Capítulo 46 - Hackear

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      Estávamos saindo da sala quando eu me lembrei de uma coisa muito importante, que poderia ajudar ou nos destruir.

- Espera - falei indo em direção ao cara morto. Me agachei e peguei as chaves do cara que estavam presas na sua cintura. - Elas podem ajudar - disse balançando os objetos na minha mão, peguei também uma arma (temos que nos previnir).

- Vamos! - Adam exclamou me puxando para fora dali.

       Saímos correndo às pressas dessa sala assustadora. " Aonde estariam meus amigos e família? ", pensei frustada. Minha respiração começou a ficar pesada. Cansaço e sedentarismo começaram a querer aparecer; tive que tirar forças da onde eu não possuía para conseguir alcançar meu objetivo. Ainda dolorida pelo que ocorreu anteriormente, e também psicologicamente abalada, eu teria que prosseguir.

- Será que eles foram capturados? - questionou Adam correndo sem parar, e eu tentando acompanhar seus passos.

- Eu não sei - respondi com dificuldade.  -Não há nenhuma outra sala aqui!

      Olhei rapidamente em volta, era só um longo corredor com paredes de concreto, a única sala que lá havia, era aquela de que nós escapamos, mais nenhuma. Não existiam guardas armados e nem indícios de um preparamento para a terceira guerra mundial. Isso está muito estranho.

- Vamos tentar encotra-los mais a frente! - Adam falou estranhando o que havia à nossa frente.

     Paramos de correr por um impedimento : uma grande porta de metal nos separava da liberdade esperada.

- Estamos presos? - questionei batendo com raiva naquela porta dura.

       O Adam tentou abrir a passagem com a chave que mais se parecia com a fechadura, e ela se abriu.

- Isso! - gritei animada.

       Avistamos o que havia pelo outro lado da porta. Era mais um extenso corredor, e nela só havia uma sala como a que nos escapamos.

- Será que tem alguém ali dentro? - indaguei olhando meio desanimada para mais um obstáculo à  caminho.

- Acho que sim - respondeu meu guarda-costas. - Vamos lá!

      Caminhamos em direção aquela outra sala. Paramos em frente dela e eu olhei para Adam receosa em saber o quê ou quem estaria do outro lado. Me posicionei e ergui a arma, caso houvesse um soldado lá dentro. Meu protetor pegou uma das chaves e abriu a porta. Tudo estava escuro, procurei o interruptor e o encontrei. Quando liguei a luz, pude ver vários computadores, todos desligados e antigos, pareciam ser da metade do século passado! Andei até a maior tralha que ali havia. Percebi que o teclado do computador estava coberto por poeira e teias de aranha. Credo!

- Vou ligá-los - Adam disse me dando um susto, mas eu me recuperei rapidamente.

      Ele se enfiou debaixo da mesa e interligou alguns fios e tomadas. Não muito tempo depois, os lixos tecnológicos se ligaram em conjunto.

- Deu certo - falei ajudando o meu guarda-costas a se levantar do chão empoeirado.

- Quem está aí!? - perguntou uma voz grossa de homem. Não consegui distinguir da onde o som havia emanado.

       Adam e eu nos escondemos apressadamente debaixo da mesa, e nessa rapidez eu acabei quebrando uma unha - doeu okay? - Ficar escondida num lugar tão apertado não é tão confortável assim como retratam em alguns filmes!

- Luíza? - questionou a voz misteriosa.

      " Quem seria? ", pensei confusa. Olhei para meu protetor, o mesmo estava tão interrogador quanto eu.

- Tenho um plano - sussurrei para Adam, segurei firme a arma e saí do esconderijo sem fazer ruído. - Sim? Sou eu - resolvi arriscar. É eu sei, sou uma doida varrida.

- É você! - era uma voz familiar.

- Apareça! - ordenei sem baixas as rédeas.

- Sou eu! Hard - ele saiu por trás de um dos computadores junto com todos que estavam na casa da Ruanita. - Vamos! Não temos tempo para explicar!

