Triângulo

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- Bom dia! - a voz de Damon me faz abrir os olhos lentamente

- Humm bom dia, está tão claro… - digo apoiando os pés no chão olhando ao redor do meu quarto - Damon, Charlie! - meu coração acelera

- Seu pai saiu cedo, somos só nós aqui, com fome? sempre esqueço que vocês precisam comer todos os dias, que vida horrível. - ele então vira um copo de whisky na boca

- Trouxe bebida para minha casa? - ergo as sobrancelhas o encarando

- Pensei que depois de ter transado com um vampiro centenário um pouco de álcool não fosse problema. - um sorriso torto nasce em seus lábios

- Damon… - suspiro observando seu jeito descontraído na cadeira

- Precisa se vestir as férias acabaram e nossa vida de estudante tediosa vai começar dentro de… deixa eu ver… - ele então observa o próprio pulso - olha só, 20 minutos.

- Damon sai dessa cadeira! - meus olhos estavam queimando - saia agora.

Como se diz a alguém que você ama outra pessoa e que ainda pensa nela e nos momentos que tiveram juntos? olhar para ele ali sentado onde o Edward já sentou era a pior nostalgia que já havia acontecido comigo, aquela visão era como uma faca que atravessava o peito sem piedade por quê por mais que eu tentasse enxerga-lo não era ele, nunca seria ele sentado ali novamente. Eu tive medo que minha mente fosse como uma peneira, e que algum dia eu não lembrasse mais a cor exata dos seus olhos, a sensação do toque da pele fria dele, ou da textura da voz dele mas era ao contrário eu me lembrava de tudo, ver Damon repetir uma ação tão simples como sentar em uma cadeira que uma vez ele havia se sentado despertou algo no meu cérebro, era como um lembrete em minha mente que sempre alertava para o mesmo recado  "você não pode esquecer". Eu podia não pensar nisso, mas eu precisava me lembrar disso. Porque só havia uma coisa na qual eu precisava acreditar pra ser capaz de viver - eu precisava saber que ele existia. Isso era tudo. Tudo mais podia ser suportado. Contanto que ele existisse em algum lugar protegido de minha mente, uma área reservada a ele como aquela simples cadeira que Damon estava sentado, o toque de outra pessoa atrapalhando os lugares onde ele esteve um dia era como um tiro dado em um inocente, doloroso e mortal.

- Por que? O que tem de errado com essa cadeira? - suas sobrancelhas se cruzam me olhando com a cabeça inclinada ao lado

- Eu só quero que você saia por favor… - uma pontada estranha atinge meu peito a medida que caminho de um lado para o outro pelo quarto, era a culpa.

- Bella o que está acontecendo? - Damon continuava ali, sentado

- SAI DA DROGA DESSA CADEIRA AGORA! - um grito forte sai de minha garganta

- Damon me analisa se levantando lentamente com um olhar desconfiado enquanto deixa sobre o balcão o copo de whisky. Continuava a andar pelo quarto de um lado para o outro

- Deixe-me adivinhar, se lembrou do Edward? - ele sorri ironicamente enquanto o encaro, ele havia dito o nome que eu recusava pronunciar durante meses

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