Capítulo Trinta e Nove

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Por Rafael

A festa organizada pelos meus sogros foi uma delícia.

Éramos somente nós, a família, mas foi muito bom ser recebido com tanto carinho.

Os gêmeos adoraram a novidade.

--Eu também quero ser Delegado. --disse o Gustavo.

--Mas você disse que queria ser do exército, mudou de ideia? --perguntou o Guilherme.

Todos nós rimos dos meninos.

Minha sogra preparou um banquete, com todas as minhas comidas prediletas.

Engraçado, como ela tinha a certeza que eu passaria? Porque não daria tempo de preparar tanta coisa depois da ligação da Gabi, informando da minha aprovação.

Ficamos lá conversando e comendo até tarde.

Voltamos pra casa sorridentes e muito felizes.

Tomamos um banho juntos e fomos descansar.

--Eu ainda não estou acreditando, amor. --falo abraçado a Gabi na nossa cama.

--Eu estou tão feliz. -- ela fala e me aperta um pouco mais.

--Eu também estou. Muito, muito feliz. --eu disse rindo.

--Agora é o teste de aptidão física. Quero ver você suando. --brinca.

--Eu vou treinar muito, pode ter certeza. Mas agora.. --inverto nossa posição e fico sobre a Gabi --Agora eu quero suar fazendo amor com você.

Ela ri e me beija.

Toco seu rosto com carinho e olho no fundo dos seus olhos, cor de jabuticaba.

--Assim que eu for nomeado, eu te prometo que vamos ter nossos filhos. Os três que combinamos.

--Nós combinamos quatro, Rafael. Não mente. -- ela fala rindo.

--Tem certeza? Você disse três da última vez que conversamos. --finjo de bobo.

--Não meu amor. São quatro bebês. Eu quero quatro filhos. --ela fala, fazendo um beicinho lindo.

--Imagina quatro meninas parecidas com você? Fazendo beicinho lindo igual ao seu. Eu estarei perdido. --digo rindo.

Gabi solta uma gargalhada e eu acompanho.

--Eu te amo. --declaro.

--Eu te amo mais. --diz.

--Você é linda e eu te amo.

--Você também é lindo. Muito lindo.

--Então nossos três bebês serão muito lindos.

Ela continua rindo e fazemos amor da melhor maneira que sabemos.

O restante do processo seletivo foi super tranquilo. Eu estava ansioso para ser nomeado logo.
E foi bem rápido do que eu previa.

No dia da posse eu tive o privilégio de ter minha pequena família reunida.

A Gabi com seus pais, os gêmeos e minha irmã Clara. Todos eles estavam presentes comigo.
A partir daquele momento eu me tornei oficialmente Delegado da Polícia Civil.

Eu realizei meu grande sonho.

Foi uma vitória que compartilhei com as pessoas mais importantes na minha vida.

Depois de alguns meses de trabalho eu recebi a informação que seria deslocado para outra cidade e que depois de dois anos eu poderia pedir a remoção para voltar.
Eu não sabia como a Gabi reagiria com essa nova situação.

--Amor, eu quero conversar com você.

--O que aconteceu? --Gabi senta ao meu lado no sofá.

Pego em suas mãos e faço um carinho.

Antes de começar a falar, fico pensando em tudo que ela já suportou até aqui. A rejeição dos meus pais, as dificuldades no início do nosso casamento, o apoio incondicional para realizar meu sonho e agora essa mudança que a afastará de todos que amamos.

--O que foi, meu amor? O que está te preocupando? --insiste.

--Eu sei que não é justo com você, meu amor. Eu sinto muito. Eu queria tanto te fazer feliz, mas cada dia que passa eu só exijo mais de você.

--Você está me assustando, Rafael. --ela fala recolhendo suas mãos.

--Nós vamos ter que mudar de cidade, por um período mínimo de dois anos.

Gabi me olha por um tempo e depois levanta do sofá.

--Você não pode optar por ficar aqui? Ou talvez em uma cidade próxima daqui?

--Não Gabi. Eles que decidiram. Eu vou poder escolher depois de dois anos. E após esse período nós voltamos.

Gabi não diz mais nada.

Eu sei que ela gostaria de ficar perto dos pais. Mas hoje eu preciso dela comigo.

Levanto e a abraço por trás, beijando seus cabelos.

--Eu preciso de você comigo. Eu não quero te deixar aqui. -- falo.

--Eu sei.

Ela gira em meus braços, ficando de frente para mim e me aperta forte.

--Eu te prometo que depois desse prazo nós voltaremos. --digo e ouço Gabi chorando.

Isso parte o meu coração.

--Me desculpa meu amor. Se eu pudesse eu não te afastaria da nossa família. Eu sinto muito.

A mudança foi realizada assim. Com muito choro e despedidas.

Conseguimos vender todos os nossos móveis e doamos nossos utensílios de casa.

Como a cidade que iríamos morar era bem longe, não compensava levar nada, era mais fácil comprar tudo lá e montar uma nova casa.

A Gabi pediu seu desligamento da escola infantil e isso também foi motivo de muito choro.
Eu não sabia o que me esperava nessa nova cidade, mas além do meu trabalho eu teria que me esforçar muito para fazer a minha esposa feliz.

Eu devia isso a Gabi.

A Luta Pelo AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora