Meus dedos eram ágeis, eu sabia de cada peça que tinha na arma, brincar com ela agora talvez tenha se tornado um hobby, eu a tinha como minha melhor amiga, então eu não poderia larga-la em cima da mesinha ou em qualquer outro lugar, aliás sempre muito eficiente, minhas mãos estão prontas para apontar e atirar no primeiro filho da puta que estiver nos colocando sobre pressão, seja Jackson ou não, eu não vou me importar e muito menos me arrepender de furar a cara do sujeito.
Sente um desconforto nas costas, ela pedia um descanso, a horas minha posição está a mesma, encostei no sofá e retornei a olhar para a arma.
É inevitável não imaginar o quanto tudo isso está longe de se resolver, ainda existe perguntas sem respostas, mortes, e essa maldita acusação que carrego por ter tirado a vida da mãe de Jackson. Como que esse cara não parou para pensar que ele deve ter inimigos além de mim?.
A obsessão dele de querer me matar é tão invasiva que mantém cego de pensar que pode haver alguém que seja o verdadeiro assassino.Eu só era um cara que queria curtir a festa, era só uma companhia de um amigo, eu nem ao menos conhecia Jackson.
Ah, merda.
Eu não queria ter que expandir mais ainda o seu ódio, mas Jackson, ele sim está ferindo os que são mais importantes para mim, eu só queria que ele me escutasse, ouvisse os fatos do que realmente aconteceu, mas já que ele quer promover uma guerra, que assim seja.
- Está tudo bem meu rapaz?. - ouvi o senhor Benjamin.
- Ah....sim. - forcei um sorriso e coloquei a arma em cima da mesinha próxima ao sofá. - Me desculpe senhor Benjamin. - eu não gostava de está exposto com aquilo perto dele.
- Não se preocupe. - ele trazia uma caixa de ferramentas nas mãos que logo colocou no chão. - No que está pensando?. - cruzou os braços e esperou minha resposta.
- Problemas. - respirei fundo olhando para a janela evitando algum tipo de contato com ele.
- Você é tão jovem para se preocupar tanto filho.
- Quem comete erros nunca para de pensar nas merdas que já fez um dia, ou até mesmo se arrepende de um dia está na hora e no lugar errado.
- É por isso que somos chamados de seres humanos. - olhei para o senhor que estava sorrindo parado a minha frente. - Nunca ouviu falar, que quem nunca pecou que atire a primeira pedra?. - sentou-se ao meu lado com um pouco de dificuldade. - Meu jovem, se sente-se culpado, apenas recomesse, volte do princípio se for preciso, se o que fez de errado ainda o persegue, busque ir atrás e resolva da forma mais boa que passe pela sua cabeça, mas primeiro, tente se reconsiliar com si mesmo, permita se perdoar
- E se isso for impossível senhor?. - engoli seco. - E se eu estiver me sentindo culpado não porque eu não fiz algo, e sim por ser culpado de o que estão fazendo com os que eu amo?.
- Garanto que onde a sede de vingança, dificilmente acaba bem. - olhei para o homem vivido e sábio. - Ainda mais se houver mais mortes. - apontou para a arma.
- Esse é o único jeito senhor Banjamin.
- Não. - balançou a cabeça negativamente. - Você consegue resolver tudo sem manchar suas mãos. - Confie em si mesmo, e saberá como acabar com todos os seus problemas, sem precisar carregar vidas seifadas por você.
- Eu só queria que isso tudo acabasse. - sente sua mão bater em minhas costas.
- Nada é para sempre. - sorri vendo ele se levantar e me estender a mão. - Vamos trabalhar?. - eu havia marcado com ele de ir para a marcenaria hoje.
- Claro. - ergue a minha palma que foi puxada me fazendo ficar de pé.
- Muito bom dia!. - Lian pareceu vindo da cozinha com um copo de suco na mão.
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O garoto da Casa ao Lado - [Min Yoongi]
Teen FictionPodemos nos esconder do passado por dez ou até mesmo milhares de anos, mas uma coisa é certa, se a raiz maligna que ainda permanece nele não foi arrancada e destruída de vez, o mais óbvio é que ela esteja crescendo, e os galhos desta árvore irão lhe...