Arsen: Vou cozinhar!

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Nessa noite faço uma promessa a mim mesmo: Não vou fazer essa garota chorar

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Nessa noite faço uma promessa a mim mesmo: Não vou fazer essa garota chorar. Só que - infelizmente - não podemos controlar quem faremos sofrer. Isso acontece como um instinto, às vezes nem é nossa intenção ferir alguém, mas acontece e qualquer falha gera uma série de mal entendidos.

Ao ouvir suas palavras, meu coração palpita. É um sentimento novo porque nunca senti isso antes, nem mesmo pela May.

Penso rapidamente: Não vou te rejeitar. Como rejeitá-la? Uma garota como ela só se encontra uma vez na vida e nem é preciso pensar muito sobre isso. Quero que ela saiba o quanto é especial, e como a quero na minha vida. Mas o que digo é: "Tudo bem. Farei isso". E assim será até o fim. Seguirei apaixonado por ela, e não a direi, porque enquanto não souber, não haverá motivos para nos afastarmos.

Conversamos por mais algumas horas, prologando o dia pelo máximo de tempo possível, evitando o fim. Não tento consertá-la porque ela não está quebrada, nem consolá-la, pois também não está mais triste. Viena só precisa do tempo dela para pensar. E é o que dou a ela.

Penso em levá-la para comer, sei que - provavelmente - não comeu nada o dia todo. Mas desisto quando somos notados ao sair da roda gigante. Instantaneamente tiro o terno e o coloco em volta dos seus ombros, a seguro pela mão e a guio entre as pessoas. Posso sentir seu olhar cair sobre mim enquanto corremos para longe, é como se estivéssemos em câmera lenta; uma cena de filme de ação, somos parados no tempo embora estejamos em movimento. É surreal o sentimento de proteção que me toma toda vez que pressinto uma possibilidade dela se machucar. Tudo acontece tão rápido que só percebemos que já estamos seguros quando soltamos o ar preso dos pulmões.

— Você está bem? — pergunta com certa preocupação, embora a expressão opaca esteja presente.

Parece lutar contra si mesma para não ceder. Admiro isso nela. Outras pessoas usariam dessa oportunidade para se beneficiarem. Sugariam todas as minhas forças e sairiam da minha vida. Mas não ela. Viena não depende de ninguém.

— Sim. E você?

Suspira profundamente.

— Estou cansada. Estou bastante cansada.

— Também está com fome? — indago. Hesita em responder, aparentemente concluindo que vou levá-la à algum lugar. Instantaneamente nega, e sorrio da sua previsibilidade. — Vou cozinhar pra você.

Eu não cozinho pra ninguém. Quando Tiago me olha através do espelho retrovisor do carro, suas palavras veem nas lembranças: ''Não a ame". Tarde demais, meu amigo. Essa é só mais uma consequência das minhas ações, e sendo sincero, a melhor delas.

— Você sabe cozinhar?

Dou de ombros.

— Não sou um inútil.

Revira os olhos.

— Eu só pensei que pessoas...

— Pessoas como eu não soubessem cozinhar? — completo em uma pergunta, e ela aperta os lábios. Sorrio, compreensivo. — Também comemos. Também somos pessoas. Não é discriminação pensar que somos diferentes?

Um contrato com Viena. - 2Onde histórias criam vida. Descubra agora