Apressamos os passos, mas os dois continuaram nos seguindo. Depois de um tempo já estávamos correndo; não olhei para trás, só queria que isso chegasse ao fim. Entramos em um restaurante para tentar despistar eles; sentamos em uma mesa, recuperando o fôlego.
- Querem pedir? - uma garçonete perguntou com um bloquinho de anotações em uma das mãos.
- Uma água, por favor - respondi sem ar.
- É pra já - ela saiu.
Encarei Adam, o mesmo estava com as bochechas vermelhas, respirando com bastante dificuldade.
- Já chega de mentiras! - exclamei. - Me conta, por que meu pai foi embora? E por quem nós estávamos sendo perseguidos? - perguntei com raiva.
- Assim que conseguirmos escapar deles eu te conto tudo, prometo.
- Promessa é dívida - falei curiosa.
Olhei pela janela do bistrô, para tentar avistar os dois carinhas, mas não os achei. A moça trouxe a água e eu a bebi em um gole só.
- Acho que eles já se foram - Adam disse com os olhos fixados lá fora.
- Vamos embora daqui então.
Falei me levantando da cadeira, Adam deixou o dinheiro em cima da mesa e saímos daquele local. Reparei em volta e não vi nenhum deles, suspirei aliviada, o sufoco já havia passado; andamos reparando em cada pessoa na rua, com a atenção a mil. Chegamos em um bairro que estava sem muita movimentação, vazia, só havia eu e meu protetor, comecei a ficar temerosa, me agarrei novamente aos braços musculosos do Adam; encostei minha cabeça nele, aproveitei o momento. Alguém me puxou para trás e eu caí sentada no chão.
- Ei! - gritei, olhando para quem havia me derrubado.
- Cadê o chip!? - um dos malfeitores perguntou me levantando, ele apertou meus braços com força, os machucando.
- Me solta! - falei com dor.
- Você ouviu ela! - Adam disse firme se preparando para lutar.
- Você que precisa de um guarda-costas , olha sua incapacidade - o outro ladrão falou rindo.
Adam deu um chute bem nos países baixos do carinha que me apertava, este me soltou com dor, eu corri para longe dele; o outro deu um soco no rosto do meu protetor fazendo sua boca sangrar, contudo Adam não deixou fácil assim, ele deu um chute na barriga do malfeitor e depois um golpe no pescoço, o fazendo cair no chão desmaiado. O outro malfeitor se recuperou da dor e foi por trás do Adam.
- Cuidado! - gritei.
O ladrão chutou suas costas fazendo ele cair com a cara no chão; meu guarda-costas ainda caído o derrubou com um golpe nas pernas e depois se levantou. Adam pulou dando um golpe com as mãos na nuca do cara, o fazendo apagar.
- Vamos embora daqui ! - Adam falou alto, ele veio até mim, pegou na minha mão esquerda, segurando-a firme e me guiou para longe dali.
Corremos o mais rápido possível até o hotel, que não era muito longe; minhas pernas estavam cada vez mais fracas, minhas forças se perderam. Cheguei até o hotel quase desmaiando, pegamos o elevador; eu tava toda suada e preguenta, pingando de suor, a blusa do Adam ficou bem molhada mostrando seu tanquinho, seus bicípis ficaram reluzentes, fiquei ainda mais sem ar. A porta do elevador se abriu e eu fui praticamente me arrastando até o quarto.
Abri a porta e me deparei com a "Jenny", deitada na cama, aquela criatura estava com a camisola mais curta do que uma blusa, mostrando até seu útero. Já não estava bem e agora para piorar vou ter que aturar ela se jogando em cima do Adam, literalmente. Entrei no banheiro, e tranquei a porta, liguei o choveiro com a água quente e me molhei; chorei ali mesmo, por nenhum motivo, fiquei um bom tempo lá, sentindo as gotas caírem no meu corpo.
- Vai demorar muito aí? - Adam pergunta, batendo na porta.
- Depende, já terminou de se agarrar com a Jennifer? - questionei fechando a torneira.
- Para com isso Luíza - ele disse baixo. - Minha mãe trouxe um pijama para você.
- Já tô saindo.
Me enrolei na toalha do hotel e saí do box, estava tão bom lá de baixo da água, mas tinha que sair, abri a metade da porta e o Adam me entregou a roupa, eu fechei a porta de uma vez, acabei prendendo o braço dele.
- Meu Deus! Me desculpe - falei abrindo toda a porta, olhando para sua expressão.
- Tá tudo bem - ele deu um sorrisinho e presionou o local do impacto. - Já não sinto mais nada, isso faz parte do meu treinamento.
- Então tá - fechei a porta na sua cara.
Me vesti com aquele pijama azul listrado, horroroso, pareci uma prisioneira e ainda por cima não favoreceu nas minhas curvas; cabia duas de mim lá dentro. Arrumei meu cabelo e saí daquele banheiro, olhei para baixo e lamentei por ter que usar isso, mas era melhor que nada, só tinha duas peças de roupas comigo. Vi Adam e a "Jenny" sentados numa mesinha perto da janela conversando, felizes, quando a metida da Jennifer me viu ela começou a rir e meu protetor tentou segurar uma gargalhada.
- Você tá um arraso - brincou a idiota, metida e besta quadrada da Jenny.
- Vou arrasar é com sua cara! - falei indo ao ataque mais, como sempre meu guarda-costa impedia.
- Vamos parar! - Adam ordenou como se fosse uma autoridade.
Ameacei com o olhar e fui em direção a cama resmungando, me joguei do meu lado e me cobri com aquele cobertor branco fofinho.
- Boa noite Adam - disse achando a melhor posição na cama.
- É parece uma boa noite mesmo, mais acho que vai chover - ele falou.
- Com doido não se discute - sussurrei.
Achei a posição ideal e me aconcheguei no travesseiro. Fechei meus olhos e dormi rapidamente.
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O Guarda-costas
AcakPLÁGIO É CRIME! Luíza tem 17 anos. Ela é muito rebelde e ríspida. "Lu" foi deixada por seu pai, por motivos desconhecidos, com Adam Winston. Ele vai se tornar seu guarda-costas. Os dois aprenderão a aturar um ao outro, principalmente Luíza que...