Mahito

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Bom dia, boa tarde, boa noite, meus amores, tudo bem com vocês? Voltei com mais uma historinhas para vocês! Dessa vez um pedido de Yuno_Hime, muito obrigada por pedir, flor!

Okay, antes de começarmos, Mahito, eu nunca vou te perdoar pelo que fez com o Junpei! Eu te odeio! Dito isso, vamos ao que interessa. Fiquem com o hot e beijinhos da Lyla ❣️
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Takashi Yuno em: A maldição da alma

A fina fumaça branca de vapor subia da água quente da fonte termal e nublava todo o ambiente ao redor, dando um aspecto embaçado. Sorte que o dia estava fresco, a temperatura da piscina natural estava quente como sempre, o céu azul límpido acima, refletindo na calmaria dos buracos entre as pedras. Era possível ouvir o som dos movimentos submersos deles e do vento nas águas cristalinas.
No meio do nada, escondidos sob árvores e um longo caminho pela enseada da praia até ali, o casal incomum e pouco encorajado, aproveitava a tarde de sábado para relaxar. Já tinham selado uma promessa de que ali, atrás de uma passagem mágica que Takashi Yuno ainda não tinha certeza se acreditava cem porcento, se bem que levando em conta que via espíritos amaldiçoados desde que se entende por gente, não estava em posição de duvidar de uma porta que levava a uma ilha paradisíaca e deserta.
Eles não deveriam estar ali, ela sequer devia saber da existência do local, mas a maldição com quem Yuno vinha mantendo um relacionamento empurrado nos extremos limites da linha tênue entre amizade e namoro, não tinha o hábito de levar todas as ordens a sério e garantira à Takashi que não haveria problema, assim como tinha prometido à Geto que seria apenas aquela vez. Isso já fazia mais de três meses. O, agora, mestre de maldições desistiu a certa altura de argumentar e depois que Mahito quebrou um dos braços do outro humano que fazia parte daquele grupo no mínimo estranho, os outros integrantes também mantiveram-se quietos. A única regra que Suguru impôs foi que Takashi Yuno devia ficar o mais longe que pudessem do grupo, e isso foi bem cumprido.

Naquele momento eles estavam em silêncio, o que era algo raro já que ambos eram os mais falantes. A corrente natural movia a água pelos corpos e fazia uma espécie de chiado relaxante. Yuno poderia até mesmo estar dormindo se não estivesse sentada entre as pernas de Mahito, lutando contra todos os seus instintos e pensamentos na vã tentativa de se convencer de que não estava terrivelmente excitada. Ela inventava as mais diversas desculpas para encontrar uma justificativa para si mesma: suas bochechas estavam rosadas por conta da água quente, do calor, era albina, tudo a deixaria vermelha; seu corpo estava rígido porque ainda sentia certa timidez em se recostar no espírito amaldiçoado atrás de si, o calor entre as pernas que sentia era obviamente culpa da temperatura da água e sua intimidade doía ao latejar em torno do nada porque... As orbes verdes nadaram de um lado para o outro na esclera, Yuno não tinha uma resposta para isso. Além do mais, seus pensamentos insistiam em voltar sempre ao mesmo tópico: Mahito. Ele era bonito, sim, Takashi não negava isso, tinha um corpo definido, era bem alto, sem falar nos cabelos azulados, nos olhos heterocromáticos e no sorriso fácil. Até mesmo as costuras em por seu corpo eram instigantes para a moça, davam à maldição um ar de perigo, era bem parecido com encarar as cicatrizes de um motoqueiro de gangue, ou as tatuagens de um bad boy, Yuno sempre encarou assim. A questão é que diferente desses tipos, Mahito tinha sangue nas mãos, não era uma boa pessoa, sequer uma pessoa. Todavia, tinha salvado a vida da albina que sentia que deveria retribuir de alguma forma, então fez uma caixa com todos os seus lanches favoritos da padaria onde trabalhava. Mahito compartilhou de seu gosto e apareceu de novo pedindo por mais, depois outra vez, e outra e mais outra e quando Yuno se deu conta, passava sua hora de almoço sentada com ele atrás do estabelecimento, onde ninguém a veria conversando sozinha e a consideraria maluca. A companhia daquele ser amaldiçoado era estranhamente agradável, Mahito tinha um jeito divertido, brincalhão e falante, levava jogos de tabuleiro ou livros de lendas antigas e também trazia debates filosóficos com perguntas como "O que veio antes, o corpo ou a alma?" E mesmo sem pretender incentivou-a a pensar sobre o certo e errado. Ele nunca escondeu quem era e o que fazia, mas quando estava na presença da garçonete, parecia um cara normal, apesar de sua aparência incomum. Eventualmente a hora de almoço no beco se estendeu para mais alguns minutos no trajeto de volta para seu apartamento e depois para mais algumas horas quando finalmente o convidou para entrar, e os assuntos tornaram-se mais íntimos, no caso dela, pelo menos, os encontros mais frequentes e foi assim que terminaram de molho nas águas quentes das fontes termais.

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