Capítulo 35🍷Palavras que não foram ditas - Parte 2🍷

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Ergo a cabeça do colo de Giovanni quando ouço a voz de Cesare. Ele sai da enfermaria do hospital e nos encara com olhos semicerrados. Vem acompanhado de Kiara, que agora está com o braço com curativo e enfaixado.

Minha cabeça está pesada e sinto-me zonza. Foi preciso que me administrassem um calmante assim que chegamos ao hospital. As últimas vinte quatro horas foram traumatizantes e tudo que vivenciei mais o estado crítico de Nicollo me levou a um nível máximo de estresse.

_ Finalmente a bela adormecida acordou! _ Kiara sorri maldosamente.

Eu a ignoro e sento no sofá da sala de espera do hospital.

_ Como você está?_ Me dirijo a Cesare.

_ Foi apenas um deslocamento. O médico já colocou no lugar. _ Cesare encara Giovanni, que se levanta e cede o lugar ao meu lado.

_ Fico feliz que esteja melhor, primo. _  Giovanni sorri sem jeito.

_ Não pense que não sei que foi você que colocou a vida de Alexandra em risco mais uma vez. _ Cesare o encara sério.

_ Giovanni não tem culpa de nada. Só me ajudou porque insisti muito. Além do mais, se não tivesse ido ao seu encontro poderia estar preso até agora ou acontecido coisa pior.

_ Mas Nicollo estaria bem e sem uma bala alojada no ombro, não é principessa?_ Kiara acrescenta lembrando o estado crítico de meu pai.

Abaixo a cabeça entre as mãos.

_ De nada adianta ficar tentando encontrar culpados. O que tinha que acontecer já aconteceu. _ Paollo nos interrompe. _ O que importa é que nosso amigo já está sendo operado. Acredito que em breve sairá da sala de cirurgia e um médico virá nos atualizar sobre seu estado.

_ Não fique assim, mio angelo. Seu pai sairá dessa. Ele é forte. _ Cesare acaricia minhas costas.

_ Parece que o médico vem com notícias! _ Mattias se aproxima acompanhado de outros dois agentes que também participaram da operação. Todos se levantam ansiosos.

_ A cirurgia foi bem sucedida. _ O médico circula o olhar cansado pelo grupo. _ Mas o paciente perdeu muito sangue. A bala estava alojada em um nervo que dificultou bastante a retirada.

_ Como ele está, doutor? _ Dou um passo a frente.

_ O quadro do paciente é estável, mas requer atenção. Está sedado, portanto as próximas horas serão decisivas. Precisamos também fazer uma transfusão de sangue. Vamos ver como reagirá.

O médico pede licença e se retira. Voltamos todos para nossos lugares e continuamos a esperar...

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Não consigo me desconcentrar do som da aparelhagem a qual Nicollo está ligado. Passei o restante da noite na sala de espera do hospital e ao amanhecer o médico autorizou que somente uma pessoa ficasse como acompanhante no quarto. Os demais foram embora.

Cesare insistiu para que eu descansasse um pouco, mas nem ele conseguiu me tirar do lado de Nicollo.

_ Precisa sair um pouco. Trocar de roupas e comer alguma coisa. _ Cesare entra no quarto no horário de visitas.

_ Estou bem. _ Insisto quando Cesare se aproxima.

Está de banho tomado, roupas limpas e barba feita.

_ Acha que Nicollo vai ficar satisfeito de te ver assim quando acordar? _ Me ergue da poltrona pela cintura. _ Deixei um quarto reservado no hotel próximo ao hospital. Tome um banho, coma alguma coisa e descanse.

 Sambuca di Sicília. Série Caminhos do destino. Vol.1Onde histórias criam vida. Descubra agora