Capítulo Quarenta e Cinco

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Após entrarmos no tribunal, fomos até a parte reservada a acusação onde o meu  advogado já estava a espera do início do julgamento

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Após entrarmos no tribunal, fomos até a parte reservada a acusação onde o meu  advogado já estava a espera do início do julgamento. O Dom me abraça apertado, beija meus lábios e vai se sentar em seu lugar.

Como ele e o Andrey foram as pessoas que me salvaram e presenciaram o ataque do Sean, também teriam que depor como testemunhas da acusação.

As outras testemunhas de acusação e defesa, meus familiares e amigos, familiares e amigos dos réus também entraram no tribunal e ocuparam seus lugares.  Em seguida foi a vez dos advogados da defesa dos réus, depois o Sean e seus pais foram trazidos por alguns agentes da penitenciária.

Ao vê-lo a única coisa que senti além de um medo muito grande, foi raiva, nojo, ódio e o desejo de fazer justiça por tudo que ele e seus pais me fizeram passar.

Alguns minutos depois foi a vez dos participantes do júri entrar no tribunal e me surpreende ao perceberam que tanto o juiz como o promotor eram mulheres assim como parte dos jurados. Todos eles fazem o juramento, e também se sentam em seus lugares e logo em seguida a promotora da abertura ao julgamento.

A promotora pede para que eu me sente na frente do tribunal, e relate tudo que aconteceu no dia do sequestro.

Me levanto com as minhas pernas um pouco trêmulas, olha para o Dom e ele faz um aceno quase imperceptível de cabeça demostrando  que está aqui para me apoiar. Ando lentamente até a promotora, faço meu juramento e me sento no famoso banco dos réus e testemunhas.

A juíza faz a primeira pergunta, me perguntando no conheci o Sean e seus pais e sobre o que me lembro do dia do sequestro. Eu já esperava que eles me fizessem  perguntas sobre isso, mas nunca é fácil falar sobre o passado e sobre o peso que isso tem sobre mim.

Mas mesmo sofrendo por me lembrar de uma parte da minha vida que tenho tentado arduamente esquecer, eu respondo a primeira pergunta da juíza.

Ela me pede para contar sobre o que aconteceu no dia que o Sean quase me estuprou e sinto meu corpo estremecer. Lhe respondo que não quero falar sobre esse assunto, mas ela não aceita e insisti para que e eu fale.

Fecho meus olhos brevemente e é como se tudo tivesse acontecido ontem, as cenas se passam em minha mente sem parar me deixando enjoada.

Começo a sentir falta de ar, tontura e calafrios e sei que estou perdendo o controle. Coloco a mão em minha garganta, e inspiro e espiro lentamente tentando me acalmar e não ter um ataque de pânico.

Sinto um toque em meus dedos e quando abro os olhos meu homem está diante de mim, ele segura a minha mão e a leva aos lábios.

— Fica calma bebê, vai ficar tudo bem. — O Dom diz e seca as minhas lágrimas.

— Por favor sirvam uma água para a vítima. — A promotora diz e logo um dos assistentes do tribunal trás um copo de água para mim.

— Bebe a água amor, irá te ajudar a se acalmar.  — Ele diz e faço o que ele falou.

Quando percebe que estou um pouco mais calma, ele faz um carinho em meu rosto, beija a minha mão mais uma vez e volta para seu lugar.

— Senhora Smirnov peço desculpas por ter feito uma pergunta tão difícil e que meche muito com o seu estado psicológico, mas peço que também compreenda que a sua resposta é muito importante para o desfecho desse julgamento. — A juíza diz e aceno em concordância.

— A resposta para a sua pergunta senhora juíza é que eu me lembro de absolutamente tudo, me lembro de ser agredida por ele, me lembro de ter as minhas roupas rasgadas por ele, me lembro de ter meu corpo tocado e mordido por ele. Me lembro dele abrir as minhas pernas e se colocar entre elas pronto para consumar o fato, enquanto escutava meu choro e as minhas súplicas para que parasse. Me lembro de implorar a Deus  em meu coração e pensamentos que me salvasse de passar por algo tão hediondo, e foi nesse momento que o outro sequestrador apareceu e o tirou de cima de mim. Me lembro de cada palavra nojenta que ele me disse, cada momento que fiquei a mercê dos criminosos que agora eu sei se tratarem dessas pessoas aqui presentes, tudo que eu vivi no período do meu sequestro ficou impregnado em minha mente.  —  Lhe respondo e limpo as lágrimas que rolam por meu rosto.

— Protesto senhora meritíssima juíza, a vítima não pode acusar os nossos clientes sem ter sido claramente provado que são culpados. — Um dos advogados do Sean e da família dele fala.

— Protesto negado, a vítima tem todo o direito de contar a sua versão dos fatos como foi pedido por mim. — A Juíza lhe responde.

Após eu acabar a minha declaração, os advogados de defesa do Sean e de sua família começaram a me fazer perguntas sobre o sequestro, tentativa de abuso e a agressão que sofri. Respondo a todas claramente e sem me exaltar, mesmo quando eles repetiam a pergunta com a tentativa clara de me fazer errar e me estressar.

Quando os advogados acabaram de me interrogar, volto para meu lugar e me sento. Logo em seguida foi a vez das testemunhas de acusação darem seu depoimento, e o primeiro foi o Dom que foi interrogado tanto pelo meu advogado quanto pelos outros advogados. 

Após as testemunhas de acusação darem seu depoimento foi a vez foi a vez dos réus e testemunhas da defesa, e me surpreendi quando a Natalya depôs a favor do Sean. Mas meu advogado fez um ótimo trabalho, não deixando espaço para que ela  me calúniace.

Acabado os depoimentos  os advogados começaram a debaterem entre si, o meu advogados ressaltou o nosso desejo de justiça por tudo que foi feito contra mim.  E os advogados de defesa continuaram a alegar inocência deles, mesmo tendo um depoimento gravado com a confissão do Sean.

— Esse tribunal está em recesso, voltaremos em trinta minutos. — A Juíza fala e se levanta saindo por uma porta lateral sendo acompanhado pela promotora e jurados.

Eu e o Dom também saimos da sala e fomos até a área reservada ao meu advogado. Me sentei no sofá ao lado dele, deitei a minha cabeça em seu ombro e ele começou a fazer um carinho gostoso em meus cabelos.

— Fomos muito bem senhor e senhora Smirnov Mikhailova, estou bem confiante de que conseguirei a pena máxima de prisão para os acusados. — Meu advogado fala.

— Isso é ótimo, quero que eles paguem por tudo que fizeram de ruim a minha esposa. — O Dom lhe responde.

Quarenta minutos depois o recesso acaba,  voltamos ao tribunal e nos sentamos em nossos lugares  para ouvir a decisão do tribunal.

— Peço a todos os presentes que fiquem de pé para a leitura da sentença. — A promotora de justiça fala e fazemos o que ela nos pediu.

—  Esse tribunal declara os réus culpados por todos os crimes cometidos contra a vítima e os condenamos a pena máxima de prisão sob regime fechado, sem direito a recorrer em segunda estância. — A Juíza fala a sentença, bate o martelo e os pais do Sean começam a protestar.

— Ordem no tribunal — A juíza  diz batendo várias vezes o martelo.

— Isso é injusto nós somos inocentes, essa maldita vadia está mentindo. — A Micaela, mãe do Sean grita transtornada.

— Está encerrada sessão. — A Juíza fala e bate o martelo encerrando o julgamento.

A Micaela consegue se soltar e vem correndo em minha direção, ela retira uma arma de dentro da sua roupa, aponta para mim e atira. Mas antes que o tiro me acerte o Sean me empurra e a bala que era para mim acerta o seu peito.

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