25 - Seja feliz

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Eu pisquei os olhos, e de repente eu estava em um lugar lindo, parecido com um jardim, havia flores, pássaros e até uma cachoeira pequena. Eu comecei a andar e a minha roupa se tornou um vestido branco lindo, e então eu comecei a dançar, parecia tão bom, e então eu vi uma luz forte, e um anjo saiu dessa luz e parou na minha frente estendendo a mão, e quando eu notei esse anjo era o Katsuki, e quando eu estava quase prestes a estender a mão pra ele, ele colocou as duas mãos no meu ombro e começou a me balançar enquanto gritava: " Acorda! Acorda! ". E então eu acordei de uma vez me sentando rapidamente. Eu estava em um quarto no hospital, e naquele momento não havia ninguém comigo, então apertei o botão para chamar a médica que não demorou muito para entrar no quarto junto da minha mãe. 

Filha! Aí meu Deus! Que bom que você está bem! Você quase me matou de preocupação. - Ela disse enquanto chorava e me abraçava fortemente.
O que aconteceu? Eu não consigo me lembrar. - Falei olhando a médica.
Você caiu da ponte, e acabou tendo um colapso por cair na água gelada. - Ela disse enquanto se aproximava. - Como está se sentindo?
- Bem. - Falei ainda confusa. 
Porque você saiu escondida? Não conhece a cidade ainda, sabe que é perigoso! Sorte sua que aquele cara te ajudou. Ele pulou na água para te salvar. - Ela falou séria. - Sei que o seu avô não está facilitando as coisas, mas não é assim que se resolve as coisas, tá bom?

Depois disso, passei a noite no hospital e só fui embora no outro dia de manhã na companhia do meu avô. No carro ele não abriu a boca pra falar nada comigo, e eu também não queria falar nada. E passamos o resto do dia assim. A semana passou mais de vagar, e lá estava eu sentada em frente a janela apenas observando o mundo lá fora. Mais tarde quando subi para o quarto, escutei a minha mãe ao telefone com alguém.

Eu estou bem sim! Confesso que está sendo difícil, principalmente pra Mei, ela não está se adaptando, disse pra mim que não quer mais ser uma heroína! - Ela ao telefone. 
Pois é, você sabe melhor do que eu o quão boa heroína ela era. Não me esqueço do que ela fez no festival esportivo, mas isso também foi graças a você Shot…
- Tá falando com quem mãe? - Perguntei enquanto a observava. 
Que susto Mei, não sabia que você estava aí! Só um segundo filha. - Ela falou e logo em seguida se despediu da pessoa. - Era um amigo da mamãe!
- Amigo? Lá do Japão? Eu não conheço nenhum amigo seu.
- Deixa pra lá! Vem, deita aqui, vamos dormir, amanhã é meu dia de folga e o tempo vai está melhor, então quero levar sua avó no parque para tomar um ar.

Eu deixei quieto, apesar de achar um pouco suspeito. Seja quem for esse amigo dela me conhece, porque ela disse que foi graças a essa pessoa que eu fui bem no festival, o que não faz sentido, já que tudo aquilo foi graças ao Katsuki. 
No outro dia minha mãe levantou cedo e foi preparar a minha avó, enquanto eu tomava o café da manhã. Eu ainda estava sem o meu celular, porque o meu avô não quis devolver, e acredite ou não, mas eu estava doida pra conversar com o Katsuki, saber como ele estava. O sonho que tive com ele me fez querer falar com ele, mas logo agora estou sem o meu celular. 

Vovô! Posso pegar o meu celular pra mandar mensagem pra uma…
- Não! Sem celular. - Ele falou e saiu logo em seguida.

Escutei ele dizer pra minha mãe que iria ao mercado, e assim que ele fechou a porta eu comecei a olhar todos os cantos da casa pra achar o meu celular.

O que está fazendo em cima dessa cadeira? - Minha mãe perguntou enquanto me observava abrir um armário mais alto. 
Estou procurando o meu celular.
- Toma, usa o meu, manda uma mensagem pro Izuku, sei que está doida pra falar com ele. - Ela disse me entregando o celular dela.

Eu peguei o celular e avisei Izuku o que havia acontecido, apesar dele já saber por minha mãe ter contado, e quando eu ia devolver o celular parei por instante, a minha mãe não tinha o número do Katsuki, mas tinha o da tia Mitsuki. Apenas mandei mensagem perguntando como ela e o loiro estavam. E depois devolvi o celular novamente. 
Hoje é sábado, e na segunda é o dia que eles vão para o acampamento, Izuku deve está animado, enquanto Katsuki provavelmente vai por obrigação, que droga, eu queria tanto está lá com eles. 

Um tempo depois, meu avô chegou com algumas compras, e eu saí com a minha mãe e a minha avó. 
A minha avó além de não andar, também não costuma dizer nada, e quando ela fala algo é difícil pra entender. No parque ela ficou me reparando por um bom tempo, o que eu estranhei, era como se ela quisesse falar alguma coisa. Ficamos por meia hora lá, e depois voltamos. A noite quando minha avó ainda estava na sala, eu fiquei sentada perto da lareira enquanto desenhava meu antigo uniforme de heroína. A minha mãe estava na cozinha e o meu avô tinha ido tomar banho.

Vi a minha avó levantar a mão e apontar pra mim. Eu levantei e fui até ela imediatamente.

O que foi vovó? Quer algo? - Falei segurando a mão dela que ainda estava esticada. 
- Vo-oce… - Ela tentou falar. 
Quer que eu chame a minha mãe? - Falei me agachando em frente a cadeira de rodas. 
Vo-cê… tem que… - Ela falou e parou por alguns segundos. - Ser feliz
O que? - Falei espantada. 
Seja feliz. - Ela falou baixinho e um pouco embolado, mas eu entendi.

Não sei porque, mas as palavras dela me fez chorar. Ela passou a mão no meu rosto bem devagar, e logo em seguida começou a dormir. Eu me levantei e limpei as lágrimas, e então avisei minha mãe que ela havia dormido. 

Não sei porque minha avó me disse isso, mas teve um impacto muito grande em mim. Ser feliz? Mesmo querendo acho que no momento não seria possível. Ela me fez pensar em tantas coisas, tipo, o que exatamente me faria feliz agora? Já faz dias, ou melhor, semanas que não sei o que é dar um sorriso. Não me lembro do último dia que eu estava bem, as únicas coisas que vem na minha cabeça são os momentos tristes, os que mais me machucaram, o Katsuki se afastando de mim, eu tendo que me despedir dos meus colegas, o dia que eu quase me matei, a dúvida de escolher entre a minha mãe e a minha vida como heroína, ir embora da casa onde eu cresci, não ter o apoio do meu avô, ver a minha avó nesse estado, ver a minha mãe preocupada, não poder me comunicar com os meus amigos e deixar de lado o sonho que o Izuku que me fez ter de ser uma heroína. Não, não tem como eu ser feliz vovó, é impossível ser feliz nessa vida, talvez na próxima dê certo. 

Naquele dia eu dormir pensando que não tinha mais como tudo piorar. Mas eu estava errada, porque o que estava prestes a acontecer naquela semana iria me derrubar ainda mais, porém, aquela queda não seria pra me matar, e sim pra me reerguer.

 Mas eu estava errada, porque o que estava prestes a acontecer naquela semana iria me derrubar ainda mais, porém, aquela queda não seria pra me matar, e sim pra me reerguer

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