Arsen: Bater é fácil, apanhar que é foda.

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E mais uma vez a vida havia me nocauteado

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E mais uma vez a vida havia me nocauteado. Após tantas vezes, acho que eu já deveria ter me acostumado. Mas a gente nunca se acostuma, não é? Bater é fácil, apanhar é que é foda. Durante toda minha vida desdenhei das pessoas ao meu redor, reprimi meus próprios sentimentos e afastei todos com medo de sentir de mais. Porém, em algum momento, nada disso importa mais. Nada é suficiente e nada irá impedir o que tem que acontecer.

Eu e Viena fomos a consequência mais inconsequente que eu viveria inúmeras vezes. Nunca faltou amor entre nós dois, e mesmo assim, aqui estamos: separados. Talvez só assim posso aprender uma forma mais saudável de amar novamente. Ou amá-la outra vez. Não que eu não ame agora, eu amo, só não estou amando-a como deveria ter amado desde que a conheci.

Sentado na cadeira atrás da mesa, analiso a planilha de investimentos. Após tantas semanas correndo contra o tempo para não deixar tudo pelo que lutei evaporar, parece que finalmente tudo está retornando ao lugar. Os números não são altos como antes, mas já não estão tão baixos. Vagarosamente estou recuperando a confiança dos meus sócios. O trem desgovernado está de volta aos trilhos.

O interfone toca e a doce voz de Girassol soa, informando que Lars está aqui. Peço que ela o deixe entrar, e ele surge através da porta com seu sorriso descarado. Eu realmente quero me sentir contente por ele estar aqui e agradecê-lo por não desistir de mim, mesmo quando o tratei tão mal.

— Como você está? Dormiu bem? — pergunta ao analisar o cômodo, parecendo procurar por algo. Talvez ache que eu bebi antes do trabalho, como tenho feito ultimamente. Mas não hoje. Após encontrar Viena, percebi que não podia recuperá-la se não me erguesse primeiro.

— Não se preocupe, eu não bebi.

Me analisa por algum tempo, por fim concordando, enfiando as mãos nos bolsos da calça.

— Eu sei que não.

Suspiro.

— O que precisa? Não temos nenhuma reunião marcada pra hoje.

— Sim, é verdade. Mas uma ligação hoje fez com que uma reunião de emergência se tornasse muito importante.

— E o que seria?

Lars respira fundo e suspira, hesitando em dizer. Solta um sorriso nervoso, comprimindo os lábios. Olha para o teto por alguns segundos, respirando novamente. Ele normalmente não demora tanto tempo para falar, muito menos faz tanto mistério, e não é o tipo de pessoa que reluta. Mas aqui está ele, hesitando.

— Vai falar ou não ?

Propositalmente puxa uma cadeira e senta, cruzando os braços.

— As imagens do desfile vazaram na internet e inesperadamente os designer da Viena estão fazendo um sucesso! Por essa razão, recebi muitos telefonemas, tantos de repórteres quanto donos de joalherias, que parecem estarem muito interessados na compra da coleção completa. Estão oferecendo uma fortuna! — conta em um só desabafo. Não estou surpreso com tal informação, apenas decepcionado que tenha demorado tanto para nota-lá. — Ela tem direito a reconhecimento porque foi a designer principal, mas você tem a posse total da coleção. Sei que disse pra tirarmos da coleção, mas e se for um erro? Os franceses querem marcar uma reunião com você, estão dispostos a pagar a multa da quebra de contrato.

Um contrato com Viena. - 2Onde histórias criam vida. Descubra agora