Capítulo Cinquenta

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Por Gabriela

Eu estava há horas ali, sentada na mesma posição.

Comecei a sentir minha barriga endurecer e passei a mão sobre ela.

Acho que os meninos estão incomodados.

Então, resolvo levantar e andar um pouco.

Ando de um lado para o outro tocando a barriga, na intenção de tranquilizá-los.

--Filha. --papai me chama. --Eu acho melhor você descansar um pouco. Você não comeu nada ainda. Estou preocupado com você e os meninos.

--Estou sem fome pai. Eu quero esperar para ver o Rafael.

Continuo a andar e sempre tocando a barriga. Quando minhas pernas fraquejam, eu retorno ao assento.

--O que você está sentindo? --a mãe de Rafael me pergunta, sentando ao meu lado.

--É só um incômodo. Vai passar. Obrigada.

--É melhor você descansar Gabriela. Pensa nos bebês. Eu fico aqui e amanhã você volta. Não vai fazer bem para você ficar aqui sentada, sem nenhum conforto. E mesmo sem fome, você tem que comer alguma coisa, pelos bebês.

Ela fala devagar, mas eu nego com a cabeça.

Volto a chorar. Eu não quero sair de perto do meu marido.

Eu tenho que suportar mais um pouco.

Depois de algumas horas a Clara retorna com uma enfermeira.

Todos nós ainda estamos aguardando.

O pai de Rafael retornou e está ao lado da esposa.

Meus irmãos também não saíram de perto de mim e nem meu pai.

--Gabi. O médico autorizou você entrar na UTI, por cinco minutos. Mas tem uma condição. --diz a Clara.

Levanto na mesma hora, me apoiando em papai.

--Qual é? O que for eu aceito. Eu só quero ver o Rafael.

--Você vai vê-lo e depois vai pra casa descansar. Pensa um pouquinho nos bebês que estão na sua barriga, Gabi. Você está sem forças para ficar de pé. --Clara se aproxima de mim. --Quando o Rafa acordar e souber que você está desse jeito, ele vai ficar bravo comigo. Você conhece ele. Sabe como ele fica, né?

Concordo com um sorriso fraco.

Começo a tremer em expectativa de ver o Rafael, a Clara me ajuda a caminhar em direção à UTI.

Quando entro naquele local frio e vejo ele ali imóvel.

As lágrimas rolam pelo meu rosto sem fim.

Toco a mão dele e seguro forte.

Rafael está todo entubado e seus batimentos cardíacos sendo monitorados.

Eu não aguento ver ele assim e me debruço sobre seu corpo chorando. Toco sua face e depois beijo sua testa.

Os cinco minutos passam tão rápido e a enfermeira me avisa que não posso ficar mais ali.
Me despeço do Rafael, mas eu não saio de lá aliviada. Ao contrário, eu continuo resistente em sair daquele hospital.

Encontro meus irmãos no corredor e agarro eles. Antes de desabar.

Fico aérea vendo uma movimentação em minha volta, mas eu não tenho reação.

Tudo está nublado a minha frente.

Sinto uma pessoa ao meu lado, tocando em meu braço e outra me oferecendo um copo com água. Todavia eu não consigo raciocinar direito.

A Luta Pelo AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora