Viena tem vivido a vida de maneira cética e cínica, mantendo-se afastada de pessoas e sentimentos, sentindo-se insegura consigo mesma. Ao mudar-se para uma nova cidade e um novo emprego, sua vida dá uma reviravolta ao esbarrar em Alessio Vacchia, um...
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Deslizo o dedo sobre a tela, lendo as últimas notícias, as que estão bombando na internet. A raiva que sinto pela mulher é temível, não acredito que algum dia tenha me enfurecido tanto com alguém. O teatro que ela faz, a atuação é de concorrer ao Oscar. Lanço o aparelho na parede, esbravejando mais palavrões. Os objetos sobre a mesa vão ao chão, estilhaçando-se com o impacto.
A porta se abre e Lars surge por ela. Olha ao redor, soltando um longo suspiro.
— Parece que você já viu.
— Como não ver? Está em tudo quanto é lugar! — exclamo, trincando o maxilar. A raiva percorre meu corpo numa velocidade surpreendente.
— Não é tão ruim.
Instantaneamente sorrio. Não há humor na risada, está mais para algo sombrio e frio.
— Não é tão ruim? — pergunto retoricamente, sorrindo com desdém. — Essa mulher anunciou pro mundo que ofereci dinheiro pra dormir com a filha dela! É mais do que ruim, é uma catástrofe, um precipício. Faz noção de quantos telefonemas e mensagens recebi depois disso?
Eu estou descontrolado. Perdendo o controle da própria mente. Quero cair, sentar e ficar só. Mas eu não posso. Infelizmente, tenho que lidar com isso. Permanecer em pé enquanto sou nocauteado. Se eu desmoronar... talvez não seja capaz de me reerguer.
Lars passa as mãos pelos cabelos, tão frustrado quanto eu.
— Eu vou pensar em algo. Naz é inteligente, tenho certeza que está dando um jeito. Não se preocupe.
Dou de ombros, indo a minha cadeira e me sentando.
— Não sei se dessa vez minha influência vai ajudar. — balbucio, encarando a mesa, a bagunça sobre ela. — Sempre zelei pela minha imagem, porque nunca quis esse tipo de atenção. Por causa de uma maldita mentira, ultrapassei até o Alessio. Ninguém passa dele.
— É uma notícia falsa, Arsen. Você pode recorrer, processá-la por difamação. — sugere, apanhando o celular do bolso. — Na sala ao lado há outros cinco advogados prontos pra te defender. Somos estrategistas, tirá-lo dessa enrascada é o nosso trabalho.
Como fazê-lo entender que o problema não é a quantidade de tempo que essa notícia ficará nos jornais, mas sim o que as pessoas pensarão. Elas julgam sem saber. É o que fazem.
— Se preocupe em acalmar os acionistas e nossos associados. Processá-la só renderá mais notícia, ainda mais se ela decidir revidar. Fomos nós que vazamos as fotos da filha dela.
Lars entreabre os lábios, aparentemente tendo uma de suas ideias brilhantes que me faz venerá-lo.
— Você quer dizer, foi o Ale. — me corrige. — Ele pode te tirar dessa enrascada. O Alessio! Ele pode!
O entusiasmo dele é acalentador.
— No que está pensando?
— É só o Alessio esclarecer as coisas, Arsen. Mesmo sendo um tremendo filho da mãe, ele não mente. Nenhum de vocês dois. — profere, deslizando o dedo na tela do celular. — Vou reunir a imprensa, faremos uma coletiva privada. Diremos o que realmente está acontecendo.
