O Guarda-costas

Capítulo 14 - Estraga prazer

       As lágrimas começaram a escorrer pelo meu rosto. Corri sem parar, quando o cansaço e a falta de ar bateram, eu parei e me sentei num banco numa praça chamada : " La Place Vendôme ". Abaixei a cabeça para que ninguém me visse naquele estado. Sou uma menina muito emocional, as vezes sou o cão chupando manga ou um ursinho fofo, ( sou bipolar isso sim ). Uma pessoa sentou ao meu lado. Limpei minhas lágrimas e fingi que tudo estava bem, meu guarda-costas como sempre me segue.

- Eu só quero um momento sozinha - falei virando meu rosto para não encara-lo. - Você é um cientista? - questionei com um pouco de raiva.

- Sim - Adam respondeu tentanto me fazer olhar para ele.

- Então vai para seu laboratório e me deixa em paz!

     Me levantei, magoada com tudo. Cruzei os braços e comecei a andar pelas ruas de Paris. Segurei o choro e me tentei fazer de forte, só o que eu queria era que tudo aquilo não passasse de um sonho. Adam tentava ficar ao meu lado mas eu apressava os passos e saía em sua frente.

- Espera Lu! - meu protetor disse tentando me alcançar.

- Não me chama assim, você não é nada meu - falei grossa.

- Sou seu guarda-costas - ele me parou. - Tenho que te contar uma coisa.

- O que mais !? Você é um Alien? - questionei nervosa.

- Essas coisas não existem - Adam fez uma pausa e olhou para o chão. - Seu pai me ligou, ele quer que eu o encontre no aeroporto. Vou para a Nova Zelândia -  meu guarda-costas falou triste, cabisbaixo.

- Você vai me deixar? - perguntei, levantando seu rosto para ficar a altura do meu.

- Sim.

      Ele se aproximou mais para me abraçar ou me beijar, fiquei confusa, tudo que eu queria agora era Adam ao meu lado, sou bipolar mesmo. Meu protetor se aproximou e eu senti minhas bochechas queimarem, com certeza fiquei vermelha como uma pimenta das boas.

- Oi gente.

    Falou "Jenny" se aproximando, estragando o clima, alguém me segura para não matar essa patricinha de meia tigela.

- Você não devia estar morta? Quer dizer... no trabalho? - perguntei, estrangulando ela de mil maneiras diferentes na mente.

- Já voltei - Jennifer se jogou nos braços no Adam o abraçando.

    Ele a afastou e a olhou com controle.

- Para com isso Jennifer. Não sou nada seu, e para sua informação, eu não gosto de mulheres atiradas - meu guarda-costas falou e eu bati palmas por trás deles.

- Nossa - " Jenny " falou surpresa. - Só vim trazer a chave da moto para você ir para o aeroporto - ela disse fria.

     Jennifer entregou a chave para o Adam e depois saiu colocando os óculos de sol ( para não mostrar as lágrimas nos olhos ). A moto estava estacionada ao nosso lado, com a cor vermelha bem grande, muito linda, parecendo de filme.

- Vamos? - questionou Adam girando as chaves no dedo indicador.

- Claro - respondi animada.

    Adam subiu na moto e eu sentei atrás dele. Colocamos os capacetes e logo em seguida eu o abracei por trás, afinal não queria cair da moto. Ele começou a acelerar e fez aquele barulho irritante que eu odeio.

- Tá pra ir de uma vez? - questionei sem paciência. - Meu ouvido não é penico.

- Eu sei disso. É o lugar que entra o som e não fezes - ele respondeu e eu dei uma risadinha.

      Adam acelerou pela última vez e depois nós saímos do lugar. Meu protetor não foi tão rápido pois ele falou que poderia levar uma multa por dirigir em alta velocidade e blaá blaá blaá, não ouvi nada depois disso. Um carro preto começou a nos seguir, olhava pra trás mas não via a figura que o dirigia pois a película do vidro estava muito escura.

- Vai mais rápido! - gritei.

- Vamos levar uma multa - Adam falou preocupado.

- Vai logo!

     Ele acelerou e nós saímos em disparada, ficamos um pouco a frente deles, mas tínhamos que ir mais rápido possível. De repente o Adam da uma freiada brusca e eu paro lá na China.

- Por que você parou !? - gritei me recuperando da dor.

- O sinal tá vermelho! - ele respondeu.

- Estamos no meio de uma perseguição! Vai !

     O carro acabou ficando mais próximo, por causa desse bendito desse sinal.