Viena: Sufocando.

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Os dias que seguem, são melhores e mais tranquilos

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Os dias que seguem, são melhores e mais tranquilos. Arsen não faz tanta questão de me levar para a empresa, mas me leva de qualquer maneira. Não é como se tivesse uma escolha. Na hora do almoço, me surpreende com sua presença, informa à Naz que irá sair comigo e a pede para tomar as rédeas em sua ausência. Apanha minha mão e me guia para o elevador, e até estarmos dentro, não a solta. Sua pele suada contra a minha, causando um calor humano intenso. Suas ações me deixam confusa, toda vez que me conformo de que não passamos de dois estranhos, ele faz parecer que estou enganada. Estamos vivendo a tanto tempo nesse teatro que estou começando a acreditar nele.

E isso de certa forma me assusta. As vezes, na calada da noite, me pergunto o que farei quando não precisar mais mentir sobre esse casamento. Irei conhecer outros caras, sair com outras pessoas, me envolver com alguém? Será que finalmente abrirei meu coração e permitirei que alguém entre? São dúvidas que me assombram. O fim do nosso casamento significa o recomeço da nossa vida, e ainda assim, não me sinto entusiasmada.

— Vou viajar no fim de semana. — avisa, olhando-me através do espelho do elevador. Parece esperar por uma reação. Apenas assinto. Não é nenhuma novidade. Arsen está sempre viajando. — Como não sei quanto tempo ficarei fora, podemos sair pra jantar hoje...

— Ou só ficar em casa. — sugiro, desanimada. Estou exausta demais para ter que fingir, para ter que sorrir e olhá-lo apaixonadamente na frente das pessoas. — Preciso trabalhar até tarde. Se não for incômodo, poderia me ajudar com algumas dúvidas?

Ele franze o cenho num ato natural.

— É sobre o projeto? — afirmo. — Seja o que for, posso te ajudar enquanto jantamos. Temos que ser vistos em público.

Suspiro quando as portas do elevador se abrem e ele apanha minha mão novamente.

— É claro. O que é um teatro sem uma peça frequente?

Arsen ignora meu cinismo e, como um bom ator, me guia para fora. Nossa saída atrai olhares e murmúrios, nos tornamos o centro das atenções, nossos nomes citados a cada comentário. Os seguranças de Arsen nos cercam e nos guiam ao seu carro, onde ele abre à porta para que eu entre. Sua atuação só melhora a cada dia.

Tiago nos leva à um restaurante beira-mar, não muito diferente de todos os outros em que Arsen me leva. A diferença está na clientela, a maioria aparenta ser empresário. Na entrada somos recebidos por uma bela mulher, ela nos guia a uma mesa reservada, e para minha surpresa, não somos os únicos. Girassol, cunhada de Arsen, se levanta para nos cumprimentar. Honestamente, é cansativo vê-la sorrir tanto, não consigo acreditar que alguém possa estar bem o tempo todo. Talvez seja porque eu seja ranzinza. Confesso não ser a melhor pessoa para criticar o humor de alguém.

— Devia ter me dito que não éramos só nós! — chio com o canto da boca, discretamente para não ser notada. Arsen intensifica o aperto na minha mão.

Um contrato com Viena. - 2Onde histórias criam vida. Descubra agora