Viena: A desculpa.

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O coração palpita, as batidas são lentas e pesadas

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O coração palpita, as batidas são lentas e pesadas. Lembro-me de ter tido problemas respiratórios quando criança, toda vez que assistia meu padrasto bater na minha mãe, a dificuldade de respirar me asfixiava. Pensando bem agora, talvez fosse um botão de emergência que minha mente estava programada a acionar. A ciência mostra que todos nós temos um botão de autodefesa em nossos cérebros. O meu, girou em torno da minha mãe por muito tempo.

Não uso o capuz enquanto ando pela calçada em frente a praia, e por conta disso, ouço as piadas sujas e os olhares maldosos. Algumas ousam bater fotos minhas, não reclamo, continuo meu caminho. Nem tenho um destino, só estou andando, olhando para frente como se algo magicamente fosse mudar.

Nada muda.

Sento em um dos bancos, compro um sorvete e me distraio. O dia passa lento e sem muitas expectativas. Desligo o celular. Não quero mais ver as notícias. Passo praticamente metade do dia sentada nesse lugar, até que retorno ao meu apartamento. Na entrada do edifício, a pequena multidão me chama atenção. Imediatamente giro nos calcanhares, fugindo o mais rápido possível, em qualquer direção. Estou cansada de repórteres e paparazzi. São como parasitas.

Entro no primeiro estabelecimento que encontro: um bar. Ocupo uma das banquetas vazias, pedindo uma cerveja. Ligo o celular, e as mensagens e chamadas perdidas preenchem a tela. A maioria pertencem à Bruna, está preocupada com meu sumiço repentino. Verifico as chamadas, encontrando um número que não conheço.

Cogito retornar, mas alguém me rouba a atenção ao sentar ao meu lado. Automaticamente sinto um embrulho na boca do estômago. Vontade absurda de vomitar.

— O que faz aqui? — questiono rispidamente. Ele sustenta um sorriso maroto nos lábios.

— Está gostando da atenção que está recebendo?

Arqueio uma das sobrancelhas.

— Deus, você é tão sem noção. — constato, perplexa com a cara de pau de Alessio Vacchia. — Não é suficiente o que fez? Está me perseguindo?

Ele apoia os braços sobre o balcão, girando o corpo à minha direção, me examinando, descarado.

— Não se sinta tão importante. Não há razão para que eu te siga. — retruca, arrogante. Me analisa criticamente. — Eu avisei que se arrependeria por ter me batido.

O sorriso que se curva em meus lábios é de indignação.

— Pra você é tudo um jogo, não é? Destruir a vida de alguém assim... — encaro a garrafa de cerveja. — Nem ao menos se dá conta da confusão em que me meteu, em que nos meteu. Se você não tivesse acontecido na minha vida, eu teria um emprego, um futuro, amigos. Mas você aconteceu. É apavorante saber que homens como você acontecem na vida de pessoas como eu o tempo todo, no mundo inteiro.

— Ah, não dê uma de vítima, garota. Eu te tornei conhecida. — debocha. Fecho os olhos e trinco o maxilar, buscando auto controle, preciso de forças para não tacar essa garrafa na cabeça dele. Não posso me tornar uma criminosa também.

Um contrato com Viena. - 2Onde histórias criam vida. Descubra agora