Capítulo 13 - Revelação

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      Ele trabalha com o corpo, okay! Nem vou escrever o que passou na minha mente quando o Adam falou isso, só fiquei em silêncio na minha. Vou ter que descobrir por mim mesma; meu guarda-costas logo pegou no sono (ele ronca pra caramba) . Liguei a televisão para ficar vendo o noticiário, só falava sobre terroristas, que jornalistas morreram, não consegui entender direito, pois eu não aumentei muito o som para não acordar meu protetor. Acabei dormindo abraçada com o travesseiro, melhor companheiro de todos os tempos.

- Lu, Lu.

     Uma voz suave me chama, abri meus olhos e vi que eu estava abraçada ao Adam, o soltei assustada, ele se vira pra mim me olhando.

- Foi mal. Er... - fiquei sem jeito.

- Tá tudo bem. Vou voltar ao meu posto - Adam falou se levantando da cama rapidamente.

- Eu pensei numa coisa meio estranha - disse me sentando na cama.

- No que? - ele perguntou.

- Você vai no banheiro? - questionei.

     Ele começou a rir descontroladamente, me afastei na cama com medo dele.

- Tipo você nem dorme direito. Só fica me vigiando. Ir no banheiro poderia atrapalhar, sei lá - tentei me explicar, mas ficou pior.

- Vou sim - Adam respondeu, limpando uma lágrima do olho de tanto rir.

- Acho que nós dormimos demais - falei olhando para a janela, o céu estava escuro.

- São nuvens de chuva. Vai chover daqui a pouco, as nuvens estão mais baixas, e quando isso acontece é um sinal de um temporal.

- Aprendi muito mais com você nos últimos dias do que na minha escola - comentei.

- Tenho certeza que seus professores ensinaram muito bem. Com certeza você não prestava atenção nas aulas e acabou não aprendendo nada - Adam disse indo até a janela.

- Meu pai te contou isso né? - questionei.

- Elementar minha cara Lu - respondeu meu guarda-costas, dando um de Sherlock holmes.

- Vou me trocar e depois a gente vai lá no restaurante do hotel para almoçar okay? - disse, saindo da cama indo em direção ao banheiro

- Tá bom - ele respondeu.

     Me troquei e nós dois fomos para o chique e enorme restaurante; fiquei até com vergonha pelas minhas roupas, mas comer é mais importante do que pensar na opinião dos outros. Sentamos junto com a mãe do Adam e minha tia, olhamos o cartápio e pedimos nossos pratos; fiquei com tanto tédio que deitei meu rosto em cima da mesa.

- Cadê seus modos? - perguntou Mary me cutucanto no braço.

- Deixei lá em casa com os ninjas - respondi e minha tia me fuzilou com o olhar.

- Percebe-se - ela falou desaprovando.

       Me ajeitei na cadeira e mostrei minhas boas maneiras, a senhora Andirá parecia que me odiava sei lá, pelo jeito que ela me olhava, será que ela suspeita se algo?

- Você tem algo contra mim? - perguntei a encarando. - Tá bom, já chega, abre o jogo. Me conta porque meu pai me abandonou, porque nós estamos estamos em outro continente e porque têm pessoas me perseguindo pedindo um tal de chip.

- Quer mesmo saber? - ela questionou desconfiada.

- Sim, cada mínimo detalhe - respondi ríspida.

- Seu pai trabalha como engenheiro químico, junto com meu filho. Eles desenvolvem bombas para o governo americano, com isso, os terroristas descobriram que a arma que eles fizeram poderia ter poder para conquistar países do seu agrado, e foi aí que começou a perseguição. Seu pai te deixou para não colocá-la em perigo, mas não funcionou, eles descobriram aonde você morava, e agora sabem que você está aqui. A única coisa que nós não sabemos é aonde está o chip, seu pai escondeu de todos, nem meu próprio filho sabe, seu maior companheiro de laboratório.

    Ela terminou de falar e eu não sabia o que dizer. Todos aqueles empregos que meu pai dizia que tinha era tudo fachada. Me levantei da mesa em estado de choque.

- Vou tomar um pouco de ar - falei me virando para sair.

- Pra que ela quer tomar ar se ela já respira com ele? - Adam perguntou para as pessoas que continuavam sentadas.

     Corri para fora, todos me olhavam mas eu não estavam nem aí.

O Guarda-costasOnde histórias criam vida. Descubra agora