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6 anos depois...

Lucas sorriu ao ver Vitor ir até ele com uma bola de futebol embaixo do braço. O garoto estava suado, e sua camiseta, antes branca, possuía claras manchas de terra, deixando óbvio que o menino estava jogando com os amigos.

— Tu mandou benzão lá, Vitinho! — Disse, dando um soquinho no ombro do meio sobrinho.

— Valeu, tio! Foi um jogo foda mesmo. — Disse, contente com o ótimo desempenho de seu time.

— Vitor! Cadê os modos!? — Perguntou Cristina, fazendo Elivaldo rir.

— O moleque vai fazer quinze anos já, Cris, não vai controlar ele por muito tempo. — Disse o pai do menino, balançando os cabelos pretos dele, que eram iguais aos de sua mãe.

— Eu já conheço a peça fazem uns 7 anos, Cris, não é agora que vai me passar uma boa impressão. — Lucas disse, indo com Cristina e Elivaldo até o carro.

— Ah, é? Isso significa que o senhor tem xingado nas minhas costas? — Vitor riu da tia, encolhendo os ombros.

— Tia, encana com isso não... — Cristina riu do sobrinho, balançando a cabeça negativamente.

— Da próxima vez você pode trazer a Isabel, Cris. — Elivaldo sugere, se referindo ao próximo jogo do filho.

— Vou ver com o Vicente de trazer ela. — Diz, sorrindo. — Mas ela é tão pequena pra esse campo gigante...

— Pequena... A menina tá grandona. — Lucas diz, zoando-a e arrancando risadas dos amigos.

— Ai, eu sei, três anos passam rápido, né? Parece que foi ontem que eu ouvi ela falar a primeira palavra dela. — Diz, nostálgica. Lucas revirou os olhos. — Vou ver de trazer ela.

— Mas traz ela sim, bagunça ela não vai fazer, é tão quietinha. — Diz Lucas.

— Mas enche meu saco que é uma beleza. — Vitor disse, revirando os olhos enquanto mexia no celular.

— Vitor! É sua prima! — Reclamou Elivaldo. Vitor franziu as sobrancelhas e ergueu os ombros, sem entender onde estava errado.

— E daí? — Disse o adolescente. Lucas oprimiu uma risada.

— Entra logo, moleque. — Elivaldo disse, empurrando a cabeça do menino dentro do carro de forma brincalhona. Elivaldo entra logo depois, deixando apenas os dois irmãos de fora.

— E você? — Cristina perguntou.

— Eu o quê? — Perguntou, confuso.

— Quando vai ter filhos? — A pergunta irrita um pouco Lucas, já que é bem frequente.

— Ai, Cristina, sabe que essa coisa de filho não é pra mim, eu e o Vitor temos a mesma idade mental, você sabe disso. — Ela não consegue segurar a risada, sabendo que era meio verdade.

— Você chefia uma empresa, Lucas. — Aponta.

— É. Uma empresa, não uma família. Empresas não tem sentimentos, empresas não tem traumas. — A meia irmã ri.

— Tá, não vou mais te irritar com isso.

— Muito obrigado! — Diz, com uma intensidade dramática.

— Mas e o casamento— Começa a perguntar brincando, até Lucas dar as costas, fazendo a irmã rir.

— A gente se vê! — Lucas grita, indo até seu carro.

— Tchau!

— Espera, tio? — Vitor gritou, colocando a cabeça pra fora da janela.

— Fala, Vitinho! — Respondeu Lucas.

Rockabye - LucaduOnde histórias criam vida. Descubra agora