Capítulo Dezesseis

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Por Gabriela

Depois do trabalho eu vou para o salão de beleza arrumar meu cabelo e as unhas.

Por hoje ser a apresentação da minha amiga Dani, à noite tenho que estar pronta para privilegiá-la.
Rafael não deu nenhuma notícia durante o dia, mas eu não queria ficar possessiva ligando ou correndo atrás. A verdade é que eu ainda estava receosa quanto a nós dois.

Vou para a faculdade encontrar a Dani.

Ao chegar no mini auditório vejo ela conversando com algumas pessoas e me aproximo.

O pessoal foi super simpáticos comigo e ficamos conversando um pouco.

Depois de algum tempo, Rafael aparece e, depois de cumprimentar o pessoal, me beija na frente de todos. Eu fico sem reação, porque não esperava essa atitude dele, na frente dos colegas.


Em seguida, nos sentamos para ver a apresentação. Em certo momento Rafael quer ir embora, mas eu não posso deixar a Dani sozinha, porque ela é minha amiga e hoje eu quero estar junto com ela, e torcendo por ela.


Rafael não diz mais nada e ficamos até o final. Não sei se foi uma boa ideia, porque os dois trocam algumas faíscas e eu não gosto nada disso.

Eu queria que os dois fossem amigos também. Mas já percebi que isso será bem difícil.

A Dani tinha me dito antes que ele era "mala", eu não achei isso. Todavia não tem como negar que eles não se dão muito bem, e eu temo por isso.

Rafael me assusta um pouco com sua ousadia, mas depois não toca mais nesse assunto e a noite segue leve. Fomos a uma lanchonete bem bonita ao ar livre.

Lá tinha vários lanches e optamos por hambúrguer.

Depois de saciados, ele me deixou em casa, com muitos beijos dentro do carro.

Eu gostei muito de sair com Rafael. Acho que ele é diferente.

Estou apostando que meu coração agora escolheu direitinho, acertou com o Rafael.

No sábado de manhã a Dani aparece de ressaca.

--Pelo visto a comemoração foi boa né, mocinha? --fico rindo dela.

--Nem lembro direito o que aconteceu, amiga. Só sei que você perdeu por não ter ido. E principalmente por estar dando trela para aquele mala do Rafael.

--Não fala assim Dani. Eu não acho isso.

--Você está é de quatro por ele. Isso sim. Vocês estão ficando?

--É....estamos conversando ainda. -- respondo por alto.

--Sei. Conversando com a língua dele dentro da sua boca. Eu sei como é.

--Credo Dani. Não é bem assim tá.

--Amiga. --Dani me chama para sentar ao seu lado, na minha cama. --Gabi. Eu sou sua amiga. Eu acho que você deveria ter mais cuidado.

--Porque você está falando isso? --pergunto.

--Porque sim. Eu não quero ver você sofrendo de novo. Eu te disse que ele tem namorada, e ele já te apresentou para família dele? Você já foi na casa dele? A história vai se repetir?

--Não Dani. O Rafael é diferente. Ainda estamos nos conhecendo.

--Cuidado Gabi. Às vezes não queremos enxergar o que está na nossa cara. E vocês dois juntos, eu não acho que dará certo.

Fico pensando no que a Dani falou.

Estou chateada com esses questionamentos dela, mas principalmente por ela falar que Rafael e eu não vamos dar certo juntos.

Ela não pode prever o futuro, ninguém pode.

Mas tudo o que ela me falou, eu fiquei remoendo o restante do dia, até Rafael chegar e por fim aos meus medos.

Rafael me mandou uma mensagem dizendo que chegaria às 20:00.

E ele foi pontual.

Encontrei-o na varanda de casa com um buquê de flores na mão.

Fiquei emocionada com o gesto dele.

Eu nunca tinha recebido flores. Elas eram lindas e coloquei num vaso no meu quarto.


Rafael conversou um pouco com meus pais e pediu permissão para sairmos um pouco.
Eu aproveite para colocar pra fora todas as minhas dúvidas.

--Eu queria conversar com você Rafael.

--Nós estamos conversando Gabi. --diz rindo de mim.

--É sobre alguns assuntos específicos.

--Hummm...agora eu entendi.

Sentamos em uma pracinha, próximo a um parque de diversão. O lugar é super tranquilo e familiar.

Ele está sentado no banco, com uma perna de cada lado e de frente para mim. Ele me puxa para mais perto dele e beija meu rosto.

--Pode falar. O que está passando por essa linda cabecinha?

Sorrio pra ele. Como ele consegue me desarmar dessa forma.

--Você tem namorada?

Ele me olha assustado.

--Bom. Eu ainda não sei. Estou dependendo de uma certa moça que conheci recentemente, se ela me aceitar, aí sim eu terei uma namorada.

Fico rindo de suas palavras.

--A Dani disse que você tem namorada e que tem fotos de vocês juntos.

Quando termino de falar, noto que a expressão leve e brincalhão de Rafael mudou. Agora ele está mais sisudo.

--Eu terminei o namoro. Mas ela ainda não aceitou muito bem.

--Entendi. --desvio meu rosto, pensativa.

--Gabi. -- me chama. --Gabi. Olha pra mim. Eu não te enganaria assim. Eu não tenho ninguém na minha vida. Eu terminei meu último namoro. Eu estou livre.

--Eu já fui enganada uma vez, Rafael. É complicado pra mim. Eu não quero passar por tudo isso de novo.

--E não vai Gabi. Confie em mim, por favor.

Fito Rafael por um tempo. Aqueles olhos negros expressivos. Meu coração diz para acreditar nele, mas o medo também aparece, como uma onda querendo me afogar.

--Eu não sei Rafael. Eu tenho medo.

--Não precisa ter medo, Gabi. Me dá uma chance e eu vou te provar que mereço sua confiança.

--Tudo bem. --digo sorrindo. E ganho um beijo em confirmação.

--Obrigado.

--E....eu......estava pensando. Sua família, você não fala deles...eles sabem sobre mim?

--Ainda não, Gabi. Mas eu vou resolver isso o mais rápido possível. Eu vou marcar um almoço para te apresentar aos meus pais. A Clarinha você já conhece.

--Sim, eu conheço.

--Agora eu tenho permissão para beijá-la? --diz rindo.

--Permissão concedida.

Ele me puxa pela cintura e cola nossos lábios.



A Luta Pelo AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora