, Du. — Disse Xana, recebendo um aceno de cabeça de Eduarda. Os três abraçaram-na mais uma vez, contentes de ver a conquista da mulher que tanto viram batalhar pelos últimos anos.

— Nós também te amamos. — Disse Naná.

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Diferente do clima gratificante e carinhoso que pairava sobre Santa Teresa, a casa dos Medeiros estava tensa. Bom, a maioria havia adorado a visita dos novos membros e já estavam finalizando tudo para a mudança, que já estava sendo executada. Mas uma pessoa em específico estava atrás de Lucas na espera de um momento a sós, o que só conseguiu depois que ele saiu de seu banho.

— Lucas. — Disse Isis, sentada na cama dos dois depois de vê-lo sair do banho e se apressar para se vestir.

— Eu? — Perguntou ele, se preparando para dormir, afinal seu dia havia sido exaustivo.

— A gente precisa conversar. — Disse ela, fazendo Lucas suspirar.

— Não podemos conversar amanhã? Eu tô cansadão. — Perguntou, já bocejando.

Rockabye - LucaduOnde histórias criam vida. Descubra agora