O baile: parte 2

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Bruno narrando

Quando meus olhos bateram em Linda, meu coração acelerou e as famosas borboletas brotaram no meu estômago. Ela estava perfeita. Tinha certeza de que ela seria a mulher mais encantadora daquele baile e que sorte a minha de poder ser o homem a acompanhá-la. No caminho até o local da festa, fomos todos conversando. Estavam me sentindo mais enturmado com Gabi e Pedro. Queria ser amigo deles também. Eram ótimas pessoas.
Chegando na festa, desci de mãos dada com Linda do carro. A porta estava cheia de fotógrafos. Eu e Linda tiramos várias fotos juntos e também tiramos fotos com os amigos dela. Sua família ainda não tinha chegado. Rapidamente, minha presença na festa se tornou um burburinho. Embora eu estivesse acostumado com a exposição, tinha medo de que aquilo chateasse Linda. À medida que a festa foi enchendo, mais gente vinha até mim pedindo foto. Linda não fez nenhum comentário sobre a situação, apenas saiu para tirar fotos com o resto da sua turma.
A família dela chegou, os primos vieram logo me cumprimentar. A mãe de Linda era muito legal comigo. Tomei coragem e puxei uma conversa mais séria com ela.
- Dona Suzana, posso perguntar uma coisa?
- Oi - ela disse se virando até mim - Claro, querido, pode falar.
- O que a senhora acha de eu pedir sua filha em namoro?
- E você ainda acha que precisa? - ela disse em tom descontraído. - Mas acho sim uma boa ideia oficializar sim o relacionamento de vocês, só acho que hoje não é o dia.
- Verdade. A senhora tem razão, obrigada!
- Por nada, Bruno. E saiba que vocês tem a minha benção.
Eu sorri para ela. Fiquei contente por ela achar que eu sou um bom candidato a namorar sua filha.
A festa foi ficando cada vez mais cheia, o som já tava ficando alto. Linda retornou das fotos já com um drink na mão.
- Você tá perfeita. - eu disse e dei um beijo em seu pescoço.
- Obrigada, senhor Bruno Rezende. - ela disse rindo.
Começamos a dançar na pista. Linda estava bebendo bastante, não ficava sem um drink na mão. Estava completamente solta, alegre e dançante. Dançava comigo, seus amigos e algumas pessoas de sua família. Não sou bom dançarino, só me deixei ser levado pelo momento. Ela estava muito engraçada também, nunca a vi dançar daquele jeito. Eu bebi também um pouquinho, mas logo parei.
Perto da meia noite, os avós de Linda foram para casa. Eles só tinham ido ao baile mais pelas fotos que tirariam com a neta. Não tinham mais paciência para aquele tipo de evento. Suzana foi levá-los e retornou para a festa.

Os primos de Linda sumiram na festa. Suzana e Roberto conversavam na mesa. Seus tios também conversavam entre si.
Tato já tinha arranjado uma garota e desapareceu. Gabi e Pedro também sumiram na pista. Só ficou mesmo eu e Linda dançando juntos.
A banda contratada começou a tocar. A festa ficou ainda mais animada e a pista ainda mais cheia. Estava tudo bem até que o vocalista da banda começou a falar no microfone no meio de uma música.
- É galera, essa formatura tá muito animada mesmo, quero ouvir um grito de todos os doutores! - e os formandos começaram a gritar - Fiquei sabendo também que temos a ilustre presença do capitão da seleção de vôlei, nosso Bruninho está aqui!

Eu fiquei completamente sem graça. Eu já sabia que muitas pessoas sabiam da minha presença naquele lugar, mas ter meu nome anunciado no microfone me constrangeu. A noite não era minha, era dos formandos. A noite era de Linda, ela era o centro da minha atenção. Em segundos, todos ao meu redor começaram a olhar para minha cara e eu soltei um sorriso amarelo.

- Vem cá, Bruninho! - o cara falou no microfone.

Eu não sabia como reagir. Olhei para Linda e ela me olhou de volta com uma cara não tão feliz.

- Vai logo - ela disse impaciente.

Eu fui contra a minha vontade. Minha vontade era de socar a cara daquele imbecil. Para que merda ele foi avisar para todo mundo que eu estava lá? Qual a necessidade disso? Eu só queria curtir a noite com a minha garota em paz. Já tinha parado várias vezes para tirar foto com as pessoas e agora queria curtir o momento com ela.
Fui até o palco, acenei pro pessoal e uma gritaria tomou conta do local. O maldito do vocalista ainda me passou a porra do microfone e eu só queria que abrisse um buraco sob meus pés.

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