Capítulo 44🍷Momentos adiados🍷

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O trajeto do condomínio onde moramos até o calçadão da praia de Copacabana leva uns cinco minutos. Como é fim de semana há mais movimento na ciclovia e na praia. Alguns se exercitam em uma academia ao ar livre, outros correm pela orla ou jogam vôlei na areia.

Caminhamos como tantos outros casais, sem pressa e de mãos dadas. Meu coração dispara toda vez que olho para ele.

_ O que foi? _ Me observa intrigado.

_ Nada demais. _ Sorrio sem jeito. _ Só me custa acreditar que estamos realmente juntos. Cheguei a pensar que nunca mais nos encontraríamos.

_ Também pensei isso muitas vezes. E cada vez que acontecia, morria aos poucos por dentro. _ Respira fundo e me abraça pela cintura.

Caminhamos abraçados por um tempo depois descemos a escadaria que leva à areia.

_ Vamos sentar aqui para conversarmos. _ Aponto para um banco de concreto embaixo de um coqueiro.

_ Venha. _ Cesare senta no banco atravessado, me coloca entre suas pernas e me abraça por trás.

Ficamos por um tempo em silêncio observando as ondas e sentindo a brisa em nossos rostos.

_ Queria que a vida fosse sempre assim. _ Fecho os olhos e encosto a cabeça em seu ombro.

_ Assim como, mio angelo?_ Inspira em meus cabelos e beija meu ombro.

_ Simples, como um passeio à tarde de mãos dadas. Sem preocupações e medos. _ Olho de lado para ele.

_ Eu também. Por isso quero te pedir algo.

Giro o corpo para encará-lo. Sinto que aquele momento importante, adiado por Vicenzzo naquela noite no hotel, finalmente está acontecendo.

_ Seja minha, mio angelo. Case-se comigo e fiquemos juntos sem medos, julgamentos, nem reservas.

_ Sim. _ Uma lágrima escorre por minha face._ Eu me caso. _ Toco seu rosto com carinho. _ Não quero mais ter que me separar de você.

Os olhos de Cesare se iluminam. Nos beijamos como se aquele pequeno oásis na areia fosse só nosso.

_ O que acha de depois que oficializarmos tudo nos reunirmos com Pietro e viajarmos em família para algum lugar distante por um tempo?_ Cesare me aperta em seus braços.

Meu coração se aquece com seus planos.

_ Seria maravilhoso. Só que a família iria um pouco maior do que imagina. _ Sorrio com expectativa.

_ E quem mais iria conosco?

Tenho a impressão de que Cesare já desconfia do que pretendo revelar.

Pego sua mão e a deslizo por minha barriga.

_ Nosso outro filho. _ Cesare fica em silêncio por alguns minutos.

_ Mio angelo, você está mesmo... _ Ele acaricia minha barriga com muita delicadeza.

Confirmo com um aceno de cabeça.

_ Estou grávida, Cesare. Vamos ter um bebê. _ Franzo a testa._  Mas parece que você já sabia.

Exijo uma explicação com o olhar.

A reação dele me desarma de todos os receios. Me ergue do banco, me põe de frente para ele e beija minha barriga.

_ Não tinha certeza. Mas suspeitei quando a reencontrei. Algo mudou no seu corpo e na sua forma de se movimentar. Sabia que havia algo diferente em você. Está com quanto tempo?_ Os olhos brilhantes não se afastam de meu ventre.

_ Seis semanas. _ Acaricio seus cabelos curtos quando beija novamente minha barriga.

Levo um susto quando se levanta, me ergue nos braços e me gira.

_ Não tem noção da alegria que estou sentindo nesse momento, mio angelo! _ Seus olhos estão úmidos. _ Você me tornou o homem mais feliz dessa terra!_ Me gira novamente.

_ Cesare! Pare!_ Dou gargalhadas. _ Assim vou ficar tonta novamente. 

_ É verdade. Desculpe. _ Me põe no chão com cuidado. _ Como se sente agora? Tem tido acompanhamento médico?

