Pouco tempo, muita correria

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Linda narrando

Na manhã do dia 2, eu e Bruno fomos ao escritório da corretora. Combinamos de que só contaríamos nossa decisão para nossas famílias e nossos amigos depois que o contrato estivesse assinado.
Chegamos na corretora e foi tudo bem rápido. O contrato durava 1 ano e tinha mais algumas cláusulas burocráticas lá, que eu não entendia tão bem, então Bruno ficou responsável por ver essa parte. O valor do aluguel cabia no meu orçamento e tínhamos planos de comprá-lo após o primeiro ano morando lá, se tudo desse certo.
Depois que resolvemos tudo no escritório, fomos ver algumas lojas de construção para ver tintas para mudar a cor de algumas partes da casa, essa seria a única mudança que faríamos por enquanto lá. Fomos também ver os móveis do nosso quarto e da sala. Fiz questão de mandar fazer um móvel para a sala onde eu pudesse guardar e exibir meus discos e livros que traria da Bahia. Também olhamos móveis para um dos quartos que faríamos de escritório. O terceiro quarto, inicialmente, ficaria disponível para hóspedes.
Resolvemos aproveitar algumas coisas do apartamento de Bruno e o resto ele venderia e doaria. A melhor parte, sem dúvidas, foi a escolha da nossa cama. Escolhemos a maior cama possível que tinha na loja e ficamos experimentando vários colchões. Parecíamos duas crianças indo a um parque de diversões. Estava sendo um dia cansativo, mas eu me sentia feliz por aquilo. Em um dia, resolvemos o máximo de coisas possíveis. O que restava agora era esperar as coisas chegarem para tudo tomar forma.

À noite, após chegarmos e termos tomado banho, ligamos para nossas famílias para contar. Ligamos primeiro para Vera, pois sabíamos que ela adoraria nossa decisão e nos apoiaria. Em seguida, ligamos para minha mãe que também ficou empolgadíssima com a notícia e se ofereceu para vir até o Rio nos ajudar na mudança. Como eu ainda retornaria para Salvador, Bruno ficaria como o maior responsável pela mudança. Por último, ligamos para Bernardinho. Estávamos tensos com a reação que ele teria e Bruno se importava muito com a opinião dele. Para nossa surpresa, ele se mostrou muito feliz pela nossa decisão e também nos apoiou.

- E o casamento sai quando? - Vitória apareceu falou ao fundo da vídeo chamada.
- Ainda não sabemos, princesinha - Bruno respondeu
- Mas não se preocupe que quando acontecer, você vai ser a primeira pessoa que vamos contar - eu respondi.

Quando desligamos a chamada, Bruno deu a ideia de fazermos uma reunião com família e amigos para inaugurar o apartamento. Eu achei que era uma ótima ideia, porém senti uma ponta de tristeza quando percebi que meus melhores amigos não poderiam vir comemorar comigo aquele momento.
Os dias que se seguiram foram de muita correria, estávamos completamente focados  em deixar tudo pronto o mais rápido possível. Não queria deixar tanto trabalho para Bruno quando eu fosse para Salvador. Dei um jeito de cuidar de tudo que dava para agilizar na minha presença, até tinha me esquecido que em poucos dias o resultado da prova de residência sairia. Dentro de mim, já havia me conformado de que eu não passaria e teria mais um ano de estudos pela frente.
Na manhã em que retornei para a Bahia, eu e Bruno demos uma passada rápida em nossa futura casa. O lugar já estava ficando com nossa cara. Só faltavam alguns móveis e nossas coisas. Eu já tinha entrado em contato com uma transportadora para levar as coisas que eu mandaria da Bahia para o Rio. 
Bruno me levou até o aeroporto e foi a despedida mais feliz que tínhamos feito até então, pois quando eu voltasse, seria para começarmos nossa vida juntos.

- Estou sentindo até frio na barriga - falei
- Mal posso esperar para o dia que você vai voltar e eu vou te levar para nosso cantinho - ele disse me abraçando.

