Viena tem vivido a vida de maneira cética e cínica, mantendo-se afastada de pessoas e sentimentos, sentindo-se insegura consigo mesma. Ao mudar-se para uma nova cidade e um novo emprego, sua vida dá uma reviravolta ao esbarrar em Alessio Vacchia, um...
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Mais um mês se passa. São exatamente quatro meses casados. Tudo mudou após àquela noite. Arsen já não me faz atuar com tanta frequência, a distância entre nós tem se tornado maior com o passar dos dias. Ele evita aparecer em público para não precisarmos atuar como um casal apaixonado. Pela manhã, não nos esbarramos mais, após eu acordar e me deparar com ele deitado ao meu lado. Quando abri os olhos e o vi, flashbacks de memórias me atacaram de uma só vez, sem dar espaço para que eu formulasse os acontecimentos. Minhas últimas palavras foram: ''me deixe respirar". É, ele está me dando espaço. Raramente nos esbarramos na empresa, só quando necessário. Confesso me sentir aliviada por não precisar mentir com tanta frequência. Tenho me focado totalmente no projeto e no trabalho, e aos poucos, estou sendo reconhecida por meus colegas. É engraçado como meu afastamento do Arsen fez com que nos aproximássemos. É como se o fato de eu ser a esposa do chefe tivesse sido um empecilho.
Estou almoçando no refeitório com Kalil. Ele conta sobre algo que aconteceu na noite passada que envolve Naz.
— Vai ser o casamento da Axel em breve... Eu te convidaria mas... acho que irá com o Arsen, não é?
Dou de ombros, desinteressada.
— Não somos íntimas... Talvez não haja necessidade da minha presença.
— Está brincando? Axel é como uma um irmã para o Arsen. Você tem que ir.
Ouvir seu nome causa perda de apetite.
— Já terminou? Tenho que voltar ao trabalho.
— Por que a pressa? Não é como se fosse ser demitida por chegar atrasada. — brinca, sarcástico. Faço menção de levantar mas os murmúrios ao redor atraem minha atenção. A mão de Kalil voa até meu pulso, me parando. Ele olha para trás de mim e transmite surpresa, como se tivesse acabado de ver alguém que não esperava. O brilho e o sorriso maquiavélico que expressa, me confunde. — Olha só quem está aqui...
Sigo seu olhar, encontrando com Arsen. Ao seu lado, uma mulher que não conheço, mas que estranhamente me soa familiar. Ela está agarrada ao seu braço, esbanjando uma intimidade que nem nós - há três meses casados - somos capazes. É como uma modelo, magra, alta, traços perfeitos que causam inveja. Provavelmente o tipo ideal do Arsen. Ambos atraem olhares curiosos e comentários. Roubam a cena enquanto caminham até uma das mesas vazias. Ele não me nota, nem ao menos se dar ao trabalho de ver quem está ao redor.
— Quem é ela?
Kalil sorri ainda mais, erguendo ambas as sobrancelhas em sinal de surpresa.
— Não a conhece? — nego. — Ela se chama May. É ex namorada do Arsen. Garota, você não acompanha os jornais? Eles foram o casal top dez! Dizem que foi o primeiro amor do Arsen.
O fito com as sobrancelhas unidas. Não lembro de alguma vez ouvir ou ver algo relacionado a isso. A vida privada do Arsen, embora esteja sempre na mídia, é muito reservada. Não é alguém que faz questão de mostrar ao mundo com quem dorme.
