Capítulo 32 | Down this river every turn

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Capítulo 32 | Pelo mesmo caminho outra vez

Após uma tarde entre preocupações que tentei ignorar e estórias divertidas de Rosa que tentaram me distrair, é hora de encarar a realidade e tomar o rumo que não gostaria, mas dentro de mim sei ser o melhor não apenas para mim e para Leo, mas para nós três.

Tiro minhas roupas do armário e as coloco dentro da mala aberta sobre a cama. Uma sensação de urgência me consome. Diferente da última vez, em que gritos e portas batendo preenchiam nossa casa. Aqui, o silêncio consome o vazio dentro de mim por precisar me afastar de Leo mais uma vez. O deixo com um bilhete de até logo e o desejo que ele seja feliz, da maneira que encontrar para si, com quem quer que seja. Só espero que ele entenda que apesar de o apoiar, não consigo ficar para ver isso de perto. Não agora.

Antes que possa sair do quarto, ouço a porta de vidro se fechar na sala. Não pode ser. Deveria ter mais pelo menos uma hora até seu horário de chegar em casa, sem contar os dias que ficava até mais tarde, já não sei mais onde. Tudo que eu não queria era ter que conversar hoje sobre o que li, o que descobri e muito menos sobre o que está acontecendo na vida amorosa dele e sobre as confusões de meus sentimentos.

- O que você está fazendo? – pergunta ele, sem entender nada, assim que entra no quarto. - A Rosa não comentou nada comigo, vocês vão viajar? – pergunta ele novamente, ainda inocente.

- Estou indo embora, Leo. – respondo.

- Embora? – estranha ele.

- É! Indo embora. – digo, tentando manter a calma. - Preciso ir, não posso ficar aqui agora.

- Epa, epa, peraí. Do que você está falando?!

- Eu não vou conseguir ter esse filho aqui, com você. – digo, evitando olhar para ele. - Isso tudo foi uma grande besteira, uma péssima ideia. Não é sua culpa, Leo, eu só preciso de um tempo longe.

- Para com isso. Olha para mim! – diz ele, firme. - Do que você está falando?!

Pego seu celular em cima da cama e entrego para ele. Estico o braço de maneira que a tela com os dizeres "Você tem 2 chamadas não atendidas" fique bem em frente aos seus olhos.

- Você esqueceu seu celular hoje. – evidencio, apenas.

Sua expressão muda completamente. Agora, mais do que nunca, tenho certeza do que aquilo tudo se trata. Leo pega o aparelho, sinto que quer dizer alguma coisa, mas não sabe o que. Volto a andar entre o armário e a cama, colocando tudo o que consigo dentro da mala.

- Agora me deixa ir. – insisto, enquanto uma raiva cheia de decepção começa a tomar conta do meu corpo. - Você não tem um jantar com a Gabi? Um cinema ou o que quer que seja que vocês andam fazendo juntos?

- Espera Anna, eu posso explicar. – pede.

- Jura? Jura que você escolheu essa frase, a mais clichê de todas, para dizer?! Para mim?! Esperava mais de você, Leo. Aliás, eu já deveria ter aprendido a não esperar mais nada de você.

- Anna, para de arrumar essas malas.

Apesar de sua expressão me lembrar da outra vez que fui embora, deixar esta casa hoje é completamente diferente. Tenho que ir não porque aguento mais estar ao seu lado e sim porque tenho medo do que vai acontecer se eu ficar.

- Anna, para. Pare de arrumar essas malas! – grita Leo, de repente, sua voz em um tom que nunca ouvi antes. - Isso já aconteceu. Você já arrumou as suas malas e foi embora uma vez! Você não vai fazer isso de novo. Eu não vou deixar você sair e desaparecer de novo! Você não vai decidir o que é melhor pra gente e para o nosso filho sem me deixar falar, não dessa vez! – continua ele.

Um amor para toda vida e nada mais [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora