Capítulo 31🍷Encontro fatal - Parte 2🍷

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_ Sabe que o quê está fazendo é uma tremenda loucura, não é?! _ Giovanni acelera a velocidade do carro.

_ Por isso te pedi ajuda. _ Respondo olhando ansiosa para trás.

_ O julgamento que faz de mim é péssimo, não é bella?! _ Me encara com expressão magoada. _ Sei que deixei a desejar algumas vezes com você, mas nunca foi minha intenção colocar sua vida em risco.

_ Não esquenta, Giovanni. A única coisa que preciso é de alguém que saiba onde é a fortaleza de Giuseppe Marinho e me deixe lá. Lembrei de você porque te considero um amigo e alguém de confiança. Além de dirigir muito rápido, claro.

Sei que massageando seu ego conseguirei convencê-lo a me levar onde quero.

_ Nisso tem razão! Não se preocupe que te levarei onde quiser e ninguém nos alcançará. _ Giovanni se gaba.

Minha tática funcionou.

_ Então, essa é a hora de provar isso! _ Olho no retrovisor lateral. _ Parece que Nicollo e Paollo já descobriram que fugi.

Giovanni também olha pelo retrovisor, passa a marcha do carro e se concentra na pista. Uma corrida contra o tempo se inicia. Os carros serpenteiam a estrada. Os sons de motores e pneus chamam a atenção de camponeses que pastoreiam gados ou cuidam de plantações próximas ao asfalto.

Tensa, seguro no painel do carro.

_ Se quisermos sair de Parma sem sermos pegos, precisamos despistar esses caras. _ Giovanni acelera mais. _ Segure firme, bella!

Envereda pelas ruelas do centro da cidade e acaba enganando eles realmente.

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Peço a Giovanni que estacione distante da fortaleza.

A construção se destaca no alto de um monte e no fim de uma estrada cercada por campos e um bosque que não permite que o carro seja visto. Os pêlos de meus braços se arrepiam ao vislumbrar a construção imponente e imaginar que Cesare está preso e até mesmo sendo torturado por trás das paredes.

Apressada, coloco a mão na maçaneta da porta para descer. Giovanni me impede...

_ Alexandra, tome cuidado. É sério. Não se deixe enganar pela fala mansa de Giuseppe Marinho. Aquele homem é terrível. Sei que se meu primo sair ileso dessa, irá me matar por te trazer aqui. Até agora não sei como me convenceu a fazer isso. _ Segura meu pulso firme.

Parece que está tendo uma crise de consciência justo agora.

_ Deixe-me ir, Giovanni. Não sabemos se despistamos mesmo os outros. Paollo e Nicollo podem nos alcançar a qualquer momento. Preciso fazer isso. Prometo que tomarei cuidado. _ Suplico.

Giovanni concorda e me solta.

_ Ficarei aqui te esperando. _ Me lança um olhar velado enquanto desço do carro e caminho pela estrada de pedra que leva à fortaleza do chefe da maior organização criminosa da Sicília.

Uma neblina sorrateira vai surgindo pelo caminho, dando um ar sinistro ao local. O som de meus saltos ecoam no chão de pedras. Holofotes focam em mim, assim que me aproximo do portão da fortaleza. Me encolho assustada. Os portões logo se abrem. Dois homens de ternos e armados surgem. Me encaram curiosos. Um terceiro surge entre os dois. O reconheço imediatamente. É o mesmo ruivo que tentou me levar à força do antiquário há algumas semanas...

_ Ora, ora! O que temos aqui?! _ Solta um sorriso escarnecedor.

Só agora noto que tem um dente de ouro na lateral da boca. _ Giuseppe ficará muito satisfeito com o presente que lhe foi deixado na porta.

 Sambuca di Sicília. Série Caminhos do destino. Vol.1Onde histórias criam vida. Descubra agora