Viena: Sobre viver sóbria.

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Disperso a última conversa com o Arsen, decidindo que não vale o esforço do pensamento continuar revivendo-a

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Disperso a última conversa com o Arsen, decidindo que não vale o esforço do pensamento continuar revivendo-a. Mesmo acreditando ser um absurdo, posso entender o por quê de ter feito um pedido como esse. Um homem como ele tem o que temer, e se seu medo é isso, não dá pra julgá-lo. Foco minha mente no trabalho, uso do meu tempo livre para concluir alguns designer antigos. Os outros designer evitam contato, os cumprimentos são sempre formais, os sorrisos automáticos. Sei que para eles é desconfortante ter a "esposa" sempre por perto, mesmo sendo tratada injustamente, o que posso fazer? Certamente é a consequência que tenho que suportar.

Mais tarde, próximo ao horário da saída, recebo uma mensagem da Bruna pedindo para nos encontrarmos. Nos afastamos desde que me mudei, assim como eu, ela vem focando na vida. Arrisco a aceitar, sabendo que terei que informar ao Arsen primeiro. Bem, ele e eu não somos um casal, não devo dar satisfações da minha vida. É com esse pensamento mesquinho que saio da empresa e vou ao local marcado por Bruna. O mesmo bar onde encontrei Alessio da última vez. As lembranças que recordo ao entrar são péssimas. Ela acena ao me notar, chamando-me pelo apelido. Levanta e me recebe com um abraço demorado, em seguida pede ao barman dois coquetéis.

— Estou feliz que você veio. Esses dias tem sido corrido por conta de um novo lançamento. O trabalho tem sido incrível, uma experiência única, mas querida... como dá trabalho! — desabafa, exausta. As pálpebras e marcas de expressões denunciam o cansaço. — E com você? Me conta como tem sido lá!

Dou de ombros, não tão entusiasmada quanto ela.

— Um pouco solitário. O lugar é como imaginei, mas...

— Mas?

— Não é tão divertido ser a esposa do chefe. Ninguém quer agir confortavelmente perto de mim, agem como robôs e é irritantemente frustrante. — bebo uma exagerada quantidade do coquetel. Uma nota sobre mim: Minha tolerância ao algo é pateticamente baixa. Mas isso nunca foi um empecilho. — Talvez eu não fique lá quando esses meses se passarem. Ser a esposa já é difícil, não quero pensar em ser a ex. É ainda mais vergonhoso.

Bruna desfere um tapa na minha testa enquanto bebo, me assustando.

— Nesse mundo o dinheiro é posição social! Você nem sabe temer o dinheiro! Amiga, não seja estúpida, por favor. Não estou dizendo para ser aproveitadora, mas já que está lama, que mal faz se lambuzar?

Reviro os olhos ao rir. É inacreditável como ela sempre encontra uma maneira de tirar proveito de uma situação, mesmo que seja uma situação tão drástica.

— É um péssimo conselho.

— Eu sei. Mas... tenho razão, ok?!

Me sinto melhor após uma longa conversa com ela. Ouço suas histórias e experiências, me convida para uma festa afirmando que preciso continuar a incansável busca por um homem perfeito, assim não ficarei sofrendo com a separação. Seus planos para o futuro são animadores.

Um contrato com Viena. - 2Onde histórias criam vida. Descubra agora