2 - Início do Sonho

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Só faltava uma semana para a prova, eu estava tão ansiosa. Todos os dias na parte da tarde eu saia para treinar, eu estava cansada, as vezes passava um pouco da hora de dormir, e eu ainda estava estudando para a prova escrita. Já era 23h da noite, e eu estava quase caindo de cansaço, e ouvi algo bater na minha janela. Quando abri me deparei com o loiro da janela do quarto dele, eu tinha me esquecido desse pequeno detalhe, já que sempre que ele chegava no quarto fechava a janela, eu comecei a fazer o mesmo.

- Tá fazendo o que acordada essa hora?
- Parou pra pensar que você pode ter me acordado? - Falei colocando a mão no queixo.
- Mas você já estava acordada, percebi a luz acesa, eu não sou idiota.
- O que você quer?
- Estava olhando meu celular e percebi que não tenho seu número. Me passa? - Falou desviando o olhar.
- Quer meu número? - Falei um pouco espantada.
- Que foi, tá ficando surda? Vai passar ou não?
- Claro! Q-Quer dizer... tá bom, eu passo.

Quando fechei a janela meu coração pulava de alegria, eu não estava entendendo, aquilo era só porque ele tinha voltado a falar comigo? Porque eu estou sentindo isso? Estudei com ele desde sempre, e nunca tinha sentido isso.

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A semana passou muito rápido, e lá estava eu, ansiosa, esperando Izuku na entrada da U.A., não demorou muito e eu ja ouvi o garoto gritando.

- Mei-Chan.
- Oii, vamos, estou ansiosa.

Ele parou na minha frente recuperando o fôlego.

- Finalmente chegou o dia. - Ele disse com os olhos brilhando.
- Pronto?
- Sim.

Quando a gente ia dar nosso primeiro passo para entrar na escola escutamos uma pessoinha gritando com a gente.

- Saíam da frente, estão atrapalhando.

Katsuki passou pela a gente com a mesma cara emburrada de sempre. Eu levantei a cabeça e comecei a andar, e quando olhei para traz vi Izuku flutuando e uma garota ao seu lado.

- Izuku ta tudo bem? - Perguntei um pouco confusa.
- Ta sim, é que eu quase cai. - Falou passando a mão sobre sua cabeça.

A garota foi super gentil, até nos desejou boa sorte.

Na hora da prova prática eu acabei ficando junto com Katsuki, que antes de entrar veio me desafiar.

- Aposto que vou fazer mais pontos que você! - Falou com um sorriso sarcástico como sempre.
- Veremos Katsuki. - Falei piscando um olho.

Eu consegui manter o controle da minha individualidade durante toda a prova. E além de fazer pontos derrubando os robôs, também salvei alguns colegas durante o caminho. O que sem nem eu ter imaginado acabou contando depois, eu fiquei logo atrás de Katsuki nos pontos, que claramente ficou em primeiro.
Quando recebi a notícia que tinha passado na prova e que iria estudar na U.A., não me aguentei de tanta felicidade, dei um grito muito alto e comecei a falar :

- Eu consegui! Eu passei! AAHH ! - Lágrimas escorriam em meu rosto de tanta alegria.

Peguei meu celular e mandei pra Izuku, pra ver se ele também tinha passado, e acabei recebendo mensagem de Katsuki dizendo :" Da pra você comemorar mais baixo, tô escutando daqui. " Eu olhei para a janela que estava fechada pelo costume de sempre. E quando abri vi o loiro com o celular na mão e olhando pra minha janela.

- Você passou né? - Perguntei pra ele.
- Óbvio.
- Que bom! - Falei um pouco sem jeito, eu não sabia mais como interagir com ele.

No mesmo instante recebi a mensagem de Izuku, dizendo que também tinha passado.

- O Izuku conseguiu passar! - Falei alegre.

O loiro no mesmo instante fechou a janela do quarto dele. Eu queria mandar mensagem pra ele, mas preferi deixar ele quieto.

------ (...)

E então chegou o grande dia, eu acordei cedo e me arrumei. Mandei mensagem pra Izuku que disse que estava saindo de casa. Fiquei olhando da janela esperando ele chegar, e vi Katsuki saindo. Ele não falou mais nada comigo depois daquele dia, pediu meu número pra deixar de enfeite, já que so mandava mensagem pra reclamar.
Izuku chegou uns minutos depois e então nós fomos pra U.A., e na procura da turma descobrimos que seríamos colegas novamente. Ao entrar na sala, logo de cara reparei o loiro que ficou encarando Izuku com um olhar de ódio. Me sentei na frente dele, atrás de uma garota invisível que veio puxar assunto comigo no mesmo instante.

- Oii, eu sou Toru Hagakure, qual seu nome? - Disse toda alegre.
- O-oi, eu sou Mei Suzuki. - Falei um pouco assustada, eu nunca tive amizade com meninas, então não sabia se estava agindo da maneira certa.

Um tempo depois o professor entrou na sala e se apresentou, o nome dele era Shouta Aizawa. Como um herói profissional eu nunca tinha visto ele.
E então fomos para o nosso primeiro teste em aula, na qual o professor disse que quem ficasse em último seria expulso. O primeiro teste foi o arremesso, na qual não fui muito bem, e acabei me surpreendendo com Izuku, que lançou a bola com uma força absurda. O segundo era uma corrida, que graças aos movimentos que vi Katsuki fazendo consegui adaptar e usar minha individualidade de uma forma parecida. Coloquei meus dois braços para traz, e soltei jatos de água um pouco fortes, que me fez chegar rápido do outro lado.

- Uau, você se saiu muito bem! - Izuku disse se aproximando.
- Eu não sabia se iria dar certo, apenas tive uma ideia observando o Katsuki. - Falei com a mão na cabeça, e quando olhei para o loiro ele estava me encarando, o que me fez ficar vermelha e eu desviei o olhar rapidamente.

- Tudo bem Mei-Chan?
- S-Sim !

Depois de todas as atividades, o professor colocou a nota de cada um em um painel. Izuku ficou em último, e já imaginava que iria sair da escola, até o professor falar que era mentira.
No final da aula sai junto com Izuku, eu estava curiosa sobre sua individualidade.

- Que força incrível você usou pra lançar a bola!
- A-Ah, obrigado! - Falou virando um pouco o rosto.
- Porque não me falou dessa individualidade? Você sempre disse que não tinha. - Falei olhando um pouco suspeita.
- É que... na verdade, eu não consigo controlar, aí eu disse que não tinha... É meio complicado. - Ele falou como se estivesse escondendo algo.
- Hm ...! Certo.

Resolvi deixar pra lá, afinal se tivesse algo ele teria me contado.
Cheguei em casa e fui direto para o meu quarto, a janela estava aberta e sinceramente eu não iria fechar, eu estava esperando algum comentário de Katsuki. Mas não ouvi nada dele. Eu não estava entendendo nada, uma hora ele conversava comigo e em outras fingia que eu não estava lá.


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