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O dia vinha sendo mais rápido do que Lucas esperava. As pessoas ao seu redor estavam todas perguntando sobre seus filhos, e fora as vezes que precisava desmentir coisas absurdas, ele estava amando poder exibí-los para o mundo todo. Sempre que a oportunidade apareci, falava do primeiro dente perdido do menino e do quanto feliz ele havia ficado ao descobrir que a fada do dente havia visitado-o naquela noite. Falava também de como foi perder sua filha pela primeira vez (mesmo que dentro de casa) e falou do quanto eles se pareciam, por isso ele não se assustaria se ela tivesse sumido para aprontar alguma.

A verdade era que Lucas estava feliz. Estava orgulhoso, contente. Seus pensamentos vagavam entre Eduarda e seus filhos, só.

Seu coração apertou quando seu celular tocou, o visor mostrando o nome de Eduarda. Ele atendeu a ligação e ouviu a voz dela rindo e conversando com alguém antes de perceber que havia sido atendida. Lucas reconheceu aquela voz: Gael.

— Lucas? Oi. — Disse, quando percebeu que foi atendida. — Então, a escola do Guigo me ligou pedindo pra eu ir buscar ele lá. Me disseram que não foi nada com a asma e que não foi nada demais. Não consigo sair do trabalho agora, acha que consegue ir buscar eles na escola? O bar tá lotado. — Apesar da amargura que Lucas sentia ao saber que Eduarda estava com Gael, decidiu não comentar sobre.

— Acho que consigo sim. Te ligo quando ele e a Vivi estiverem comigo. — Ele escutou ela murmurar um agradecimento antes de desligar o celular.

Lucas suspirou, fechando a pasta que estava em cima de sua mesa. Enquanto levantava pegou as chaves de seu carro e de seu escritório, puxando o celular enquanto trancava a porta do local. No momento que estava saindo da empresa, encontrou com Clara e Marta chegando em carros separados na empresa.

— Lucas? Tá saindo agora por quê? — Perguntou Clara, indo na direção dele com sacolas e pastas em suas mãos.

— A escola dos meus filhos pediu pra eu ir buscar eles mais cedo. — Disse, procurando o local que Eduarda havia mandado para ele em seu aplicativo de GPS.

— E encerrar seu dia de trabalho assim cedo? Toma cuidado, você tá deixando a desejar pra empresa. — Lucas tensionou-se com a fala de Marta. Não contradisse porque era verdade, seu nome estava enterrado tão fundo em polêmicas que ele passava mais tempo tentando tirar-se dos escândalos do que de fato trabalhando.

— Ai, Lucas, por que você não traz eles pra cá? Eu preciso só organizar umas coleções e já terminei o que tinha que fazer pra hoje, eu posso ficar de olho neles. — Sugeriu Clara, um sorriso doce em seu rosto. Ela não havia tido muito tempo para criar um laço com os sobrinhos, mas já estava encantada por eles.

— Ah, Clara, não sei... — Disse Lucas, coçando a cabeça.

— Pode ser uma boa, meu filho. — Disse Marta, fazendo o rapaz olhá-la com choque.

— Você concorda com a ideia da Clara?

— Concordo, ué. É melhor deixar eles no mesmo ambiente que você do que em casa enquanto você vem trabalhar. E com os gêmeos aqui, você consegue trabalhar e eu e a Clara conseguimos passar mais tempo com eles. — Lucas surpreendeu-se com a resposta da mãe, mas não conteve seu sorriso.

— Bom, então acho que tá decidido. — Disse ele, vendo Marta e Clara sorrirem de forma animada.

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Ao conversar com a professora, Lucas sentiu o corpo incendiar em raiva.

— Você me chamou aqui porque vocês são incompetentes e não conseguem cuidar do meu filho!? — Perguntou, o tom irritadiço bem claro em sua voz.

Rockabye - LucaduOnde histórias criam vida. Descubra agora