Viena: Decepção & Perdão

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3 meses depois

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3 meses depois.

Eu olho a revista entre minhas mãos e sinto o coração parar por alguns segundos. Fazia algum tempo que não tinha notícias dele e de repente estava ali, estampado em todos as notícias que a família Vacchia esperava o primeiro herdeiro. Cain e Girassol esperavam o primeiro filho, e a notícia trouxe agitação a cidade. As pessoas liam e comentavam rapidamente, pareciam contentes mesmo sem conhecê-los. O clã irá aumentar e isso causou também inveja.

Eu havia saído de uma entrevista de trabalho, mais uma após tantas inúmeras outras. Sem sucesso. Estavam errados quando acharam que minha vida mudaria após conhecer Arsen Vacchia, ou que nosso casamento me renderia um futuro. Talvez rendesse se eu tivesse continuado casada por mais algum tempo. A hipocrisia das pessoas tornaram qualquer chance minha de ter um futuro, em nada. Mas uma coisa acertaram, semanas após meu divórcio sair, todos esqueceram de mim e focaram nas próximas vítimas. Tudo voltou a ser como antes.

Caminhando pela praia, sou abraçada fortemente pela brisa fria que me agarra. Enterro os pés na areia e fecho os olhos. De certa forma eu finalmente me sinto dona de mim mesma, e eu não sinto raiva, não sinto nada além de paz. Embora a tristeza não me abandone, estou feliz por estar aqui sozinha. Após tanto sofrimento, noites em claro e dias de escuridão.

Ao abrir os olhos, o que encontro me soca tão fortemente quanto a brisa fria, e tudo o que achei que tivesse ficado no passado, retorna com mais intensidade e rispidez. Meus lábios tremem de frio e meu corpo perde as forças a cada segundo que se passa. Tudo reage a ele e sou esmagada por mim mesma, sufocada com tantos sentimentos diferentes.

Nós sabíamos que esse dia chegaria. Não era impossível, mas era provável. Não podíamos fazer nada pra impedir isso.

Assim como eu, Arsen também não esperava esbarrar comigo aqui, embora esse seja o lugar mais provável que poderíamos nos esbarrar algum dia. Ele está mudado, e não é só a aparência, soa mais frio e os olhos opacos fazem com que eu lamente por ele. Que eu sinta pena. E isso me faz lembrar de que um dia cheguei a desejar ficar na mentira pra sempre se isso significasse estar com ele, e agora, nem consigo olhá-lo nos olhos, porque vê-lo dói. Machuca saber que ele não é a pessoa por quem eu me apaixonei. Seus lábios se entreabrem e eu tenho medo do que estar por vim, estou tão apavorada com o que posso ouvir que minha única reação é tentar fugir disso, correr para longe dele, porque quanto mais tento entendê-lo mais fica pior.

Ao passar por ele, ouço sua voz; tão rouca, ecoando uma melodia prazerosa e viciante. E tudo em mim corresponde a ele. Lamentavelmente meu corpo reage a sua presença.

— Como tem estado?

Sua pergunta soa mais como algo "senti sua falta", mas Arsen é orgulhoso demais para dizer tal confissão, então apenas agimos como duas pessoas maduras que se machucaram um dia mais que já superaram isso a ponto de se esbarrarem por acaso e conversarem casualmente.

Um contrato com Viena. - 2Onde histórias criam vida. Descubra agora