Prólogo

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Só poderia ser um pesadelo, aquilo não estava acontecendo, era uma miragem ou um fruto da minha imaginação e mente cansada

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Só poderia ser um pesadelo, aquilo não estava acontecendo, era uma miragem ou um fruto da minha imaginação e mente cansada.

Me belisco para ter certeza de que estou sonhando, mas a imagem não some.

Fecho meus olhos na esperança de estar enganada, mas quando os abro a cena grotesca e nojenta continua em minha frente.

É a realidade e não uma fantasia, o meu noivo está na cama com a Natalya,  minha irmã mais velha.

Um soluço sai da minha garganta chamando a atenção do casal que transava em minha cama, e isso aumenta a minha dor.

— Por que Sean? — Lhe pergunto sem conseguir me conter.

— Cath eu posso me explicar. — Ele me responde, mas não tem explicação para o que estou vendo.

— Fala a verdade para ela meu amor, mais cedo ou mais tarde Ecatherine iria descobrir tudo. — A minha irmã diz com um sorriso triunfante em seu rosto.

— Cath eu me apaixonei pela Natalya, por favor nos entenda. Não mandamos no coração e escolhemos a quem amar. — Ele diz sem sequer me olhar nos olhos.

— Tudo bem Sean, eu não irei brigar por você pois não vale a pena. — Lhe respondo querendo sair dali o mais rápido possível.

— Você se acha boa demais para mim não é Ecatherine, mas saiba que quem não vale a pena é você. Eu perdi foi o meu tempo todos esses anos, sempre te esperando e você sempre ocupada. — Ele diz e segura meu braço. 

— Eu nunca me achei melhor do que você Sean, tudo que fiz foi pensando em nós, em nosso futuro. — Lhe respondo.

Sean não vem de uma família abastada como a minha, a família dele é dona de uma corretora de imóveis.

Nos conhecemos desde a infância, começamos a namorar quando eu tinha desesete anos. Ficamos noivos no início do ano, no dia do meu aniversário de dezenove anos.

Amanhã seria o dia tão sonhado do nosso casamento, mas mais uma vez a Natalya tirou algo que eu amo.

Não entendo essa sua nescessidade de competir comigo, ela tem tudo, o amor dos nossos pais, uma vida perfeita, carros, casa, viagens, jóias e poder.

Enquanto eu não tenho nada, moro em um pequeno apartamento de apenas um quarto, ando de metrô ou de ônibus, trabalho de segunda a sexta como a assistente do meu pai na empresa, e recebo menos do que a recepcionista do prédio.

Sou odiada pela minha família, e o motivo é por meu irmão gêmeo ter nascido morto. Meus pais me culpam pela morte do tão esperado primogênito e herdeiro da presidência da empresa.

A uma semana nosso pai passou para minha irmã sessenta por cento das ações da nossa empresa, deixando claro quem herdará todo o seu patrimônio.

Eu não ligo para isso,  a muito tempo sei o meu lugar nessa família. Guardar ressentimento deles não me trata nada de bom, a não ser mais dor.

— Você é frígida Ecatherine, sempre querendo esperar pelo casamento para se entregar a mim. Acha que um homem de verdade como eu aguenta passar por isso?— Ele diz e conheço o verdadeiro Sean, com certeza que não é a primeira vez que sou traída.

Ele sabia que eu  tinha um trauma relacionado ao sexo, pois quando estava com dezesseis anos fui sequestrada e um  dos  sequestradores tentou abusar de mim.

Só saí ilesa por que o outro bandido teve piedade e me salvou de um destino tão cruel.

Desde então venho fazendo terapia para superar o trauma, mas ao invés de me  apoiar Sean sempre me espezinhou e cobrou muito.

Usava o meu amor para tentar me manipular a ir para a cama com ele, ignorando completamente o trauma que carrego.

Nos últimos meses vínhamos passando por inúmeras discussões pela minha recusa de me entregar para ele.

Uma vez ele até tentou forçar a barra, havíamos ido a uma festa de um dos seus amigos. Ele bebeu muito na volta para casa começou a me tocar, e a tentar tirar as minhas roupas. Se não fosse pela minha prima Abigail e o namorado dela nem sei o que teria acontecido aquela noite.

Mas estúpida como sou o perdoei, não percebi o mal caráter que ele era até hoje, agora vejo claramente.

— Isso só mostra o quanto você nunca me amou Sean, pois se me amasse ao menos um terço do que eu te amei entenderia e respeitaria meus motivos. Sabes muito bem o motivo de ainda não termos feito sexo, se os papéis fosse invertidos eu te apoiaria e estaria ao seu lado te dando forças para superar. —Lhe respondo.

— Dois anos de apoio não foram suficientes para você? — Ele me pergunta, mas não o respondo.

— Sean meu amor não vale a pena discutir com Ecatherine, ela é demasiado egoísta para te entender. — A Natalya fala.

— Encontro você sua vádia transando com o homem que era meu noivo, na cama que eu costumava dormir sua cadela e eu que sou egoísta.—  Lhe.   respondo.

— Não ofenda a sua irmã Ecatherine, respeite-a. — O Sean diz apertando o meu braço.

—  Vocês dois se merecem. —  Lhe respondo, puxo meu braço do seu aperto, retino o anel de noivado e o jogo em seu rosto.

Saio do quarto rapidamente, mas para meu azar encontro com meus pais no corredor. Com certeza vieram para defender a filha querida e amada deles.

—  Espero que não tenha magoado a sua irmã, ela está em um momento muito frágil da vida dela e não pode passar por momentos estressantes. — A minha mãe fala me olhando com nojo.

— Eu não posso magoar aquela vadia, mas ela pode me magoar quantas vezes quiser.—  Lhe respondo e mal acabo de falar e sinto o meu rosto virar com a força do tapa que levei.

— Lave a sua boca antes de falar assim da minha filha.  — Meu pai diz, olho para ele e só vejo ódio.

— Eu também sou sua filha Dimitri, também tenho o mesmo sangue que o de vocês correndo em minhas veias. — Lhe respondo.

— Infelizmente,  mas quem me dera ter sido você a morrer quando nasceu e não meu amado filho. — A minha mãe me responde.

Não falo mais nada, não adianta discutir com essas pessoas. Eles não se importam com a minha dor e sofrimento, muito pelo contrário devem estar feliz e se regozijando de me ver sofrer.

ImpiedosoOnde histórias criam vida. Descubra agora