O Guarda-costas

Capítulo 4 - Indo para o bar

      Fui para meu quarto e peguei meu celular. Comecei a conversar com a minha melhor amiga, Samara, pelo WathsApp, ela é bem doidinha. Ri muito com as loucuras dela todo o segundo.

Eu : Ei Samy, vamos sair hoje a noite para conversar?

Samy : Já estamos fazendo isso agora, bobinha.

Eu : Hahaha... Quero falar algo importante com você, pessoalmente.

Samy : Desculpe miga, mas hoje a noite eu vou sair com meus pais para jantar.

Eu : Então deixa pra lá - coloquei uma carinha triste.

Samy : Mas amanhã de manhã eu passo aí para colocar o papo em dia. Okay?

Eu: Tá bom. Vem mesmo viu? Até mais. Beijos.

Samy : Tchau. Beijos!

     Durante toda a tarde, eu não fiz nada de mais. Fiquei escrevendo uns poemas no meu caderno velho, assisti milhares de filmes de comédia romântica. Finalmente chegou a noite, comecei a ficar impaciente por não ter feito nada de produtivo. Resolvi tomar um banho, me arrumei todinha para sair e ocupar a mente, mas, me lembrei de um certo alguém  que não me deixaria sair sozinha, o Adam, meu estraga prazer. Entretanto, eu tive uma ideia de gente maluca igual as da minha amiga Samara, de sair escondida, só não sei como faria isso, pois o chato do Adam perceberia, além do mais, ele não sai do meu pé, até parece um tipo de carrapato que gruda e não solta mais.

      Me preparei psicológicamente. Abri a porta tentando fazer o mínimo de barulho possível e acabei me deparando com o Adam, ele estava me vigiando, como de costume.

    - Aonde você vai? - Adam perguntou, me olhando de cima a baixo.

    - Sair - respondi seca. - Quer ir junto? - questionei, querendo muito receber um "não".

    -  Eu já ia te seguir mesmo - ele respondeu com seriedade.

    Acho que o brutamonte ficou magoado com o beijo que eu lhe dei mais cedo, tadinho dele nossa, vou morrer por saber disso, que gay.

    - Então vamos - disse por fim.

     Me desviei dele e desci as escadas, minha tia já estava dormindo, ela tem a mania de fazer seus sonos de beleza. Saímos sem fazer barulho, o Adam nem desconfiou para onde eu iria. Começamos a andar pela rua sem conversar, parecia que eu havia magoado ele mesmo, já me disseram que eu sou uma pessoa muito chata e irritante, mas, eu não concordo. Parei bem em frente ao bar "sangue bom".

     - O que você vai fazer aqui? - Adam questionou, cruzando os braços  e erguendo uma de suas sobrancelhas para mim.

     - Beber para esquecer de tudo - respondi, colocando minhas mãos na maçaneta da porta.

    - A única coisa que você vai esquecer aqui, é do seu fígado, vai acabar ficando com cirrose - ele disse e eu comecei a rir.

     - Deixa de ser exagerado, é só hoje! - abri a porta, mas o Adam me segurou pelo pulso.

    - Não vou deixar. Meu dever é te proteger - ele falou firmemente.

      Adam me puxou para fora e depois me levantou no ar. Ele me colocou em seus ombros, o guarda-costas segurou minhas pernas para impedir meus chutes brutos.

      -  Me solta! - bati com minhas mãos fechadas em suas costas.

     - Não! - ele começou a andar em direção a minha casa.

     As pessoas nos olhavam, mas elas achavam que era coisas de jovens apaixonados. Parei de relutar, não ia adiantar mesmo. Fiquei olhando para as nádegas do Adam (que são bem grandes para dizer a verdade... gente, eu não sou tão safada assim tá? Era a única vista mais interessante!).  Não demorou muito para chegarmos em casa, quando estávamos na porta, o Adam me colocou no chão, a minha vontade era de dar um soco em seu rosto, mas iria estragar sua carinha linda.

    - Acabou com a pegação? - questionei sarcástica.

     - Deixa de brincadeira, vê se cresce! Olha sua idade! Você fica agindo como se fosse uma criança - Adam brigou já cansado da minha atitude.

      - Nossa, vou dormir com essa - disse chocada.

     -  Vai mesmo, já está tarde - Adam abriu a porta e entrou sem esperar minhas reclamações e desaforos.

     - É força de expressão - susurrei triste para mim mesma.

     Entrei em casa pensativa, Adam se sentou no sofá, sem expressão, fui até ele e me sentei na sua frente, na mesa de centro, olhei bem para dentro dos seus olhos e desabafei.

      - Você está certo. Não passo de uma criança. Faço isso só para chamar atenção, meu pai nunca teve tanto tempo comigo, ele passava o maior tempo dele viajando e saindo de casa,  e quando tinha tempo, o que era raro, eu o ignorava - comecei a chorar só por lembrar dele.