LxMisa

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Nós trabalhávamos juntos na época, era o que eles pensavam, mas na verdade, eu só estava a vigiando, garantindo que tudo estivesse em seu lugar. Era mais um caso para mim, não um que eu me interessasse de verdade, só estava pagando um favor a um amigo... normalmente para que eu pegue um caso, deve-se haver no mínimo dez assassinatos e/ou um prejuizo de mais de 1 milhão. Esse não cumpria nem um dos requisitos, eu poderia resolvê-lo com uma mão nas costas. Entretanto o meu amigo não, e me pediu para investigar em seu lugar cobrando um favor que me fez anos antes. Deixe-me ver... ah, sim, Caso viúva negra. Ainda me lembro de ler o relatório de Watari sobre o caso...

"A modelo multitalentos Misa Amane se envolve em mais um escândalo." Dizia o título da revista de fofoca colada na pasta. A descrição do caso, logo abaixo.
"Misa Amane, 23 (atualmente) anos, modelo, atriz e cantora. Três anos atrás foi acusada da morte de seu primeiro marido, um fã chamado Mesaki Yuri. Absolvida por falta de evidências. No ano seguinte, se envolveu com seu produtor *nome protegido* e esse veio à óbito seis meses depois após uma crise alérgica a nozes. Ele estava num quarto de hotel com Misa quando ingeriu a sobremesa contendo a castanha. Dois meses depois, a Amane apareceu nas capas de revistas assumindo um relacionamento com um modelo chamado Lira Yuki, um dia após emprestar o carro para a namorada, o modelo sofreu um acidente à caminho de uma cessão de fotos, a perícia concluiu que os freios foram cortados. Misa Amane se tornou uma pessoa de interesse no caso do modelo, seus advogados conseguiram que ela continuasse trabalhando mesmo sendo a principal suspeita."

Três mortes só me dispertaram interesse uma vez, que foi no caso BB. O caso da Amane era óbvio demais, ainda assim aceitei.
Devo adimitir que eu não pude prever o que aconteceria e por isso estou relatando. Há um pupilo meu que escreve meus casos mais interessantes, mas esse eu mesmo irei escrever e, talvez o venda como enredo de algum romance...
Em fim, na manhã seguinte ao ler o relatório, viajei à Tokyo para me estabelecer lá e poder conduzir a investigação.
Normalmente, eu tenho alguém para ser meus olhos, mas dessa vez eu quis fazer tudo sozinho. Não conte a ninguém, mas foi pelos cupcakes do sete de filmagens do longa-metragem que Amane estrelaria.
Depois de avaliar a situação de longe por dois dias, eu já havia chegado a uma conclusão: Misa Amane era inocente. Embora tanto a família do Lira Yuki como a polícia preguiçosa insistissem no contrário para encerrarem de vez o caso. Não, eu tenho que adimitir também, um olhar desatento consideraria mesmo a Amane culpada, afinal, ela tinha um motivo, a não divulgada traição do namorado; ela tinha os meios, poderia pagar qualquer um para cortar os freios do carro e o mais importante, tinha um histórico de namorados mortos. Isso sem falar em quanta publicidade o título "Viúva negra" poderia trazer. Todos os requisitos para se cometer um assassinato, Misa cumpria, mas havia um pequeno erro... tão pequeno que poderia facilmente ser ignorado ou interpretado como fachada para incobrir a culpa: a devoção genuína que a Amane depositava nos namorados, ela era leal e dedicada. E repetia muito que não arriscaria ser presa porque o uniforme laranja não a deixaria bonita. É fácil perceber mentiras quando contadas, as pessoas sempre deixam escorregar algo em algum momento, mas a história da Amane se mantinha a mesma em todas as estrevistas, tanto para jornais e revistas, quanto comigo. No entanto, se uma história é repetida exatamente da mesma forma todas as vezes em que é contada, as chances de ser um texto decorado, são bem altas. Esses dois fatores favoreciam Misa que, indubitavelmente estava falando a verdade. Uma outra pessoa por outro lado...

--- Isso é uma piada? --- Misa me questionou quando disse a ela o que pensava a respeito de sua culpa.

--- De forma alguma. Eu só preciso provar a sua inocência para que os policiais a deixem em paz. --- Como eu disse, a polícia japonesa queria encerrar logo esse caso, e não paravam de atormentar a Amane, quase a obrigando a confessar. Sorte dela que eu estava por perto quando a levaram para interrogatório de novo, pois estavam a induzindo a falar coisas que a condenariam. Eu a livrei disso, usando um bom argumento.

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