Capítulo Quarenta e Sete

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Por Rafael

Assim que a Gabi sai da minha sala daquele jeito, tempestuoso, eu fico sem entender o que deu nela.

Não faz sentido a minha esposa ficar nervosa, simplesmente por ter encontrado a estagiária aqui comigo.

A Gabi não pode pensar que estou fazendo algo de errado com a Bia e ficar brava por isso. Não tem lógica.

A Bia é uma menina, ela entrou na faculdade agora e esse é o primeiro estágio dela. Por isso ela é assim, tão espontânea.

Olho para o embrulho na minha mesa e perco a vontade de saber do que se trata. Pois, preciso primeiro conversar com minha esposa, urgente.

Pego minhas coisas e saio da sala.

--Rômulo. Eu já estou indo. Você segura as pontas para mim. Qualquer coisa você me liga. --peço.

--Claro chefe. Fica tranquilo.

--Obrigado.

Entro no meu carro e ligo para minha sogra para saber se a Gabi está lá.

--Não, meu filho. Ela ligou agora e disse que viria mais tarde buscar as meninas. Está tudo bem?

--Sim. As meninas estão bem?

--Estão brincando com o vovô.

--Eu posso pedir um favor?

--Claro, meu filho.

--Eu posso pegar as meninas amanhã?

--Pode sim, Rafael. Vai resolver o problema que aconteceu. Porque eu tenho certeza que tem alguma coisa acontecendo.

--Eu vou resolver. Eu prometo. Amanhã bem cedo eu passo aí para pegar as meninas. Muito obrigado.

Finalizo a ligação e vou pra casa.

Se a Gabi não estava na casa da mãe ela só pode estar no nosso apartamento.

Ao entrar em casa procuro a Gabi, mas não há sinal dela na cozinha, nem na sala. Entro no nosso quarto e vejo sua bolsa na poltrona.

Então tenho a certeza que ela está aqui.

Vou até o banheiro, mas a porta está trancada. Volto e sento na cama esperando ela aparecer.

Fico preocupado com a demora.

Tem mais de trinta minutos que estou aguardando e nada da Gabi sair do banheiro. Até que ouço a porta sendo destrancada.

Quando Gabi sai enrolada na toalha, ela se assusta ao me ver.

Sinto uma pontada de dor no peito ao olhar minha mulher, pois ela está com os olhos inchados e deve ser de tanto chorar.

Ela não diz nada e vai para o closet.

Imediatamente levanto e vou atrás dela.

Sem me importar dela ainda estar molhada, junto seu corpo ao meu.

--Amor. O que deu em você?

Gabi começa a chorar e eu giro ela e a abraço mais forte. Beijo o topo da sua cabeça, na intenção de consolar seu choro.

--Meu amor, não chora.

--O que está acontecendo entre você e aquela menina, Rafael? --Ela pergunta chorando.

--Não está acontecendo nada, Gabi. De onde você tirou isso? Eu nunca teria coragem de te trair. Não precisa ficar com ciúmes. --falo olhando nos seus olhos.

--Eu não gostei de ver ela tão íntima com você. Você está dando liberdade para aquela menina interpretar outras coisas.

--Claro que não, Gabi. Você não confia em mim?

A Luta Pelo AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora