Capítulo 18🍷Fuga🍷

1.6K 205 11
                                    

Giovanni me aguarda em seu carro do lado de fora da mansão dos Leone. Desço carregando minha mala com dificuldade. No pé da escada, Donatta me encara com as mãos na cintura.

_ Onde vai com essa mala?

_ Está evidente, não é? Estou indo embora.

_ O senhor Cesare sabe disso?_ Ela ergue as sobrancelhas.

_ Não. E não precisa saber até que eu esteja bem longe. Tenho certeza que para você isso não será nenhum sacrifício, afinal de contas sempre quis me ver pelas costas, não estou certa?_ A governanta afirma. _ Então, basta fingir que não me viu sair.

Sigo para fora acompanhada por seu olhar de censura. Giovanni me ajuda a guardar a mala. Respiro fundo ao sentar no carro.

_ O que foi? Está arrependida?

_ Não. Sei que estou fazendo o certo. Só estava me perguntando se alguém nessa casa gostava de mim de verdade.

_ É claro que sim, bella! Você sabe que sim.

Peço a Giovanni que dê uma parada no centro do vilarejo, onde compro itens básicos, como produtos de higiene e limpeza, roupas de cama e alimentos. Depois partimos para meu novo lar, a casa na colina que herdei de minha mãe...

_ Tem certeza de que não quer que eu fique um pouco mais?_ Giovanni demonstra desapontamento.

_ Tenho certeza. _ Seguro sua mão com carinho. _ Você já me ajudou muito e daqui por diante preciso me acostumar com minha nova vida.

_ Sabe que sempre estarei aqui quando precisar, não é bella?_ Parado no batente da porta, ele beija minha mão.

_ Sei, sim. Você tem sido um grande amigo, Giovanni. _ Toco seu rosto com carinho.

Ele brinca pondo a mão no peito como se levasse uma flechada.

_ Ai! Essa doeu! _ Depois fica sério. _ Sabe que desejo ser muito mais que um amigo.

_ Desculpe, Giovanni. Não estou pronta. _ Abaixo a cabeça. Ele ergue meu queixo, sorri e pisca.

_ Tudo bem. Posso esperar, bella! Buonanotte amore mio!

_ Boa noite, Giovanni.

As horas que se seguiram foram tão ocupadas com limpezas e arrumações que mantiveram minha mente vazia de preocupações. Quando sentei em uma das banquetas da cozinha para beber um copo de leite quente, após o banho, meu corpo estava tão cansado que não tive forças para pensar muito no futuro e nas questões que ainda terei que enfrentar.

Subo a escada, entro em meu novo quarto e vestida apenas de calcinha e sutiã desmaio de cansaço em minha cama kingsize super macia e de lençóis novos.

Abro os olhos relutante. A primeira vista que tenho é de um céu azul cobalto. Devo ter dormido demais, pois o rastro de sol que entra pela janela já está forte.

Uma brisa quente sacode as cortinas brancas e finas. Alguns pássaros cantam por perto. Espreguiço-me com vontade, sento-me lentamente até que levanto a cabeça e grito ao me deparar com Cesare sentado em uma poltrona me observando com um olhar sinistro.

_ Bom dia. Dormiu bem?_ Ele fala com os braços cruzados.

_ O que faz aqui? _ Puxo o lençol até o pescoço, pois dormi somente de calcinha e sutiã.

Ele sorri sarcástico.

_ Se assustou? _ Se desencosta da poltrona. _ Como acha que me senti quando cheguei em casa ontem e não te encontrei?

 Sambuca di Sicília. Série Caminhos do destino. Vol.1Onde histórias criam vida. Descubra agora