- Cadê o Adam? - indagou meu pai à procura deste.

- Pode sair! - gritei abaixando a arma. Meu guarda-costas saiu e olhou surpreso para todos.

- Temos que agir logo! - Bene exclamou sem paciência.

- A terceira guerra mundial vai começar! - Samara se desesperou com razão.

- Já chamei a esquadra naval, eles devem estar nos rastreando nesse exato momento - Hard afirma.

- Raciocinem! Pensem! Somos poucos contra sei lá quantos que estão lá fora! - falei ríspida.

- Luíza está certa - Mary interviu, que supresa! Ela concordando comigo? É o fim do mundo mesmo! - Temos que nos preparar para o que vamos enfrentar.

- A únicas coisas que nos temos a nosso favor são essas latas velhas - Ruanita olhou para os computadores.

- Eles podem ser nossa melhor defesa - Adam comentou. - Sou especialista em hackear outros aparelhos, e o único que eu preciso nesse momento é o computador em que Andirá está baixando todas as informações do chip.

- Precisamos dos códigos as cordenadas corretas do computador dela para conseguir essa proessa - Cleif, um dos gêmeos, disse se sentando na cadeira cheia de ácaros. Ele digitou com agilidade e na tela apareceu uma espécie de mapa.

- O quê é isso? - perguntei curiosa.

- Estou à procura de equipamentos para minha nova motocicleta - ele respondeu rindo. - Isso meu amigos, é o exato local onde a Andirá está com seu chip - Cleif apontou para um ponto vermelho que piscava.

- Gênio! - dei um beijo na sua bochecha.

- Como você conseguiu isso? - questionou meu pai surpreso.

- Foi fácil - respondeu um dos gêmeos. - Vá no prompt de comando [Iniciar/executar ~>cmd.exe] e digite: nbtstat –a IP.DA.VÍTIMA (O parâmetro –a serve para exibir a tabela de nomes netbios de um computador remoto). Se a vítima tiver compartilhamento de arquivos aparecerá suas pastas e, se não, deverá aparecer uma mensagem assim: “Host Not Found”(Host não encontrado). Se a vítima tiver arquivos compartilhados irá aparecer a tabela de
nomes da netbios do PC dela.
Você precisará daquilo que estiver escrito com “” atrás.
Crie um arquivo de texto (com o bloco de notas mesmo) e coloque com o nome “LMHOSTS”. Digite no arquivo o IP e o netbios, ficando assim: xxx.xxx.xxx
netbios (x = n° componente do IP) Mapeia a unidade de disco deixando o PC da vítima como sendo parte integrante do seu, para isso vá em “Meu computador” e clique com o botão direito do mouse e em “Mapear unidade de rede...” Vá no Menu Iniciar e em Executar e digite://ip.da.vítima e clique em OK. Agora você vai estar no PC da vítima. À  partir daí,  você faz o que quiser com a vítima.

- Não gostei de você falando vítima. É meio estranho - Mary comentou.

- Não quero ser estraga prazer, -  Samy diz - mas como vamos chegar até ele se nem ao menos nós sabemos aonde estamos!? - Samy interrompeu o pequeno instante de alegria.

- Estamos na cidade "abandonada" da Espanha - Ruanita garantiu. - Esse lugar foi muito utilizado para práticas fora da lei, sei disso por que eu meio que fazia parte de uma gangue - ela admitiu sem se orgulhar disso. A irmã do Adam continuou:

- Para sairmos daqui, temos que primeiro passar pelos cinco corredores que ainda restam e atravessar o rio Guadalquivir, Sevilha alberga o único porto comercial fluvial de Espanha nas margens do Guadalquivir.  Este é o segundo mais extenso rio inteiramente espanhol com os seus 657 quilômetros. Nasce na Serra de Cazorla em Jáen e desagua no Atlântico através do Golfo de Cádiz.

- É muita coisa para digerir - comentei assimilando a quantidade de informações "básicas".

O Guarda-costasOnde histórias criam vida. Descubra agora