Capítulo 25 - Covarde

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A casa é cheia de materiais para construir ou fazer qualquer tipo de coisa, há madeira, facas, tecidos (espalhadas pelo chão), martelos; tudo muito desorganizado e sujo. O tio do Adam parou na nossa frente e nos encarou com um olhar ameaçador.

- Então o que trouxe vocês aqui? - perguntou Frank, pegando uma faca em cima da mesa e ficou passando a mão na sua lâmina pra ver se estava afiada.

- Uma van - respondeu Bene.

- Não falei com você, perguntei para o Adam - O tio dele tentou se fazer de durão, mas lá no fundo eu sei que ele riu.

- Queremos equipamentos para resgatar duas pessoas - respondeu Adam sério, não estava pra brincadeira.

- Quem? - questionou Frank levantando uma daquelas grossas sobrancelhas.

- Mary e Cristiano Sousa dos Reis - respondeu meu guarda-costas, parecendo um negociador de vidas.

- Meu amigo? O idiota que me atirou na perna? - perguntou Frank, mudando de humor rapidamente.

- Ele não é idiota, é meu pai! - respondi brava.

Frank ficou sério de repente, de um segundo para o outro, ele andou até uma estante que possuí várias gavetas, só percebi agora que ele manca, deve ter sido o tiro que meu pai deu em sua perna ( até eu daria um tiro nesse cara! Que homem mais chato e sem estilo, quem usa uma blusa dos Estados Unidos e uma bermuda cor de areia? Francamente ). Frank abriu a gaveta e tirou de lá uma carta, depois foi até outra gaveta e tirou duas armas de lá. Minha reação foi tipo: esse cara vai nos matar aqui e agora! O tio do Adam veio até mim e me entregou as armas, e, deu a carta para meu protetor.

- Não viemos aqui só para pegar isso, queremos dicas e ajuda para salvar minha única família, eles foram pegos por terroristas muito perigosos - comecei a alterar a voz. - Por favor nos ajude - pedi.

- Sou só um homem com a perna machucada e... - Frank ia falar, mas eu o interrompi :

- Um bêbado - complementei sua fala.

- Grosso - falou Adam.

- Entendi!- ele se irritou. - Sou tudo isso mesmo que vocês dizeram, mas me desculpe, não há muito que eu possa fazer - ele abaixou a cabeça derrotado.

- Então é assim? Vai deixar um "amigo" - fiz aspas com os dedos. - Morrer nas mão desses sanguinários? - perguntei me levantando do sofá, encarando ele bem de perto para confrontá-lo.

- Não posso. Peguem o que precisam, não irei ajudar vocês.

Frank subiu as escadas indo direto para seu quarto, deixando-nos sem esperança. Olhei ele subindo e minha decepção só crescia, quando me virei, vi os gêmeos e o West pegando comidas na geladeira.

- O que vocês estão fazendo? - perguntei colocando as duas mãos na cintura.

- Precisamos comer, o Frank deixou a gente pegar o que nós quisermos, não foi? Nossas células precisam de alimento para obter energia - Cleif respondeu.

- Tá, tá, sem aulas de metabolismo celular. - falei perdendo a vontade de entrar numa discussão, me sentei no sofá e fiquei pensativa.

Os meninos pegaram alguns materiais, enquanto eu pensava num plano de consegui achar meu pai e minha tia, afinal eu nem sei onde eles estão presos, refleti sobre isso, senti medo de não encontrá-los vivos novamente, nem pude me despedir, e nem quero.

- Luíza. Adam chamando Luíza - meu guarda-costas balançava as mãos na minha frente.

- A força de expressão na verdade é: terra chamando Luíza - comentei.

- Pra que a terra te chamaria? Pra dizer que a água e outros recursos naturais estão acabando? - questionou Adam.

- É, isso mesmo - revirei os olhos. - E aí? Já pegaram tudo?

- Sim - meu guarda-costas respondeu.

Fitei os rapazes, eles estavam com computadores nas mãos, cada um tinha uma espada de samurai presa na cintura, deu em mim uma crise de risos só por vê-los assim, eles achavam que iriam destruir um grupo de terroristas daquela maneira.

- Really? ( mesmo? ) - perguntei.

- Yes, sweet heart ( sim querida ). - respondeu Bene debochando.

- Gente, como vocês vão derrotar um grupo de doidos assim? Com computadores e espadas ? Eles vão criar vida e atacar os sequestradores? - brinquei.

- Exatamente - Pi respondeu sorrindo. - Esses pequenos computadores irão se transformar num robô só. Não vou acionar ele aqui, porque se não iria quebrar o resto do teto de Frank.

- Qual é o nome do robô? - perguntei interessada.

- XRT18 - respondeu Steve.

- Que maneiro - fiquei admirada.

O Guarda-costasOnde histórias criam vida. Descubra agora