Arsen: O grande golpe.

516 84 10
                                    

Somos todos egoístas em um mundo egocêntrico onde a verdade e fatos são distorcidos por pessoas vivendo num tédio particular, em que a vida alheia se torna mais interessante do que a sua própria vida

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Somos todos egoístas em um mundo egocêntrico onde a verdade e fatos são distorcidos por pessoas vivendo num tédio particular, em que a vida alheia se torna mais interessante do que a sua própria vida. Mas como julga-los se estamos todos juntos no mesmo barco? O naufrágio é certo para cada um. Por muito tempo tenho vivido de maneira errada, protegendo minha família como se fossem os únicos que importam. Meu pai me ensinou que família é tudo, e eu cresci acreditando isso, embora fôssemos o modelo mais inadequado de uma.

Se vai contra as tuas escolhas, te julga, te menospreza, toma atitudes que te machucam, mesmo sendo parte da sua família, não te amam. Porque como bem sabemos, amor não vem só de família. Aprendi isso quando vi meu irmão fazer de tudo para me machucar, sem nem pensar nas consequências, e uma estranha se tornar parte de mim.  Me ajudar sem olhar meu histórico.

Testemunhar Viena sendo humilhada perante a tantas outras pessoas, chorar e me olhar com tanta decepção, partiu meu coração. E eu nem sabia que tinha um. Até sentir a dor, o desconforto, o palpitar fora de ordem. Algo estava errado e não se tratava só de um músculo! Algo estava muito errado. Errado pra caramba.

Ela entra no carro e senta ao meu lado na parte de trás, está tão afastada que tenho a impressão que pode se fundir com a porta. O rosto colado na vidraça da janela, criando um choque entre sua respiração e o frio que nos cerca. Quero que ela saiba que não foi minha intenção feri-la, não dessa vez. Quero pedi-la perdão por tê-la colocado numa situação tão constrangedora, que tentarei meu melhor para não decepciona-la outra vez.

Infelizmente nem tudo o que queremos dizer é o que sai da nossa boca.

— Só mais um mês e terá o divórcio.

Discretamente inclina-se para frente, me dando a visão de um irônico sorriso que brinca em seus lábios. Seus olhos lacrimejam, e seu sorriso é tão triste e opaco que é capaz de me furar, perfurar meu coração.

— Eu me senti feliz com você. — confessa inesperadamente, chocando-me. Viena nunca foi muito sentimental, quase nunca fala dos seus sentimentos, e aqui, encarando-a firmemente, percebo o quanto a amo. Eu a amo. Embora parece tarde demais para tal confissão. — Durou pouco tempo. Muito pouco. Talvez não fosse felicidade.

Lembro-me do que meu pai me disse uma vez: "felicidade passageira também é felicidade", espero que ele estivesse errado, porque não quero que essa felicidade seja passageira. Agarro sua mão, sentindo o calor. Levemente arregala os olhos, assustada com minha atitude, mas não recua, apenas encara meu ato como se fosse incapaz de se afastar. Engole em seco e cerra os lábios.

Eu sinto muito. — sussurro como um desabafo, esvaziando o peito, sentindo-me corajoso e determinado à continuar. — Eu não pretendia me apaixonar por você, apenas aconteceu. Não pensei em você quando propôs o casamento, muito menos pensei nas consequências dos meus atos. Eu estava errado. Protegi a pessoa errada, confiei de olhos fechados em alguém que havia me traído varias vezes, apenas por ter meu sangue. Achei que estava fazendo o certo e que todos sairiam ganhando. Eu sabia que você não tinha feito nada pra merecer isso, e mesmo assim não fiz nada pra impedir o que aconteceu hoje. Há muitas pessoas dependendo das minhas decisões, sejam elas boas ou ruins, e te manter aqui irá beneficiar todas elas, menos você. O divórcio está preparado, você só precisa assinar, não tem que continuar com isso. Assine, Viena. Só... acabe com isso, por favor. Não se torture mais.

Um contrato com Viena. - 2Onde histórias criam vida. Descubra agora