_ Tirando os enjoos e tonteiras com frequência, estou saudável. Descobri a gravidez recentemente, por isso ainda vou começar o pré-natal. _ Explico. _O que mais me fez sofrer desde que descobri que estava grávida foi ser obrigada a esconder de você que teríamos um filho. Minha consciência me castigava todos os dias por privar essa criança de ter um pai, como minha mãe fez. _ Cesare me encara como se visse uma joia muito rara.

_ Não tem mais que se preocupar com essas lembranças. Estou aqui, mio angelo. Criaremos nosso filho juntos. _ Acaricia meu rosto. _ Eu te amo, Alexandra.

_ Te amo demais, Cesare. _ Me estico na ponta dos pés e enlaço seu pescoço.

Seus braços me apertam pela cintura.

_ Vamos embora daqui. Preciso de um tempo só com você. _ Me segura pela mão e me leva pelo calçadão.

Sinaliza para o primeiro táxi que aparece.

O motorista entende nossa urgência, porque dirige meio que apressado. Logo chegamos ao hotel onde Cesare está hospedado.

A porta do quarto se escancara. Minhas costas batem na parede. Cesare ergue meus braços acima da cabeça. O hálito quente em meu rosto. Depois seu gosto em minha boca.

_ Quanta falta senti de você... _ Distribui beijos por meu pescoço e colo. _ Sei que preciso ser cuidadoso mas...

Sua respiração está pesada e meu corpo quente como se estivesse em ebulição. Puxo sua camisa de um modo que arrebento os botões.

_ Não quero que seja cuidadoso. Quero você, agora.

Ele ergue minhas pernas, circulo seu quadril. Caminha comigo até a grande cama no meio do quarto de luxo da cobertura do hotel.

Primeiro Cesare tira meu top pela cabeça e admira meus seios agora fartos devido a gravidez. Depois deixa um rastro de beijos por meu corpo. Se concentra um bom tempo em meu ventre, cheirando, beijando e até falando coisas incompreensíveis.

Cesare abre os botões do shorts jeans e puxa por minhas pernas. Leva alguns segundos me observando. Não sei o que  está pensando, mas não me importo em me entregar sem reservas ao único homem que amei. Aquele que cuidou de mim desde o primeiro dia em que nos conhecemos. Que me tornou sua mulher e é o pai de meu filho.

Ele me experimenta até levar-me ao ápice de prazer. Gemo seu nome enquanto puxo seus cabelos. E quando sinto que não posso mais esperar, ele se posiciona e desliza para dentro de mim tornando-nos um só mais uma vez..

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Acordo com o toque do celular. Estico o braço preguiçosamente sem querer sair dos braços de Cesare.

_ Alô. _ Esfrego as vistas para despertar. _ Oi Micaela, o que houve?

Cesare também acorda e presta atenção na conversa.

_ Alexandra, onde você está sua maluca? Disse que voltaria logo e desapareceu! Nicollo cansou de esperar e foi para casa.

_ Meu Deus, Mica! _ Me desenrosco do corpo de Cesare. _ Acabei perdendo a noção do tempo.

Cesare sorri abertamente, além de brincar com uma mecha de meu cabelo.

_ Trate de vir logo para casa, pois Nicollo está começando a surtar. Disse que ligou várias vezes para você e caiu na caixa postal. Não estranharei se daqui a pouco ele acionar a polícia.

_  Certo. Já estou indo. Desculpe por isso, Mica. _ Desligo o celular.

Cesare me observa com a cabeça apoiada no cotovelo e um sorriso bobo no rosto enquanto começo a me vestir.

_ Agora tenho que lidar com Nicollo chateado porque desapareci o dia inteiro.

_ Vamos juntos conversar com ele. Mas antes precisamos comer algo. Tenho que alimentar meu filho...

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 Sambuca di Sicília. Série Caminhos do destino. Vol.1Onde histórias criam vida. Descubra agora