Arsen: A sétima taça.

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Eu nunca levei alguém a sério a ponto de apresentar a minha família

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Eu nunca levei alguém a sério a ponto de apresentar a minha família. Abrir a porta do meu mundo e permitir que Viena passe é ultrapassar minhas definições de limites do que é certo ou errado nesse "casamento". Não estava nos meus planos - durante esses 6 meses - levar uma vida tão pública. Alessio não facilitou ao se meter em tantas confusões. O retorno de Girassol e Cain é um alívio, posso contar com eles para mantê-lo na linha e, principalmente, distante da Viena.

Honestamente, me incomoda a forma como ela entra em alerta ao vê-lo. Sua presença realmente é um transtorno. Nunca cheguei a pensar que poderia querer manter distância dele por motivos tão triviais.

Meus irmãos, cunhada e pai estão na sala. Conversam enquanto bebem. A risada alta e contagiante da Girassol preenche o cômodo, pelo clima agradável posso dizer que ela deve estar contando sobre suas aventuras na lua de mel. Diferente do Cain, ela sabe como se divertir.

— Vocês chegaram! — Girassol exclama ao nos notar. Viena rapidamente se esconde atrás de mim. — Querida, estamos vendo você.

A olho por cima do ombro em uma maneira de passar confiança. Ela não confia em mim, por isso permanece escondida. Suspiro ao revirar os olhos e ir a vitrine com bebidas, deixando-a desprotegida e visível aos olhos de todos, que não disfarçam a curiosidade.

— Como foi a viagem? — pergunto à Cain, que não esconde o interesse em Viena, fitando-a intensamente. Ao seu lado, Girassol faz o mesmo. Ambos são indiscretos. — Viena, esse é o meu irmão do meio e a esposa dele.  

Girassol sorri largamente ao saltar do sofá para mostrar a aliança no dedo, exibindo-se. O sorriso nos lábios é contagiante e surreal, me faz repassar tudo o que passou para poder exibir essa felicidade.

— Recém-casados. Você deve entender a empolgação, não? Cadê sua aliança? — Girassol me olha. — Você deu uma aliança, não é? Tem que ter uma aliança!

— Por que é tão importante, Girassol? — nosso pai pergunta, há uma certa dificuldade na fala. Sua voz está fraca, quase falha. As pálpebras caídas, o olhar sem vida, o rosto completamente abatido.

— Aliança é um compromisso, August. Não concorda comigo? Viena, certo?

Naturalmente Viena leva seu olhar a aliança em seu dedo, passa o polegar sobre ela e reflete por alguns segundos. O esforço que faz para não permitir que percebam sua indiferença, é impressionante. Não há um pingo de sentimento em sua expressão, por mais que sorria e os olhos brilhem. Não há nada. Completamente opaco.

— Sim... eu concordo.

Mentira.

Suspiro, chateado comigo mesmo por colocá-la numa situação onde precise mentir por razões tão supérfluas. Eu, que abomino a mentira, estou cada dia mais me habituando a ela. Me afundando tão cruelmente que talvez jamais saia dela, e se sair, não será intacto. Haverá consequências.

Um contrato com Viena. - 2Onde histórias criam vida. Descubra agora