Prestes a completar dezoito anos, Alexandra dos Anjos terá que fazer uma escolha que definirá o rumo de sua vida.
Estudou desde os quinze em um dos internatos mais conceituados do Rio de Janeiro enquanto a mãe esteve fora do país trabalhando como go...
Verifico minha imagem no grande espelho do banheiro pela última vez. Cesare tinha razão. A tarde de repouso me fez bem. Depois do estresse dos últimos dias, precisava de um tempo só para mim.
Após uma refeição leve, apaguei na cama do quarto do hotel. Descansei horas suficientes para acordar renovada. Tomei um banho relaxante, sem pressa, e comecei a me arrumar para encontrar Cesare à noite como o combinado.
O que será que ele tem a me dizer?
Caminho até a cama onde deixei a bolsa tiracolo que combina com o vestido justo e branco que se ajusta perfeitamente em meu corpo curvilíneo. Nos pés scarpins vermelhos e na boca batom da mesma cor para combinar.
Não sei porque tenho a impressão de que o quê Cesare tem a me dizer é algo importante e merece a vestimenta especial. Borrifo um pouco de perfume por todo o corpo e saio pelo corredor do hotel...
_ Senhorita dos Anjos? _ Um dos funcionários do hotel me intercepta assim que desço a escadaria. _ O senhor a aguarda no jardim dos fundos do prédio.
_ Estranho. Cesare disse que me encontraria aqui no saguão. _ Franzo a testa.
O rapaz da recepção ergue os ombros em sinal de desconhecimento.
_ Talvez ele tenha mudado de ideia. Me acompanhe, por favor.
Sigo o recepcionista.
Pode ser que Cesare queira me fazer uma surpresa. Espero que não esteja criando muitas expectativas. Mas ele me pareceu tão empolgado durante a conversa no bosque próximo ao hospital. Tenho certeza de que Nicollo ainda se mantém contra ao nosso relacionamento e talvez o tenha pressionado. Mas sei que Cesare não é o tipo que cede à pressão. É firme em suas convicções e não faria nada contra sua vontade.
Meu coração acelera ao imaginar nosso relacionamento sendo levado a um outro nível. Um sorriso bobo brota em meu rosto.
O jardim do hotel é um espaço ao ar livre com palmeiras e pequenos arbustos distribuídos por um caminho de pedras que serpenteia uma área iluminada por lanternas. O clima do local é bem fresco e agradável. Nesse horário há pouco movimento pois a maioria dos hóspedes estão no restaurante.
_ O senhor a espera próximo ao orquidário. _ Imediatamente o rapaz se retira.
Caminho até o local indicado. Assim que me aproximo vejo o homem elegante de costas. Mas quando chego mais perto logo percebo que não é Cesare.
_ Vicenzzo. O que faz aqui? _ Olho para os lados surpresa. _ Onde está Marisa?
_ Ela não veio. Na verdade, minha mulher nem sabe que vim ao seu encontro. _ Ele se vira mantendo as mãos nos bolsos e uma expressão séria.
_ Cesare ficou de me encontrar para jantarmos. Sinto muito, mas preciso esperá-lo no saguão. _ Entro em estado alerta.
A calma disfarçada de Vicenzzo não me engana. Vi o ódio em seus olhos mais cedo.
_ Ele se atrasará um pouco. Mas não se preocupe lhe farei companhia enquanto o aguarda. _ Dá alguns passos lentos em minha direção.
Os movimentos de Vicenzzo são silenciosos como de uma cobra rastejante pronta para dar o bote.
_ Então, prefiro conversar lá dentro. _ Dou um passo para trás.
O sinal de alerta agora grita em minha mente.
_ Não é necessário ficar assustada. Quero apenas conversar com você. Não pretendo machucá-la. Apenas coopere.
_ Quê? Não.
Me afasto apressada quando ele avança em minha direção. Mas sinto minhas costas baterem em alguém. Viro e dou de cara com Ettore, o ruivo brutamontes, antigo consigliere de Giuseppe Marinho.
_ Oi boneca. Nos encontramos novamente. _ Ele ri rouco e sinistro.
_ Não. _ Dou um passo atrás e sinto Vicenzzo bem próximo agora. Vejo-me encurralada pelos dois. _ Vicenzzo, não faça nenhuma besteira...
Antes que consiga tomar outra atitude na tentativa de sair do local. Mãos fortes me seguram pela cintura e outra cala minha boca com um pano. Respiro fundo para gritar, mas um ardor invade minhas narinas. O lenço úmido tem alguma substância que logo invade meu cérebro e me faz cambalear.
Sinto-me tonta. As vistas ardem e lacrimejam. As pernas fraquejam e meu corpo tomba. Antes de entrar em estágio de inconsciência profiro baixinho o nome da única pessoa que queria que chegasse agora.
_ Ele está muito ocupado para vim te salvar, docinho. _ Ouço a risada rude de Ettore.
Sou erguida no colo. Meus olhos pesam ainda mais e apago.
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Nota da autora:
Olá meus amores! Quanto tempo não nos falamos! Sei que o capítulo foi curtinho e as atualizações estão menos frequentes, porém tudo isso tem um motivo. Primeiro, porque estamos chegando na reta final de "Sambuca di Sicília" e estou me preparando para escrever um fim perfeito para essa história que conquistou nossos corações♡
Segundo, porque em breve mostrarei a capa de minha nova obra que dará sequência à série "Caminhos do destino". O volume dois promete revelar mais uma cidade pouco conhecida e apaixonante.
Terceiro, porque tenho divulgado o lançamento em e-book e versão física do volume 1 de Fazenda 3 Irmãos. Se tiver interesse em adquirir, basta entrar em contato comigo.
Espero que estejam gostando! Logo trarei novidades! Não deixem de curtir e comentar. Se quiserem me seguir, estou no Instagram (escritorasarasantos).
