Capítulo Quarenta e Um

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Por Rafael

Depois que as palavras saltam da minha boca é que eu percebo a merda que eu disse.

Saí do quarto para tentar esfriar a cabeça.

Eu não deveria ter alterado a voz com a Gabi, principalmente agora com ela grávida.

Mas quando ela toca no nome daquela Daniela, meu sangue ferve de ódio.

Na cozinha tomo dois copos de água em sequência e volto para o quarto no intuito de me desculpar com a Gabi.

Quando entro no nosso quarto ela está sentada na beirada da cama de costas para mim.
Sento ao seu lado e respiro fundo antes de falar.

--Desculpa, Gabi. Eu não queria ter falado com você daquele jeito.

--Tudo bem. Você está certo, Rafael. A casa é sua. Eu não comprei nem um alfinete para essa casa. Tudo aqui é seu. --diz amargurada.

--Não fale assim, meu amor. Essa casa é nossa. Tudo aqui é nosso. Você pode trazer aqui quem você quiser, eu não me importo...

--Exceto a minha amiga Dani.

Respiro cansado.

--Gabi. Eu tenho motivos para não gostar dela. Confie em mim. --falo pegando sua mão, mas ela puxa de volta.

--Então me diz, quais os motivos? Porque devem ser bem plausíveis. --diz brava cruzando os braços.

--Eu não gosto dela. Ela é falsa.

--Isso não é motivo. É apenas sua opinião sobre ela. --rebate.

--Ela finge que é sua amiga.

--Porque você diz isso? Eu sou uma pessoa tão insignificante que não mereço nem uma amizade sincera?

--Não é isso, Gabi. Eu não disse isso.

Eu estou ficando cansado e irritado com essa conversa.

Tiro os óculos e esfrego com força minha testa.

--Tudo bem. --digo tentando achar a melhor maneira de dizer a verdade para minha esposa. --Eu não acho a Daniela uma pessoa confiável e amiga. Ela é falsa. E eu percebi isso em uma certa ocasião.

--O que ela fez?

--Você lembra do dia em que pedi você em casamento, na casa dos seus pais?

--Sim. Eu lembro que vocês saíram juntos.

--Ela que me pediu uma carona.

--Foi sim. E o que aconteceu?

--Ela...ela...

--Fala logo Rafael.

--Ela...ela disse que eu poderia me casar com qualquer outra mulher e não com você. --Gabi me olha assustada. --a Daniela se insinuou pra mim e tentou me tocar.

--Como?

--Ela não é sua amiga, meu amor. Se ela fosse sua amiga ela ficaria feliz por você. Mas foi ao contrário. Ela disse que nós não combinávamos.

Gabi não disse mais nada.

Eu não contei tudo porque fiquei com medo dela passar mal.

Eu tinha que preservar a saúde dela e da nossa filha.

Ajoelho-me a sua frente e pego em suas mãos.

--Tudo bem, Rafael. Eu não vou insistir mais.

--Me desculpa. Eu não queria ter chegado a esse ponto.

A Luta Pelo AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora