Capítulo Bônus Parte II

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Entro na cozinha para almoçar, mesmo estando sem fome.

As crianças já estão quase terminando.

--Conseguiu, mãe? --pergunta a Alice.

--O quê, filha? --respondo um pouco aérea.

--O meu celular, mãe. A senhora disse que iria conversar com meu pai. Ele saiu e nem falou com a gente.

--Não, filha. Ainda não. Seu pai está muito chateado com tudo isso. Vamos dar um tempo pra ele.

--Mas eu vou ficar sem meu celular? --questiona assustada.

--Se você precisar, peça sua irmã o dela emprestado.

--Pode pegar, Lice. Não tem problema. --a Rafaela concorda de imediato.

Minutos depois eles saem da cozinha deixando-me sozinha. Recolho a louça e começo a lavá-las. Isso vai me ajudar a pensar nos próximos passos que preciso dar.

O Rafael está estranho demais.

Eu não imaginava que ele teria essa reação quando nossos filhos começassem a namorar.

Talvez seja porque é a primeira filha e ele tomou um susto.

Apenas isso. Penso.

À noite preparo o jantar e ficamos aguardando o Rafael chegar do trabalho.

Fico preocupada com demora dele e resolvo ligar para saber se está tudo bem.

Sou surpreendida quando ele me diz, ao telefone, que não virá para o jantar e diz também que não preciso aguardá-lo, pois irá chegar tarde.

Desanimada faço a refeição com meus filhos e deixo separado um prato para o Rafael.

Não sei que horas ele chegou.

Tenho a impressão que foi tarde, porque acabei pegando no sono e somente senti o seu peso sobre o colchão e nem abri meus olhos.

Quando acordei pela manhã ele não estava mais na cama.

Depois de tomar banho e me arrumar para o trabalho, acordei os gêmeos e fui preparar o nosso café da manhã.

Neste período, o Rafael chega à cozinha com várias sacolas com pães e bolos.

Distribuo os alimentos à mesa e ele senta para tomar o café. Ainda permanece sisudo e não pronuncia nenhuma palavra.

As crianças entraram na cozinha e vão se acomodando em seus lugares. E quando eles cumprimentam o pai ele responde.

--Papai. --a Alice o chama de forma cautelosa. --O senhor vai me devolver o celular hoje?

--Não.

--É porque....eu vou precisar dele, pai. Tenho algumas coisas importantes anotadas nele.

--Você não vai precisar dele e nem precisa ir à escola hoje. Ainda nessa semana você começará na escola nova. -- ele informa.

--Escola nova? Como assim? --a Alice olha de mim para o pai.

Eu não sei o que dizer a minha filha. O Rafael não comentou nada comigo sobre trocar o colégio da Alice.

--Use o restante da semana para arrumar sua bagagem. E separar o que é importante para você levar. Só o essencial.

--Bagagens? A escola não é aqui na cidade? --Alice pergunta assustada e com a voz embargada.

A Luta Pelo AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora