Capítulo 11🍷Feliz aniversário, Alexandra!🍷

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Apesar de bastante vaidoso e falar mais de si mesmo do que ouvir os outros, Giovanni é divertido. Fomos em um restaurante estilo taberna. Jantamos um delicioso fetuccinne com molho marzano, escolhido por ele. Tomei minha primeira taça de vinho. Na verdade, só alguns goles, pois não estou acostumada com álcool.

Mais tarde, fui conduzida à uma pista de dança. Me senti constrangida no início por não saber os passos do estilo musical. Um cantor local fez uma apresentação intimista de músicas regionais, acompanhado apenas por um violinista. Outros casais começaram a dançar, me misturei a eles e acabei rindo de minhas tentativas.

_ Sou um homem muito invejado, sabe, Alexandra?_ Giovanni comenta ao voltarmos para a mesa.

_ Por que diz isso?_ Ergo os olhos.

_ Porque estou sempre acompanhado das mulheres mais belas.

_ Não acho legal você encarar as mulheres como troféus.

O sorriso dele murcha.

_ Não quis te ofender. Isso foi mais um elogio.

_ Não estou ofendida. Mas esse jeito de falar dá a impressão de que só valoriza a aparência.

_Valorizo muito mais que isso, principessa. Olhe você, apesar de bem jovem tem personalidade forte, é inteligente, decidida e divertida. É uma garota admirável, sabia? Por isso meu primo vive te escondendo.

_ É só cuidado. _ Aceno a cabeça. _ Cesare carrega o peso da promessa que fez a minha mãe. Ela pediu que ele me apoiasse.

_ Tem horas que parece que é mais do que isso. _ Giovanni suspira impaciente.

_ Porque sempre o provoca?_ Apoio o cotovelo na mesa segurando o queixo.

_ Não faço de propósito. Cesare vive na defensiva. Está sempre tenso, implica com tudo e perde a paciência fácil.

_ Talvez seja consequência do que  viveu no passado.

_ Por que está o defendendo? Ninguém tem culpa dos problemas dele. Talvez a mulher o tenha traído justamente por causa desse jeito intransigente.

Giovanni aumenta um pouco o tom da voz.

_ Nada justifica a irresponsabilidade dela. Por causa disso ela perdeu a vida e Pietro foi criado sem mãe.

Giovanni acena a cabeça.

_ Sinto pena do garoto. Vive trancado naquela casa. Não vai a escola e nem convive com outras crianças.

_ Também acho que Pietro deveria frequentar a escola, ao invés de ter professores particulares. Mas acho que Cesare tem feito o que pode.

_ Que tal pararmos de falar dos outros e pensarmos um pouco em nós. _ Ele repousa a mão em cima da minha.

Retiro devagar.

Giovanni está se precipitando. Não existe nós.

Somos interrompidos algumas vezes durante a noite para que Giovanni dê autógrafos e tire fotos com alguns fãs. Tenho uma demonstração do quanto ele é famoso na Sicília, porém receio que o sucesso e a fama já tenham lhe subido à cabeça.

Próximo ao horário estipulado por Cesare, saímos do restaurante meio que a contragosto de Giovanni. Ele conduz o carro esporte pelas ruas de Sambuca. A noite está bem agradável. Há pouco movimento de pessoas, como na noite em que cheguei ao vilarejo. Circulamos a praça principal. Admiro a igreja em reforma ao alto.

Gostaria de fazer uma visita aos prédios antigos da cidade qualquer dia desses...

Estacionamos na porta da mansão. Giovanni permanece pensativo por um tempo olhando um ponto a frente. Prevendo que tente tornar a situação  uma oportunidade para jogar seu charme, começo a me despedir...

 Sambuca di Sicília. Série Caminhos do destino. Vol.1Onde histórias criam vida. Descubra agora