Capítulo Trinta e Seis

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Por Rafael

Meu trabalho estava fluindo bem.

Havia passado o período de experiência e eu estava muito feliz.

O trabalho era simples, um pouco cansativo por ficar muitas horas em pé. Mas eu não reclamava.


Para mim o mais importante era estar trabalhando.

Minha rotina estava estabelecida.

Nos dias em que eu trabalhava, eu levava a Gabi primeiro e depois ia para o meu serviço.
Nos dias de folga eu levava ela na escola e quando voltava, estudava um pouco.

Aos domingos em que eu estava escalado para trabalhar, eu deixava a Gabi na casa dos meus sogros para ela não ficar sozinha o dia todo.


E assim, passaram mais de seis meses.

Nesse período saíram dois editais para o concurso de Delegado e eu resolvi fazer.

Como eu já estava estudando, fui confiante para realizar a prova.

Porém, nem tudo saiu como esperado.

No dia do resultado veio a decepção.

--Eu não fui nem classificado, Gabi.

Eu olhava as duas provas em minhas mãos e não acreditava no meu fracasso.

--Calma Rafael. Concurso é assim mesmo. --Gabi fala na sua calma habitual.

--Nem tanto, Gabi. Eu não consegui nem a pontuação para classificar. Eu acho que isso não é pra mim. Tantos meses de estudos e olha só. Tempo perdido. --jogo as folhas na mesa.

--Calma Rafael...

--EU NÃO QUERO FICAR CALMO. EU ESTOU COM RAIVA. VOCÊ NÃO ENTENDE ISSO? --grito com ela.

Quando a Gabi me olha assustada eu percebo a merda que fiz.

--Desculpa. Eu não queria ter alterado com você.

Saio da sala e vou para o chuveiro. Deixo a água fria acalmar os meus nervos.

Fico debaixo d'água um bom tempo.

Quando saio, visto um pijama e deito na cama, pegando no sono em seguida.

No dia seguinte, levanto cedo para ir trabalhar. Como é sábado eu não preciso acordar a Gabi.
E também, depois da minha explosão de ontem, eu acho que ela não vai querer conversar comigo.

Saio do quarto e deixo Gabi dormindo.

Ao chegar na sala, vejo que a mesa está limpa, sem nenhum papel.

Acredito que ela deve ter recolhido tudo ontem.

Tomo meu café rápido e vou para o trabalho.


O dia passa devagar e eu fico remoendo tudo o que aconteceu no dia anterior.

Eu não sei o que fazer da minha vida.

Eu planejei tantas coisas.

Quando pedi a Gabi em casamento eu tinha tantos planos em mente para nós dois.

Nos meus sonhos eu iria dar uma vida tranqüila e confortável para ela. Nós iríamos viajar muito no nosso primeiro ano de casados.

Eu queria fazer o concurso e imaginava que com um ano de estudos eu seria aprovado.
Mas nada disso aconteceu.

Eu fracassei em tudo.

A vontade da Gabi era engravidar agora, depois de um ano de casados, mas hoje não temos condições de ter um bebê.

A Luta Pelo AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora