Viena: O que fazer?

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Se passaram dois dias

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Se passaram dois dias. E nesses dois dias estive trancada em casa, sem coragem para sair e encarar as pessoas. Meu futuro? Está arruinado. Tudo o que eu mais queria era fugir do passado, das escolhas que fiz, dos rumos que tomei... E olhando fixamente para a réplica perfeita de ''as profundezas da morte", me vejo como uma dessas pessoas sofredoras que lutam arduamente para manter a burguesia no topo. A humilhação que sofri, as piadas que recebi, os olhares e julgamentos... Minha dignidade foi arremessada num triturador.

O computador está ligado na minha frente, programado para atualizar as notícias. Minhas fotos não sumiram totalmente, cada artigo causa um impacto diferente. As pessoas perguntam a identidade da garota, e eu imploro para que não descubram, ciente que o tic tac do relógio não está a meu favor.

Bruna chega, trás comida chinesa. Ela me analisa da porta com os olhos entristecidos.

— Está horrível. Tomou banho hoje? Comeu algo?

— Eu quero morrer. — resmungo, sem me mover. Ela sorri.

— As pessoas tem usado isso como forma de escapar dos problemas. Não faça isso, ou eu te ressuscito e te mato com minhas próprias mãos. — ameaça com diversão, abrindo as embalagens e colocando em dois pratos. — Tem que encarar o mundo, Vin. Até quando está pensando em ficar trancada aqui sem ver a luz do sol?

Dou de ombros, deitando no chão da sala.

— Até os fins dos meus dias? Não sei... Eu não tenho o que fazer.

— Você tem um emprego.

Eu tinha. — corrijo.

— Como sabe que não tem mais? Nem ao menos foi na empresa! — profere, gesticulando para que eu sente.

— Não precisa ser um gênio pra saber que os Vacchia nunca vão me contratar. — murmuro, cabisbaixa. — E também, se resta um pouco de dignidade, não vou colocar os pés lá novamente. Aliás, é por culpa deles que estou nesse situação.

— Ninguém toca nesse assunto, Vin. Os chefes demitiram ontem três funcionários da área de administração porque os pegaram no flagra comentando uma das fotos. — conta, mas não transpareço emoção. Enfia a primeira garfada de macarrão na boca, dando uma pausa. — Eles tem princípios morais, sabem defender alguém que está sendo acusada por algo que não fez. Conte o que aconteceu, irão entender. Só seja sincera.

— Eu sei que essa oportunidade é incrível, Bruna. Sei, de verdade... mas não posso encarar todas essas pessoas. E se eu esbarrar com esse Alessio? A empresa pertence a família dele, o irmão é o chefe...

Um contrato com Viena. - 2Onde histórias criam vida. Descubra agora