Ouvi meu voo sendo chamado. Dei um beijo em Bruno que me levantou do chão. Eu amava quando ele fazia isso.

- Até logo, namorada.
- Até logo, namorado - dei mais um beijinho nele e segui para o embarque.

Ao chegar em Salvador, eu nem sabia por onde começar a organizar as caixas que levaria comigo. Pedro, Gabi e Tato vieram me ajudar. Foi muito importante para mim tê-los naquele momento. O apoio deles era fundamental para mim.

- Então, quer dizer que você e Bruno vão se casar sem ter casado? - Tato disse.
- Aparentemente, sim. Mas eu nem ligo para essa parte do casamento, acho que não vai fazer tanta diferença.
- Verdade, você nunca deu importância para isso - Pedro completou.
- E se ele te pedir em casamento, você vai aceitar? - Gabi perguntou
- Sei lá, acho que sim, né? Não pensei muito nessa burocracia não - respondi
- Pois eu acho bom você começar a pensar, Bruno é todo romântico. Não dou 1 mês para ele aparecer com um anel de noivado para você.
- Para, Tato - respondi jogando uma almofada nele.

Eu realmente não tinha pensado nisso ainda. Morar juntos fazia sentido para mim, mas casar nunca foi uma puta vontade para mim. Fiquei intrigada pensando naquilo o resto da noite. Sorri ao ver que Bruno tinha postado um story no Instagram com uma foto em nosso apartamento e colocou na legenda "Agora só falta a mulher mais Linda do mundo chegar para a casa ficar completa @lindapstreit". Não demorou muito para pessoas começarem a pedir para me seguir por causa marcação que Bruno fez do meu perfil.

Bruno narrando

Depois que Linda viajou, eu fiquei 100% dedicado a agilizar a mudança para nosso apartamento. Alguns móveis do meu atual apartamento iriam comigo junto com meus itens pessoais.
Em poucas semanas, eu e Linda estaríamos vivendo ali. Eu só faltava saltitar de alegria ao pensar nisso. Estava tudo dando certo.
Numa das minhas visitas ao apartamento, acabei conhecendo um casal muito simpático que seriam nossos vizinhos, Micael e Lara. Eles também era jovens, assim como eu e Linda. Ambos eram professores e trabalhavam em escola dando aula para ensino médio. Em pouco tempo, fiz amizade com eles. Só faltava Linda chegar para apresentá-la a eles.
Eu comecei também a organizar a reunião que faríamos no dia que Linda retornasse para comemorarmos a mudança. Minha mãe e minha irmã viriam, assim como Suzana, a mãe de Linda. Elas seriam as primeiras hóspedes que receberíamos. Fiz questão de que tudo estivesse impecável para quando elas chegassem.
Os dias estavam tão corridos que eu não percebia o tempo passar. As caixas que Linda enviou da Bahia não demoraram para chegar, deixei elas empilhadas em nosso quarto para que ela arrumasse suas coisas como preferisse.
Pedi a ajuda do meu pai para terminar de organizar a casa. Ele me ajudou com a limpeza junto com Júlia, Vitória e sua esposa, Fernanda. Fiquei contente pela boa vontade deles em me ajudar naquele momento.
No meio da faxina que estávamos fazendo, Linda me telefonou. Eu havia esquecido completamente que era o dia que sairia o resultado da prova de residência, mas quando vi que era me ligando automaticamente lembrei.

- Alô, Bruno? - ouvi sua voz do outro lado do telefone e não soube decifrar se ela estava feliz ou triste, se havia passado na prova ou não.
- Oi, meu amor! E aí, saiu o resultado, né? Você passou?

Um pequeno silêncio se instalou na casa quando eu disse isso. Meu pai, minha madrasta e minhas irmãs me olharam com cara de apreensão. Estava ansioso para saber a resposta da minha pergunta.

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E aí? Qual o palpite de vocês? 👀👀👀

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