Arsen: Irmão problemático.

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A primeira coisa que você precisa saber, é que eu nunca fui o que cresci acreditando ser

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A primeira coisa que você precisa saber, é que eu nunca fui o que cresci acreditando ser. A estrutura de toda minha vida foi baseada numa mentira bem contada.

August Vacchia realmente foi bom pra mim. Deu tudo que o dinheiro poderia comprar, dividiu sua paixão pelos números e aos 24 anos eu me formava. Ensinou-me a ser um bom ser humano: educação, lidar com o poder e a influência a qual tinha sobre as pessoas, tratar bem as mulheres, ser politicamente correto. Quem dera tivesse aprendido.

Eu devia ter aprendido!

Caminho elegantemente pela entrada da delegacia, protegido por meus seguranças, que impedem os paparazzis de se aproximarem. Os gravadores, câmeras e perguntas são lançadas sem licença, sinto minha mente estremecer. De cabeça erguida sigo à diante, meu semblante provavelmente denuncia a preocupação quanto minha ida a esse local, tenho consciência de que apesar de não ser a primeira vez, talvez não seja a última. Odeio ser afetado pelas confusões do meu irmão, principalmente por prezar a boa imagem que levei muito tempo para construir.

Sou bem recebido, respeitado por alguns conhecidos, os cumprimentando com um aceno discreto. O policial, Nikkos, me recebe, guiando-me pela delegacia. Meu advogado, e também amigo, me segue em silêncio. Ele sabe que estou a ponto de explodir, um erro e eu mato alguém só com palavras.

Infelizmente, herdei o maravilhoso e desprezível dom de machucar as pessoas com minhas palavras. Dizem que uma verdade dura é melhor que uma mentira. Mentira! Diga isso para as inúmeras pessoas que foram vítimas da minha sinceridade desnecessária.

Passamos por uma das portas de segurança, entrando na área externa onde estão as celas. Lars se aproxima mais, estendendo o celular. A expressão indiferente que esboça faz com que eu sinta antecipadamente o impacto da notícia.

— Dessa vez ele foi longe demais, Arsen.

Fixo os olhos na tela, especificamente no artigo de um dos jornais mais bem conceituados do país. Meu sangue ferve, naturalmente, trinco o maxilar. Paro de andar, pensando seriamente em deixá-lo preso. Ele está numa fase difícil e eu compreendo o que ele está passando, ou pelo menos tento entender. Mas Alessio está afundando, e se eu não jogar um bote, ele vai se afogar. Ou afundar.

Não vale a pena a dor de cabeça!

— Quem é a garota? — questiono entre dentes, deslizando o dedo na tela, analisando minuciosamente cada foto. São íntimas. A garota está exposta.

Minha impaciência me impede de reconhecê-la. Mas não importa, as garotas que Alessio leva pra cama geralmente são aleatórias, dificilmente eu saberei distingui-las por características pessoais.

— Acabaram de publicar. Verificarei as fontes e todas as informações sobre isso. Terá tudo até a tarde.

Ainda parado no meio do caminho, assinto, entregando-o de volta o aparelho. Olho para frente, a última cela, Alessio está sentado no único banco de concreto do pequeno espaço. De cabeça baixa e mãos cruzadas, me encara, e pela expressão culpada, sei que ele tem noção da merda que fez, mesmo que não sinta remorso.

Um contrato com Viena. - 2Onde histórias criam vida. Descubra agora