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— Gael! Oi! — Disse, se afastando do amigo, o que não o agradou. Naquele momento, o abismo entre os dois voltou a existir e os amigos tiveram de se lembrar dos anos que haviam passado. — Esse é o Lucas.

— Aquele Lucas que tu me falou? — Perguntou, olhando-o com dúvida. — O que é pa—

— É, esse mesmo. — Disse, interrompendo e lançando a Gael o famoso olhar "conversamos mais tarde". — Meu amigo de muitos anos. Lucas, esse é o meu namorado, Gael.

— Ah. Oi. — Disse, surpreso por descobrir que a amiga namorava, mas chacoalhando o pensamento de sua mente. Ele havia seguido em frente, ela faria o mesmo também. Seria Gael o pai das crianças?

— Oi, prazer. — Diz Gael. — As crianças tão no Xana?

— Não, tão comendo um salgado lá no bar. — Diz Du.

— Ah, então tá. Vou aproveitar e comer algo com eles. Vocês vêm? — Não, Du não queria que Lucas fosse. A situação seria no mínimo constrangedora, já que Lucas e as crianças eram os únicos que não sabiam que tinham uma relação familiar.

— Acho que não dá, o Lucas é o dono de uma empresa agora, deve tar cheio de coisas pra fazer, né? — Disse ela, querendo evitar a situação.

— Não, pior que não. Tô com um tempo livre agora, e muita saudade da comida do bar Manuel. — Du e Gael riram, embora Eduarda procurasse outro motivo para fazê-lo ir. — Vamos.

— Claro. — Ela disse, sorrindo sem graça. Gael a esperou e deu-lhe as mãos enquanto andavam.

— Então, como vocês se conheceram? — Lucas perguntou.

— Eu almoçava todo dia no bar do Manuel, e via a Eduarda todo dia lá, às vezes a gente sentava e conversava um pouco, percebi que a gente tinha muito em comum, então escrevi um pedido pra ela sair comigo em um guardanapo e pedi pros gêmeos entregarem pra ela. — O casal sorriu com a lembrança recente, já que namoravam haviam apenas 6 meses. Era a primeira vez, em 6 anos, que Du se permitia procurar um relacionamento, se doava por seus filhos quase o tempo todo, e depois de 6 anos, sentia que precisava viver também. Gael apareceu no momento certo.

— Ah, então você não é pai deles? — Essa havia sido a única informação que Lucas havia gravado.

— Não, não sou. — Gael entendeu naquele momento que Du não o havia contado.

— Mãe! — Gritaram as crianças ao vê-la se aproximando. Também cumprimentaram Gael, mas seu foco foi na mãe.

— O tio Xana tentou ajudar a gente com a lição de casa, mas disse que só tu podia nos ajudar. Olha. — Disse Vitória, com um lápis em uma mão e na outra um bolinho de carne.

— Certo, deixa eu dar uma olhada. — Disse. "Árvore Genealógica" estava escrita no topo da atividade. Só podia ser brincadeira. — Meu Deus. — Tossiu.

— O tio Xana disse que a gente tem três tios, é verdade? — Perguntou Guilherme. A árvore do garoto estava mais completa, tinha o nome de sua irmã e o de Du.

— É verdade, tenho 3 irmãos. — Disse. — Um deles chama Bruno, o outro Heitor e o Nicolas. Ele mora na Itália. — Ela se sentia péssima em falar de sua família, mas tentou sorrir.

— Que legal! A gente pode conhecer eles? — Perguntou Vitória. Lucas se aproximou, observando as crianças escreverem os nomes do irmão de Eduarda em suas atividades.

— Não, não dá. Não sei onde eles moram, não falo com eles há muito tempo. — Diz.

— E os nossos avós? — Guilherme perguntou.

Rockabye - LucaduOnde histórias criam vida. Descubra agora