Capítulo 20 - Bipolaridade

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Me levantei do chão com muito esforço e me sentei na sua cama, que era mais dura do que pedra. Não muito tempo depois, Adam entrou no quarto, segurando uma bolsa de gelo, ele estava com expressão de preocupação. Meu guarda-costas me entregou a compressa bem gelada e se sentou ao meu lado.

- Me perdoa? - perguntou Adam dando um sorriso desanimado.

- Sim, foi sua culpa, mas vou melhorar - respondi e coloquei o gelo no meu pescoço. - Por favor coloca uma camisa - disse, desviando o olhar da sua barriga.

Adam olhou para baixo e ficou muito vermelho, ele se levantou e pegou sua blusa preta que estava na cadeira perto da janela e a colocou. Depois o mesmo se sentou bem próximo de mim, tipo bem próximo mesmo, me levantei da cama receosa em entrar num relacionamento, Adam vez o mesmo, mas ele acabou tropeçando no meu pé e nós dois caímos em cima da cama, um por cima do outro, ele em baixo, comecei a rir de nervosismo e meu guarda-costa ficou vermelhinho.

- Por que você fez isso? - perguntei tentanto sair de cima dele.

- Por que você é assim? As vezes você é bem legal, mas as vezes você é uma menina grossa e irritante - Adam falou.

- Eu irritante? ... Tá bom, eu te amo - respondi, fechando os olhos por sacar a besteira que eu havia feito.

- O jeito certo de se falar é amo-te - ele me corrigiu e me jogou do outro lado da cama com gentileza, seu olhar ficou triste.

- Eu disse que te amo, isso não vale nada pra você? - questionei começando a ficar nervosa.

- Luíza, eu e você não podemos ficar juntos - Adam falou se sentando na cama.

- Como assim? - questionei com uma lágrima nos olhos. - Eu sabia, todos os homens são iguais! Enganam nossos sentimentos e nem mandam lembranças! - gritei furiosa.

- Lu não é isso... - o interrompi:

- É o que então !? Vai me abandonar por uma loira também?

Me levantei da cama chorando de raiva, meus olhos chega arderam, Adam segura meu pulso e eu o encaro.

- Vai me soltar ou não? - falei furiosa.

- Não.

Adam me puxou e me beijou, nem pude explicar qual foi minha sensação nesse momento. Me separei dele triste, sou bipolar mesmo.

- Por que nós não podemos ficar juntos? - perguntei tristonha.

- Meu emprego não permite isso, sinto muito. Iria colocá-la em perigo - ele ficou cabisbaixo.

- Mas você não é meu guarda-costas? - indaguei levantando uma das sobrancelhas.

Meu pai abriu a porta meio que assustado, ele olha para mim e Adam.

- O que foi pai? - questionei.

- Temos que sair daqui! Eles estão vindo! - ele respondeu.

Olhei para Adam, mostrando minha tristeza, me virei e saí do seu quarto. Ajudei meu pai a colocar comidas dentro de uma mochila grande e espaçosa, meu guarda-costa e minha tia Mary estavam pegando os papéis amarelados e tudo mais.

- Lu, tome - meu pai me entregou o colar. - Quero que continue com você, se algo me acontecer, você ainda estará com o segredo - ele sorriu.

- Nada vai te acontecer pai - o abracei rapidamente.

Nós fomos até o carro e colocamos tudo no porta mala, meu pai foi o motorista e minha tia se sentou na frente, deixando eu e Adam sentados no banco traseiro. Meu guarda-costa tentava ter contato visual, mas eu virava minha cara e ficava olhando a paisagem, fiquei realmente magoada com ele, só não chorei porque não valia a pena. A jornada foi bem longa, rodamos praticamente a França inteira ( brincadeira ), fomos parar num fim de mundo onde só havia uma área 51 francesa, que com certeza era onde meu pai criava seus experimentos.

- Chegamos? - perguntei com um profundo tédio.

- Sim - Adam respondeu dando seu melhor sorriso e eu o ignorei.

Saímos do carro e andamos em direção aquele centro de pesquisas, lá era enorme, entramos, quase me perdi só para achar um bebedouro, mas ainda bem que meu pai estava junto comigo, ele me levou até seu laboratório junto com Adam e Mary.

- Então é aqui que vocês fazem bombas - comentei.

- Sim.

Meu o pai disse, indo até uma miniatura de um robô, a coisinha mais fofa, ele é vermelho com as listras verdes.

- Que lindo. Foi você que fez? - perguntei para meu pai.

- Não, foi Adam, ele é um novo talento - meu pai respondeu orgulhoso do seu parceiro de laboratório como se fosse seu filho.

O Guarda-costasOnde histórias criam vida. Descubra agora