Capítulo 31- A volta para casa

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- Eu ouvi bem? - perguntei desentendida.

- Como eu vou saber? Só você pode dizer se sim, ou não - meu guarda-costa respondeu "sarcasticamente".

- Você escutou muito bem. Adam se tornou da nossa família, - meu pai disse contente - vocês irão se casar, terão filhos e eu netos - ele fez comentários desnecessários. 

- Uou uou, vai com calma pai - falei encorporando um tomate. - Que vergonha - sussurrei.

    Me levantei da poltrona e andei até o último banco do ônibus; me isolei, fiquei olhando pela janela; tudo estava tão confuso na minha mente, queria um tempo sozinha para poder pensar, mas, como de costume, meu protetor me seguiu.

- Tá bem? - ele questionou se sentando ao meu lado.

- Não - respondi triste.

- Tenta descansar um pouco. Toma um pouco d'água - Adam disse me dando uma garrafa com H2O, tomei um gole e entreguei-a para ele. Meu guarda-costa levou minha cabeça até seus ombros largos.

- Lembra quando fui eu que fiz isso com você? - questionei com um sorriso estampado no rosto.

- Como poderia esquecer? - ele respondeu e com certeza sorriu.

    Me acomodei nos seus ombros e descansei como nunca, me sinto segura ao seu lado. Espero que tudo isso seja apenas um pesadelo, e que acabe de uma vez.

    Acordei numa cama bem confortável, macia, fofa, abri meus olhos e me sentei, reparei no local, parecia meu quarto, minhas supostas roupas estavam no chão( como de custume), meu velho ursinho, Toby, estava ao meu lado. Eu realmente estava em casa!? Me levantei rapidamente da cama e fui até a porta, minha felicidade não tinha mais fim; afinal, como eu cheguei aqui tão rápido aqui? Da França para cá? Abri a porta e desci as escadas correndo e acabei caindo em cima de alguém.

- Me desculpe.

    Falei abrindo olhos, vi o indivíduo que eu havia derrubado, e adivinha quem era? Adam. Ele está com a aparência bem melhor, mais "saudável", mas,  seus olhos estavam mais claros, e luminosos, ficando ainda mais lindo.

- Está perdoada - ele disse me fitando fixamente com uma " felicidade" sem fim.

- Não vai me ajudar a levantar não!? - perguntei estranhando.

- Ah, foi mal.

   Meu guarda-costa se levantou com agilidade e me estendeu a mão; sorri, e ele me ajudou a levantar do chão.

- Cadê todo mundo? - questionei olhando em volta.

- Sua tia foi embora, ela disse que não aguentava mais ficar sem maquiagem; vai entender - ele comentou. - Os cientistas ficaram na França mesmo,  para recomeçar uma nova vida. Seu pai foi procurar um emprego "normal", para sustentar sua faculdade. E, você, dormiu por um dia inteiro, pois eu coloquei um sonífero na sua água - meu protetor falou como se fosse meu mordomo.

- Isso é crime! Sabia? - assustei.

- Na verdade não. - Adam respondeu tecnicamente.

- E o West? - perguntei receosa, meu protetor abaixou a cabeça ficando triste, não queria ter lembrado ele disso.  - Desculpe - abracei ele para conforta-lo, ficamos assim por algum tempo até eu me tocar; o soltei. - Estamos sozinhos aqui? - questionei olhando em volta.

- Uhum - Adam concordou com a cabeça.

- Vamos ir ao cinema por favor, por favor, tenho que ver o novo filme que lançou. - implorei juntando as mãos.

- Tá bom - ele bufou. - Mas, antes eu queria te dar isso.

   Ele foi até o sofá e pegou uma caixinha pequena, a coisa mais minúscula que eu já vi na vida (exagerada nem um pouco).

- Vai me dar uma formiga? - ironizei.

- Abre - Adam respondeu com seu sorriso encantador.

A caixinha era azul com uns detalhes rosas, poderia ser roxo, minha cor favorita, mas nem liguei (sei) ; abri o presente e dentro dela não havia exatamente nada.

- Tá brincando? - questionei confusa.

- Paciência, espere mais alguns segundos - meu guarda-costa respondeu pacientemente.

    Fiquei lá durante cinquenta anos e dois meses; quando de repente, algo começou a aparecer dentro dela, era um anel prata (contei que eu caí pra trás quando vi isso? Pois é). Como ele fez esse presente desaparecer e reaparecer? Não importa.

- Adam, é lindo - falei admirada. - Obrigada.

- É só um gesto de mostrar meu amor por você.

- Só um gesto? Tá mais para fortuna - brinquei. - Mas, sério, obrigada. Vai querer que eu mesma o coloque? - levantei uma das sobrancelhas.

- Permita-me - ele pegou o presente e colocou no meu dedo anelar, na minha mão direita.

Abracei ele e dei um beijo em sua bochecha, Adam me abraçou novamente e não me soltou mais, tirando-me o ar.

- Adam, pode me soltar agora - disse sufocada.

- Não posso, tenho que te proteger - ele disse com seu jeito bobo.

- Tenho que me arrumar para nós irmos ao cinema esqueceu? - falei já sem fôlego.

- Aé. Vai lá - Adam me soltou.

Olhei para ele e depois subi as escadas, fui para meu quarto para me produzir. Quero esquecer de tudo que eu passei e vivi nesses últimos dias, desejo ser apenas uma jovem  normal de faculdade, nada mais.

    ☆☆☆☆☆☆
  
   Deixem nos comentários o que vocês acharam. Obrigada pelos votos ♡

  》PS : Capítulo não revisado. 《

 

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