Capítulo Quarenta e Dois

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Por Gabriela

Estávamos contando os dias para a Alice nascer. Poderia ser a qualquer momento.

Durante a semana eu me senti bem cansada e a barriga pesando. O mais engraçado é que a Alice não estava grande e pesava um pouco mais de dois quilos.

Acho que minha bonequinha será bem pequena.

O quarto dela está pronto e as nossas malas também.

Meus pais e meus irmãos vieram nos visitar e ficaram aqui uma semana.

Eu amei tê-los comigo.

Foi uma semana muito gostosa e eles me ajudaram muito na organização do quarto da Alice.


Minha mãe virá me ajudar assim que a Alice nascer.

A Daniela me ligou, querendo vir me visitar. Eu fui bem sincera com ela, e falei tudo o que Rafael havia me dito.

Eu chorei muito, no telefone, mas disse que não aceitaria ela na minha vida.

Ela pediu perdão e eu perdoei de coração. Porém, amizade é como um cristal, uma vez quebrado não volta ao que era antes.

No começo da tarde comecei a sentir algumas dores diferentes e quando Rafael chegou do trabalho, fomos para a maternidade.

A médica que me examinou disse que ainda não estava na hora, porque não tinha dilatação e no exame mostrava que a Alice estava bem. Então me mandou de volta para casa.

No dia seguinte as dores aumentaram.

Na parte da manhã, antes de Rafael sair para o trabalho ele queria que retornássemos à maternidade, mas eu neguei. Eu estava quase completando quarenta semanas então eu queria esperar a hora certa, que podia ser a qualquer instante.

--Tem certeza meu amor? Nós podemos ir lá agora.

--Não amor. Eu prefiro esperar mais um pouco. Se as dores aumentarem eu te aviso.

--Tudo bem. Me liga se você sentir qualquer coisa que eu venho correndo.

Depois que Rafael saiu eu fiz de tudo.

Andei de um lado para o outro, tomei banho duas vezes, na intenção de diminuir as dores. Fiz um almoço simples e rápido.

Ele chegou para almoçar, mas eu não consegui comer muito.

Rafael insistiu novamente para irmos ao hospital e eu bati o pé negando. Eu não queria chegar lá e ter que voltar pra casa.


À tarde as dores intensificaram, às vezes eu tinha que me sentar para respirar melhor.

Depois que passava eu levantava e andava pela casa. Coloquei uma música calma e segurando a barriga, dançava lentamente.

Decidi tomar outra ducha morna para aliviar as dores.

E quando vinha uma nova contratação eu apoiava na parede para não desabar.

De olhos fechados esperando aliviar as dores senti Rafael entrando no box.

--Vamos Gabi. Eu te ajudo.

Saí do banheiro e ele me enrolou na toalha e me conduziu até nossa cama.

Ele foi até o armário e voltou, passando pela minha cabeça um dos meus vestidos de gestante.

Quando eu levantei para terminar de me vestir, senti um líquido escorrer pelas pernas.

--Eu acho que a bolsa estourou. --falei olhando a poça se formar aos meus pés.

--Tudo bem. Fica calma. Nós vamos agora para o hospital. Fique calma.

A Luta Pelo AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora