Rockabye - Lucadu

11

Lucas tremia em ansiedade, aguardando a saída das crianças ao lado da amiga de muitos anos. Xana abriu a porta e sorriu pra Lucas, que deu um sorriso nervoso, então Vitória foi a primeira a sair. O rapaz não conteve o sorriso. A menina lhe lançou um enorme sorriso faltando um dente.

— Oi. — Ela disse.

— Oi. — Ele respondeu, estranhando a situação.

— Meu nome é Vitória e esse é meu irmão, Guilherme. — Disse, apontando para o garoto, que assim que saiu de trás de Xana, se escondeu atrás de Du.

— Tímido igual aos pais. — Brincou Xana, o que fez Lucas rir.

— Depois de um tempo ele se solta, é só não forçar. — Eduarda disse, segurando a mão do menino. — Bom, o tio Lucas queria levar vocês em um parque. — Disse, incerta ao chamá-lo de pai assim de repente.

— Parque? Mas tá escuro. — Disse Vitória.

— Ele é no shopping, com todas as luzes, fica super claro. — A pequena sorriu com a resposta do rapaz. Adorava o shopping. — Acho que vocês vão gostar.

— A Vitória com certeza vai. — Disse Eduarda, o fazendo sorrir. — Como foi na escola hoje? — Ela perguntou, segurando a mão dos dois e caminhando até o carro de Lucas.

— Foi legal! — Vitória respondeu. — A gente brincou de princesa naquele parque da escola. Agora tem cavalo de brinquedo lá, aí a gente ficou fingindo tinha que fugir do reino por causa do dragão que queria colocar fogo no castelo. — Explicou, saltitando.

— E você, Guilherme? Como foi? — Ele balançou a cabeça positivamente e murmurou:

— Bem. — Ele apertou seu papagaio. Lucas o olhou com curiosidade.

— E o teu dia, como foi, mamãe? — Vitória perguntou.

— Foi muito bem, também, mas tava animada pra hoje. — Disse, estendendo a mão para que os dois pegassem. Guilherme permaneceu escondido.

— Eu também! — Vitória disse, sorrindo.

Os dois chegaram ao carro e foram colocados em sua cadeirinha, enquanto Lucas sentava-se no motorista e Eduarda ao seu lado.

— É verdade que tu tem um império? — Vitória perguntou, olhando para o pai no banco da frente.

— Tipo isso. O que você acha que é um império? — Vitória pensou um pouco, balançando as pernas.

— É um reino, né? — Respondeu, o olhando.

— É tipo um. Império pode ser um reino, ou pode ser uma grande posse. — Respondeu, dirigindo até o shopping.

— O que é uma grande posse? — Ela perguntou.

— É quando você tem muitas coisas de valor, coisas caras, sabe? — Respondeu, fazendo ela concordar com a cabeça.

— Sei! Tipo coroas? Mamãe disse que você vende jóias. — Respondeu, Lucas riu, olhando para Du, que ocultava um sorriso. Ela só conseguia pensar no quanto Vitória se parecia com o pai.

— Eu vendo sim. Quer ir lá conhecer, um dia? — Vivi fez um som de animação.

— Sim, sim! Por favor, por favor! — Disse, animada. 

— Então, vou te levar lá um dia desses. Eu só... preciso arrumar a minha vida. — Vitória riu com a frase, sempre achava a intensidade dos adultos engraçada. Ela olhou para o irmão, que lhe lançou um pequeno sorriso. Os dois sempre riam das frases complexas e dramáticas daquele tipo.